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9 de abril de 2012

Sonhos Traídos

A lua levantava-se em todo o seu esplendor e as estrelas salpicavam o céu límpido. 


Na janela de seu quarto, o Marquês de Mounteagle pensava na traição que sofrera e seu coração enchia-se de pesar. 
Não conseguia esquecer Fleur, mas sabia que ela era uma bela impostora. 
Desceu para o jardim, esperando que a paz da noite o acalmasse. Um chafariz, cujos jatos deslumbrantes lembravam fios de prata, oferecia uma visão deslumbrante. 
De repente, viu bem a sua frente, uma jovem debatendo-se nos braços de um homem que a forçava a beijá-lo! 


Capítulo Um 


1818
O Marquês de Mounteagle desceu de seu faetonte e informou ao cocheiro,
— Volte em uma hora. — Como queira, Milorde. 
O Marquês dirigiu-se ao Clube White e foi cumprimentado com deferência pelo porteiro. 
Observou através da porta aberta da sala que o homem que procurava estava sentado numa das cadeiras de couro do clube. 
Já se dirigia ao homem quando alguém nas proximidades disse, num sussurro que para ele foi bastante audível, 
— Vejam, é Mounteagle! Por Deus, não o deixe consultar o Livro de Apostas. 
Involuntariamente, o Marquês ficou apreensivo. 
Então, com um autocontrole admirável, não olhou na direção de onde provinha o comentário. 
Em vez disso, dirigiu-se a um conhecido que tinha encontrado recentemente nas corridas de cavalos e que se encontrava do outro lado da sala. 
— Você derrotou algum vencedor? — perguntou o Marquês. 
— Eu não tenho a sua sorte — foi a resposta. 
Só então o Marquês se voltou para a direita e encarou o homem que ouvira cochichando havia pouco. 
Sem pestanejar, caminhou em direção ao seu amigo Lorde Charles Carrington que o esperava. 
— Você está atrasado, Johnnie! — ele exclamou ao vê-lo — Pensei que tivesse caído nos braços de alguma mulher encantadora. 
— Não, eu apenas me atrasei, pois estava escrevendo uma carta — respondeu o Marquês. 
— Se me der três pistas eu descubro para quem você estava escrevendo — Lorde Charles pediu.
— Não — replicou o Marquês — Cuide da sua vida! 
 Lorde Charles deu uma risada e pediu champanhe ao garçom. Quando este voltou com a bebida, o Marquês pediu. 
— Traga-me o Livro de Apostas. — Muito bem, Milorde. 
O Livro de Apostas no White era lendário. 
As anotações de apostas iniciaram-se havia cem anos. 
Era guardado com carinho por seus integrantes que, sendo apostadores, lançavam nele anotações diárias. Enquanto o garçom saía para atender à solicitação do Marquês, Lorde Charles comentou. 
— Achava melhor você não ver o livro! 
O Marquês o olhou fixamente. — O que você quer dizer com isso? 
— Que poderá se aborrecer. O que os olhos não vêem o coração não sente! 
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