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30 de março de 2013

Legado De Amor

Série Legado

Quando os segredos podem destruir, pode o amor sobreviver?

Quando seu breve e desastroso casamento com um caça-dotes acaba em um escândalo, o vingativo pai adotivo da baronesa Sabina von Ziegler a encerra em um claustro.
Mas, nove anos depois, após os ensinamentos do reformista Martín Lutero, organiza uma atrevida escapada.
Livre, enfim, ao menos no momento, e tendo aprendido uma lição sobre confiar nos homens que jamais esquecerá. Wolfgang Behaim, um plebeu viúvo, é um tipógrafo por tradição procedente da emergente classe média, com um segredo que ameaça destruir tudo aquilo que aprecia.
Atormentado pelas misteriosas circunstâncias que rodeiam a morte de seu pai, não procura o amor.
Mas, de repente, se encontra comprometido com Sabina, a filha adotiva do barão von Ziegler.
É um casamento que nenhum dos dois deseja.
Sabina se encontra, de novo, prisioneira do barão, desta vez, em uma masmorra e morrendo de inanição, pouco a pouco.
Sua única esperança de libertar-se é casar com Wolf. E Wolf deve casar-se com Sabina, ou, do contrário, o perigoso barão revelará o segredo de seu passado.
Embora nenhum deles compreenda o sinistro propósito que se esconde por trás das maquinações do barão, veem-se obrigados a uma união que não pretendem consumar.
Mas, enquanto lutam para descobrir a verdade dos mistérios que os rodeiam, são postos a prova por uma ardente paixão que nenhum deles pode resistir.
Conseguirão superar seu passado e encontrar o amor, apesar das mentiras, da guerra e de uma inesperada inspiração inimiga?

Comentário revisora Déia: Olha que eu sou uma pessoa que não se abala com qualquer mocinho teimoso... agora, este? Tenho que concordar com a Ana: o homem teimoso, cabeça dura!
A mocinha fazendo tudo pra mostrar a ele que o amava e ele insistindo em correr!
Deveria ter penado muito mais para conquistar a confiança dela! Mas são coisas de livrinhos! 

Capítulo Um

Wittenberg, Saxônia Eleitoral,
Anno Domini 1525
Deitada no chão, a baronesa Sabina von Ziegler ouviu uma pequena correria na escuridão e se levantou, de repente, ao ver a sombra de seu inimigo aproximar-se. 
—Levante — ordenou-se, com voz rouca por não falar — As correntes, Sabina... Agite as correntes. 
Obedeceu, como um bom soldado, e o repico metálico mal atravessou a penumbra. Quando o rumor se incrementou no canto, lhe esticaram todos os músculos. 
—Tranquila, tranquila... 
O rato correu veloz para seu tornozelo mostrando os dentes. Apesar de sua determinação, a baronesa gritou e chutou tão bem que golpeou o animal com o pé descalço. Um grito corroborou a força do impacto. 
  —Bicho asqueroso! 
  Uns olhos enviesados, pálidos e cristalinos olharam-na, através da escuridão. Uma piscada, e desapareceram. Os passinhos se afastaram, velozmente, para o canto oposto da habitação, e ela imaginou o rato analisando a situação com seus companheiros, tranquilamente. Sabina sabia que, simplesmente, esperaria outra oportunidade. Tremente e faminta, deixou-se cair contra a parede, enquanto o desespero lhe sussurrava ao ouvido que só era questão de tempo para que os ratos conseguissem seu alimento. 
  Uma lágrima silenciosa escorregou pela bochecha. Estendeu a mão para a bacia, repicou com os dedos sobre a capa de água quase congelada, rompeu-a e inundou a mão no gélido líquido. Salpicou um pouco o rosto e arrancou uma parte de tecido da bainha para secar-se. 
  Quando estivesse em frente ao Criador, pelo menos, teria o rosto limpo. 
  —Reze — se disse, com voz áspera — Reze. 
  Juntou as mãos em busca de palavras de consolo, mas só lhe veio à cabeça a súplica de nosso Senhor na cruz: «Meu Deus, meu Deus... Por que me abandonaste?» 
  Um som metálico interrompeu seus pensamentos. 
  Conteve o fôlego, enquanto o ferrolho corria, e a pesada porta de madeira se abria com um rangido. Quando a luz de uma tocha iluminou a habitação, ergueu-se, para esperar seu destino com a maior dignidade possível. 
  Um homem entrou com uma tocha em alto. Fazia muitos anos que Sabina havia deixado de considerá-lo seu pai. O barão Marcus von Ziegler, que era chamado de o Schenk   de Wittenberg, casou-se com sua mãe e adotara Sabina, quando esta só tinha dois anos. Era o proprietário do castelo Von Ziegler, a antiga casa e o atual cárcere de Sabina. 
  O barão posou seus pálidos olhos nela. 
  —Vá. Vejo que continua viva — disse. 
  —Apesar de tudo o que fez para que não fosse assim — replicou Sabina, levantando o queixo, com ar desafiante. 
  —É incrível o quanto você é corajosa. Sempre foi uma bênção para você e uma maldição para mim. — encolheu os ombros — É a vontade de Deus. Vim lhe dizer que a busca terminou.
Ela se sustentou contra a parede de detrás.
  —Não!

Série Legado
1 - Legado de Amor
2 - The Promisse