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17 de junho de 2025

Tudo por Smiles

Série Mayfair Sq.


Os acontecimentos que se desenrolam nesta história fantástica são observados pelo fantasma do homem que foi o primeiro proprietário da aristocrática mansão. 
A narração do romance é entremeada por comentários sarcásticos do fantasma, que conferem um toque de sutil humor à história. 
O que falta em riqueza a Meg Smiles, ela mais do que compensa em audácia e determinação, ambas rapidamente aproveitadas quando Jean-Marc, o conde Etranger e sua irmã fixam residência do outro lado da praça. Agora empregada de forma remunerada como acompanhante da irmã maluca do conde, Meg descobre que não é sua pupila quem ocupa seus pensamentos, mas o enigmático irmão mais velho da garota. Quando Meg é vítima de uma série de acidentes estranhos, Jean-Marc vê seu mundo austero virado de cabeça para baixo. E quando se torna alarmantemente claro que a própria vida de Meg está em perigo, o desejo de Jean-Marc por esta mulher inadequada – mas encantadora – supera o seu sentido de decoro. Ele jura garantir a segurança dela, mesmo que isso signifique mantê-la perto dele, dia e noite.
Capítulo Um

Moças solteiras não devem falar de cavalheiros elegíveis de maneira tão… íntima — ralhou Sibyl Smiles com a irmã, Meg.
Sentada na surrada cadeira rosa na sala de Mayfair Square, número 7-B, Meg ajeitou a mantilha de renda negra com que cobrira a cabeça e o rosto.
— Quem falaria deles de maneira íntima, então? Mulheres casadas?
— Oh, que disparate — lamentou Sibyl. — Acho que quer chocar e é mesmo muita ruindade sua.
— Digo sempre o que estou pensando… quando estou pensando em algo. Ou seja, sempre que me obrigam a abandonar a meditação para tratar da vida mundana. Além disso, não é como se eu falasse de um homem de verdade, pelo amor de Deus. Referia-me a homens em geral e por que se poderia ou não achar um homem em particular mais atraente do que outro homem em particular. Trata-se de questões sobre as quais devo me informar, e bem rápido.
— Por quê? — Loira e etérea, a bela Sibyl assomava sobre Meg.
A essa altura, a cautela tornava-se imperativa.
— Não se preocupe tanto, Sibyl. Não existe nenhum objetivo claro para tudo isto. Estou juntando informações, simplesmente me informando a fim de alargar meu entendimento. — Explanações superficiais, ou mesmo mentiras, às vezes justificavam-se. — Acho as mãos de um homem muito importantes, você não?
— Acho.
— Mas por que você acha, Sibyl?
— Porque… Bem, se quer saber, detesto homens de mãos macias. Pronto, agora já sabe. Não são viris, na minha opinião. Também não gosto de mãos pequenas. Isso é mais difícil de explicar, só sei que preferiria um homem de mãos… se eu estivesse interessada nele… quero dizer, se reparasse nele… preferiria um homem com mãos maiores do que as minhas. Bem maiores. Algo dentro de mim insiste em que isso é importante, embora eu não saiba por quê.
Sim, grandes, fortes, bem formadas, de dedos longos… talvez embotados junto à unha… sim, sim, é o que prefiro.

Vendo a irmã em profunda concentração, Meg sorriu.
— Hum… concordo. — A querida Sibyl dissera tudo aquilo, aquela que acreditava que não deviam formar opinião sobre a pessoa de um cavalheiro.
— Também não gosto daqueles pés pequenos, limpos, dos quais alguns cavalheiros parecem orgulhar-se. Mas, de novo, a razão disso me escapa. Simplesmente, acho importante.
— Hum… sei.




Série Mayfair Sq.
1- Cada vez mais
2- Tudo por Smile

Cada vez mais

Série Mayfair Sq.

Os acontecimentos que se desenrolam nesta história fantástica são observados pelo fantasma do homem que foi o primeiro proprietário da aristocrática mansão.

A narração do romance é entremeada por comentários sarcásticos do fantasma, que conferem um toque de sutil humor à história. Finch More, de 29 anos, conhecedora de cristais antigos, é considerada “encalhada”. Mas quando seu irmão é misteriosamente sequestrado, o mundo vê a verdadeira Finch More ”uma mulher de ação e paixão” uma mulher que despreza a derrota.

Capítulo Um

Se havia uma coisa que Finch More não suportava, era estar errada e ter de admitir isso.
Ela estivera errada.
Não deveria ter voltado a Whitechapel sozinha, a pé, ao cair da noite e com o frio a aumentar.
Não deveria ter-se exposto ao risco de ser assustada pela própria imaginação — que, convenhamos, era por vezes demasiado vívida. Ora, há pouco, julgara ouvir alguém chamar-lhe pelo nome.
— Finch.
Lá estava outra vez. Olhou em todas as direções. As ruas quase desertas, e os poucos transeuntes, embrulhados em cachecóis, caminhavam com a determinação de quem sabe para onde vai e tem pressa em chegar. Nenhum lhe dedicou sequer um olhar.
— Pateta! — exclamou em voz alta, lançando um olhar furioso a um rapazinho que, com um pão doce pegajoso na mão, lhe mostrou a língua coberta de migalhas ao passar. Que lhe importava se um insolente a julgava tola por falar sozinha?
— Gente como a senhora vai parar ao manicómio, vai! — gargalhou o miúdo. Agarrou o pão com os dentes, revirou os olhos e saiu aos saltos, agitando os braços como um louco.
Por que insistira Latimer em manter o negócio naquele Whitechapel, antro de toda a sorte de torpezas?
— É barato — murmurou, espreitando por sobre o ombro para se assegurar de que o maldito rapaz já estava longe. Latimer contava cada tostão e exigia que ela fizesse o mesmo. Por isso resolvera ir a pé em vez de apanhar um coupé após entregar uma pequena encomenda. Devia ter seguido direto para casa, como Latimer supusera, mas ele ficaria no armazém a noite inteira, quiçá sem comer, se ela o deixasse sozinho.
— Fi-inch.
O coração deu um salto, deixando-a estranhamente tonta. Ali estava — era o seu nome. Murmurado, sim, mas inequivocamente o seu nome. Alguém que não via, não, que cantarolava o seu nome de modo insensato, quisera assustá-la. Arrepios percorreram-lhe a nuca.
Quem? Não conhecia ninguém em Londres além dos outros residentes do Número 7 e dos clientes de Latimer. Dificilmente teriam dado-se ao trabalho de a importunar na rua.
Em breve estaria no armazém, em segurança. Não que já não o estivesse. Afinal, que mal lhe poderia acontecer, entre prédios e transeuntes? Houvera gente há pouco, e logo haveria mais. Apertou as alças da reticule no vinco do cotovelo. Só uma camponesa, uma rapariga dalguma aldeola da Cornualha, se poria a ouvir vozes só por estar em Londres.
— Fi-inch.









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1- Cada vez mais

2- Tudo por Smile