Rakes de Londres
Inglaterra, 1 788
Quando o pecado é a sedução... A vingança é doce!
A natureza ardente de Geórgia Exley sempre lhe causou problemas e por este motivo a jovem viúva concede aos seus amantes apenas uma noite em sua cama.
Mas Ivo Dauntry está de volta à Inglaterra e, por ele, Geórgia quebra sua regra mais sagrada: ela lhe promete seis noites de amor, uma para cada ano que ele perdeu por causa dela...
Nascido em berço de ouro,
Ivo arriscou sua reputação e sua vida em um duelo para defender a honra de Geórgia.
Agora, de volta do exílio, ele descobre que ela é tudo menos uma dama...
E logo seu ousado poder de sedução se transforma numa sensual batalha de vontades.
Mas o duelo que os uniu para sempre instigou o ódio de um homem insano, decidido a fazer Geórgia pagar por seus pecados, e mais uma vez, Ivo precisa arriscar tudo para salvar a mulher que ama...
Capítulo Um
E la rondara seus sonhos durante anos.
Cachos castanho-avermelhados e olhos cor de mel.
Um sorriso especialmente malicioso, que fazia aparecer uma covinha.
Uma chuva de sardas no busto: uma constelação desenhada por Deus para tentar os homens a imaginar o que haveria mais para baixo.
A esposa de outro homem. De todas as coisas infelizes que Ivo Dauntry tinha aprendido sobre si mesmo ao longo dos anos, sentir desejo pela esposa de outro era insignificante.
Não deveria representar nada além do fato de que ele pudera matar um homem, contrariar a vontade do avô, partir o coração da mãe e nunca olhar para trás.
Mas não era o rosto do homem que havia matado, ou a decepção da mãe, que invadia seus sonhos noite após noite. Era o dela.
O da Sra. Lionel Exley. Em seus sonhos, ela não era a comportada recém-casada, praticamente uma menina, ansiosa por abrir as asas na sua primeira visita a Paris.
Não. A sereia de seus sonhos tinha um olhar que transbordava de luxúria, e um sorriso que prometia tudo que ele sempre quis.
Mas ela sempre permaneceu fora de seu alcance.
Uma mulher sedutora, tentadora, experiente... Nada disso era real, mas ele havia tido o mesmo sonho tantas vezes, que parecia verdadeiro.
Geórgia tomara conta de sua mente de modo tão sensual como a primeira vez que havia mergulhado nu nas águas mornas do Mediterrâneo.
A Sra. Lionel Exley. A mulher parada do outro lado do ringue de boxe, naquele exato momento, segurando casualmente o braço de um homem que, na certa, não era o marido.
A única mulher cuja virtude sempre defendera.
Um ato que lhe custara caro. Carreira. Família. Amigos.
Tinha sacrificado tudo por ela, como uma ovelha no altar de algum deus bíblico.
E ele sempre achou que tinha valido a pena.
Apertou a carteira, e sentiu as moedas cortando a palma da mão.
O mar de pessoas que o empurrava ficou indistinto.
Girou momentaneamente, antes que a dor na mão o trouxesse de volta à realidade.
Nada em seus sonhos tinha sido real.
Mas vê-la agora era como se a tivesse evocado e lhe dado forma.
Ela se virou e disse algo a outro homem parado a seu lado, girando o pescoço elegantemente pálido de encontro à gola de pele que lhe envolvia os ombros como um cisne.
Ivo engoliu em seco, sentindo a luxúria percorrer o corpo como fogo líquido, do coração à virilha. Onde, diabos, estava o marido daquela criatura?
Ela parecia brilhar como uma labareda, o vestido vermelho se destacando contra os azuis e marrons monótonos dos casacos que a cercavam. Magnífica.
O ar escapou de suas narinas formando uma nuvem branca, misturando-se à resposta de seu acompanhante.
Ela sorriu, e Ivo quase pôde ouvir a risada que se seguiu.
Era como se houvesse atravessado o barulho da multidão e o atingido, deixando-o sem fôlego. Afastou o olhar com dificuldade, obrigando-se a assistir aos combatentes que se preparavam para a luta.
O que acontecia com ela não era de sua conta.
O campeão, Tom Johnson, brincava com o jovem príncipe de Gales, enquanto seu desafiante ficava parado a seu lado como um boneco.
Aparentemente, Johnson não tinha muito com que se preocupar.
O iniciante era grande, mas gordo e lento.
Ivo mudou de posição, batendo os pés no chão frio, a umidade penetrando desconfortavelmente pelas solas de suas botas.
Ele quase tinha se esquecido de como era o outono na Inglaterra: uma explosão de cores nas árvores, gelo no chão, como açúcar espalhado sobre um doce.
Estava em casa outra vez. Voltara da Itália com relutância para os braços não tão convidativos da família, e com o desagradável status de herdeiro do avô.
Agora era o conde de Somercote.
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Rakes de Londres
1. Seis Noites de amor
2. Lord Scandal