Série Irmãs Donovan
O Capitão William Langley conhecia bem o oceano, mas nada poderia prepará-lo para o que descobriu à deriva no frio Mar da Irlanda.
O pequeno barco transportava dois passageiros: uma criança e Meg Donovan – o amor há muito perdido de Will. O desaparecimento de Meg no mar, oito anos atrás, foi um golpe devastador. Agora ela está de volta, tão bonita como sempre, e com segredos tão profundos como os de Will.
Depois de anos mantida em cativeiro por um pirata de sangue frio, Meg finalmente escapou com o pequeno Jake, o garoto que ela passou a amar como se fosse dela. Porém, o pirata quer vingança – e Meg deve fazer o que for preciso para proteger Jake da loucura daquele homem. Determinado a não perder Meg novamente, Will promete protegê-los, mas Meg não quer arriscar-se a colocar o único homem que ela já amou em perigo. Com a ameaça a sua segurança crescendo e sua paixão por Will ficando mais forte a cada dia, render-se pode ser um prazer tentador demais para resistir.
Capítulo Um
William Langley olhou por cima da proa de seu navio, o Liberdade, para a superfície cinzenta ondulante do oceano. Embora as águas finalmente tivessem se acalmado, uma mancha de espuma cobria tudo e metade de sua tripulação ainda estava roncando em seus beliches, exaustos do esforço de manter o navio flutuando durante a tempestade da noite anterior.
Will correu os dedos pelas gotas frias de água ao longo da borda superior da amurada. Provavelmente levaria um mês antes de secarem, mas não havia sinais de desgaste. Agora poderia voltar para a tarefa que tinha em mãos – procurar contrabandistas ao longo das Western Approaches.
Na manhã quase sem vento, o Liberdade deslocava-se na direção leste. Estavam a meio caminho entre Penzance e a costa irlandesa, embora a tempestade certamente os tivesse desviado do curso, e não conseguiriam uma leitura precisa de sua posição até que o céu clareasse. Só Deus sabia quando isto seria. Nesse ínterim, ele os manteria em direção ao leste, em direção à Inglaterra, para que pudessem patrulhar as águas mais perto da costa.
― Ele portou-se bem, não é?
Will olhou por cima do ombro para ver seu primeiro imediato, David Briggs, aproximando-se do convés de estibordo, recém-barbeado e calmo, muito longe de seu comportamento atormentado da noite anterior.
Will sorriu.
― Sim, de fato.
O Liberdade era uma escuna americana recém-construída, equipada com velas triangulares no estilo das Bermudas, uma visão raramente vista entre os veleiros, e cortadores de plataformas quadradas[2], comuns neste lado do Atlântico. Mas era uma escuna rápida e elegante – perfeita para o trabalho para o qual tinha sido designada a executar. E resistente, como provara por sua resposta corajosa à tempestade da noite passada.
Era, acima de tudo, dele. Will era dono de uma frota de navios capitaneada por vários homens envolvidos em seu negócio de importação, mas, antes mesmo que as primeiras tábuas fossem unidas, o Liberdade era dele.
Três anos atrás, ele enviou seus projetos cuidadosamente elaborados para Massachusetts, com instruções detalhadas sobre como deveria ser construído. E, agora, a cada passo ao longo das tábuas brilhantes de seu convés, sentia-se duplamente orgulhoso: por sua criação e por sua propriedade.
A única área em que Will havia abandonado o controle do Liberdade estava no batismo do navio. O nome que ele queria era óbvio demais. Isso levantaria muitas sobrancelhas sorridentes na sociedade londrina. Até mesmo seus melhores amigos no mundo – o Conde de Stratford e sua esposa, Meg – franziriam a testa e questionariam sua sanidade, se tivesse dado ao navio o nome que seu coração e sua alma pediam.
Então, ao invés de Lady Meg, concordou com o nome sugerido pelo estaleiro americano – provavelmente como uma piada, já que sabiam perfeitamente que ele era um inglês consumado. Liberdade. Parecia que tudo o que os americanos criavam envolvia suas noções de liberdade ou orgulho nacional. No entanto, surpreendendo-se, Will descobrira que não se opunha ao nome. Para ele, esse navio representava a liberdade.
Estar aqui de novo, em mar aberto, nesta beleza de navio e cercado por sua tripulação resistente – tudo isso era libertador. Os laços que havia em torno de seu coração nos últimos dois anos, cada vez mais apertados, sufocando-o até ter certeza de que ele estouraria, estavam lentamente se desfazendo.
Aqui fora, pelo menos, podia respirar.
Olhou para Briggs, que estava esfregando a mão sobre os olhos.
― Dormiu bem?
― Como os mortos.
― Você deveria ter dormido mais.
Briggs ergueu uma sobrancelha para ele, fazendo com que a irritada cicatriz vermelha, que atravessava sua testa, se franzisse.
― Eu poderia dizer o mesmo a você, Capitão.
Will riu.
― Touché.
Série Irmãs Donovan
1 - Confissões de uma Noiva Inadequada
1.5 - Uma Noite Perversa
2 - Segredos Acidentais de uma Duquesa
3 - Uma Dama em tentação
Série concluída
1 - Confissões de uma Noiva Inadequada
1.5 - Uma Noite Perversa
2 - Segredos Acidentais de uma Duquesa
3 - Uma Dama em tentação
Série concluída