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28 de setembro de 2014

A Marca da Paixão



Marcada pela batalha, Lady Isobel Dalceann lutou ferozmente para defender sua fortaleza, colocando em risco a própria vida. 

Por que, então, permitiu que um estranho ultrapassasse suas muralhas? 
Embora configura uma ameaça, as cicatrizes de guerra no corpo de Marc de Courtenay também refletem as dela, fazendo com que Isobel sinta-se inclinada a depositar sua confiança em um mercenário solitário. 
E ele está cada vez mais atraído pela machucada, porém linda, Isobel. Mas agora ela treme ser traída, uma vez que Marc conhece todos os segredos de sua fortificação. 
O que acontecerá quando Isobel descobrir quem ele é de fato?

Capítulo Um

1346, Fife Ness, Escócia
De onde estava, na praia, Isobel Dalceann avistou as formas escuras contra o céu prateado. Eram oito ou mais, mesclando-se às ondas revoltas e cinzentas conforme a névoa se alastrava no horizonte.
— Ali! — gritou ela para os dois homens a seu lado. — Uns 200 metros mar adentro.
Por vezes apareciam por ali destroços de algum naufrágio, ou a carcaça de um animal marinho morto há muito tempo. Mas aquilo? A pouca claridade que ainda restava a oeste iluminou a paisagem com tons de cobre e levemente róseos, transformando o que até então era indistinguível em algo conhecido.
— São pessoas! — Ian foi o primeiro a identificar do que se tratava.
Não eram pedaços de madeira, nem um tronco de árvore que tivesse caído no mar em algum lugar perto de Dundee antes de ser levado para o sul pelas correntes geladas. Eram pessoas!
Pessoas que se afogariam se ninguém as socorresse.
Isobel sempre fora uma excelente nadadora, resistente como poucos.
Tirando os sapatos e a túnica, ela removeu a adaga amarrada aos tornozelos com tiras de pano e correu.
A água fria roubou-lhe o fôlego antes que ela atravessasse as primeiras ondas, que traziam na crista o clima gélido do norte. Quando um forte vagalhão a engolfou, fazendo o cabelo dela se enroscar nos braços, ela segurou a respiração e esperou voltar à superfície.
A cerca de dez metros, Ian gritou e Angus respondeu, a onda seguinte levantando todos eles e facilitando a visão e a direção a seguir. Isobel podia sentir nos ouvidos a própria pulsação, conforme a força da água a fazia afundar outra vez. Contando os segundos para emergir, ela bateu os pés e acabou surgindo a poucos metros de distância de um dos sobreviventes.
O sangue jorrava de um corte aberto do cotovelo ao ombro do homem, tingindo de vermelho a espuma das ondas antes de se diluir na vastidão do Mar do Norte. Ele mal registrou a presença de Isobel enquanto ela nadava em sua direção, só então notando que havia outro homem flutuando ao lado dele.
— Eu o levo para a praia se você conseguir nadar! — gritou ela acima do uivo do vento. Conforme uma chuva espessa começava a cair, os pingos formando cavidades na superfície da água, dando a impressão de que o mar borbulhava.
— Não. — Ele permaneceu imóvel, fitando-a com olhos verdes cuja expressão era de pura determinação. Olhando mais de perto, Isobel percebeu que o outro homem estava morto. — Ele morreu. O mar o levou.
Balançando a cabeça, o homem virou-se, desolado. Isobel viu, por entre a água agitada, os dedos dele se contraindo, a pele das mãos arroxeada pelo frio e marcada por pequenos cortes e hematomas enquanto ele respirava fundo várias vezes, tentando recuperar as forças. Quantas vezes ela mesma reagira assim, sentindo que a solidão, que a vida era insuportável?
— Deixe-me ajudar — pediu ela. — A distância até a praia é longa.
O toque dela no ombro dele fez o homem despertar daquela espécie de transe, e ele a fitou com toda a arrogância de alguém que não estava habituado a receber ordens.
Isobel afastou uma ligeira sensação de desconforto. Aqueles poucos minutos em que ela estava no mar haviam sido suficientes para fazê-la sentir-se congelar, e ela perguntou-se como aquelas pessoas tinham conseguido sobreviver por tanto tempo.
— A-ajude primeiros os outros q-que estão atrás de m-mim.
Quando ele moveu o braço para acomodar a cabeça do homem no ombro que não estava ferido, Isobel reparou que ele usava uma larga pulseira de ouro trabalhado.
Não era um simples marinheiro, então, que navegava pelos estreitos entre
Inglaterra e Escócia para ganhar a vida. O sotaque dele era diferente, tinha um leve timbre de alguma terra estrangeira mais distante.
Um grito atrás de Isobel a fez virar-se, sobressaltada. Ela viu Angus, ofegante de frio, batendo freneticamente os pés para se aquecer. O medo se apoderou dela. Estavam a 200 metros da terra firme, com uma tempestade se aproximando velozmente a leste, a escuridão se assomando sobre eles. Atrás de Angus, dois homens tentavam se manter na superfície para recuperar o fôlego.
Senhor... O mar era implacável, reivindicava suas vítimas sem direito a defesa ou justiça. Nadando furiosamente, Isobel esmurrou com força o homem mais velho na cabeça, livrando-se dos braços que tentavam segurá-la e pressionando-lhe a garganta, até ele revirar os olhos. Em seguida, fez a mesma coisa com o rapaz mais jovem.
— Que Dieu nous en garde! — murmurou Marc.
Aquela mulher com uma cicatriz que lhe atravessava o rosto de fora a fora estava matando os homens que estavam com ele, um a um, e ele, paralisado pelo frio, não podia fazer nada para impedi-la. Guy estava morto. Fazia tempo, talvez uma hora, que sabia disso, e ainda assim não conseguia soltá-lo. A força da água pressionava, clamava por um fim, por um descanso, e finalmente a energia que ele acumulara durante aquela tarefa de resgate o abandonou. Era inútil persistir. Estava acabado. Quando relaxou as mãos e suas pálpebras se fecharam, sentiu o calor, que há muito havia deixado seu corpo, voltar acompanhado por um forte feixe de luz.
Escócia. A terra de seu pai. Ele quase conseguira.
— Segure-o por trás — Isobel instruiu Angus. — Não o deixe virar-se, pois o pânico fará com que ele o afogue.
— Não consigo segurar os dois!

7 de abril de 2013

Marcada Pelo Destino





Lady Isobel Dalceann, gravemente desfigurada, lutou com unhas e dentes para defender sua fortaleza, sem pensar apenas em sua segurança. 


Então, por que deixar que um desconhecido cruzar seus muros? 
Embora sinta o perigo, seu corpo marcado pela guerra é um reflexo de suas próprias cicatrizes e a prova para depositar sua fé nele. 
Marc de Courtenay é um mercenário solitário, mas se sente atraído pela ferida e bela Isobel. 
Mas ao deixá-lo entrar em suas muralhas altamente protegidas, proporciona-lhe sem querer segredos que o permitirão traí-la. 
O que fará Isobel se descobrir quem é Marc de verdade…? 

Comentário revisora Sandrinha DD.: Mais um livrinho para as românticas de plantão. Um guerreiro valente, inteligente, protetor, possessivo e que gosta de certos aromas kkkkk. 
Uma mocinha guerreira com muitos traumas, mas determinada e corajosa. Adorei o casal. Uma leitura agradável sem dúvida. Quase não morre ninguém, kkkkk. Boa leitura. 

Capítulo Um 

Fife Ness, Escócia - 1346. 
Isobel Dalceann viu as silhuetas da praia, além das ondas, girando na corrente. Havia oito ou mais, perdidos na tempestade entre a névoa. 
 —Lá! —gritou para os dois homens que estavam ao seu lado. — Há duzentos metros da costa! 
O mar às vezes arrastava os restos de alguma embarcação, ou o esqueleto de alguma criatura marinha morta algum tempo atrás... mas aquilo? 
O entardecer se estendia do oeste, cobrindo tudo de um rosa pálido, até transformar algo desconhecido em algo conhecido. 
—São pessoas! Foi Ian quem disse. Não era madeira, nem um peixe morto ou um tronco de uma árvore que havia caído perto da água de Dundee e que tinha chegado até o sul, graças às correntes frias. 
Não, tratava-se de pessoas. Pessoas que se afogariam caso ela não os ajudasse; sempre foi uma boa nadadora. Tirou suas botas e a túnica, depois a adaga que estava presa no tornozelo e saiu correndo. 
A água gelada cortou sua respiração antes de ter atravessado as primeiras ondas; quando o cabelo enrolou nos braços a impedindo de continuar nadando, parou para prendê-lo. 
A uns dez metros Ian gritou e Angus respondeu. A seguinte onda levantou a todos e os ajudou a avançar. Isobel pôde ouvir o batimento do seu coração nos ouvidos quando a força da onda a puxou para baixo. Contando os segundos para voltar à superfície, esperneou com força e apareceu a uma curta distância de um dos sobreviventes. 
Uma ferida aberta do cotovelo até o ombro tingia o mar de vermelho e se misturava com a espuma, antes de perder-se na grande imensidão do oceano. 
Apenas reparando sua presença, Isobel enquanto se aproximava viu que havia outra pessoa flutuando a seu lado. 
—Eu me encarregarei dele enquanto você nada — gritou por cima do vento e da chuva começava a cair. 
—Não — respondeu ele com a tenacidade de alguém que não estava disposto a render-se, com uns olhos verdes carregados de determinação. 
Quando Isobel se fixou, viu que o homem que havia entre eles estava morto. 
— Se foi. O mar o levou. Negou com a cabeça e se separou dela. Depois respirou profundamente uma vez, duas vezes, recuperando a força e a vontade. 
Quantas vezes ela fez isso, quando a solidão era insuportável? 
—Deixa que eu ajude —gritou Isobel, — pois a margem está longe — tocou em seu ombro e o tirou de seu inferno particular.
Ele a olhou com a arrogância de alguém que não estava acostumado às ordens. Isobel tentou controlar sua ansiedade. Estava há poucos minutos na água e já estava congelada; perguntava-se como aquelas pessoas puderam sobrever tanto tempo.
 —Ajuda aos outros primeiro — quando moveu a mão para amparar a cabeça do homem que segurava, um bracelete de ouro apareceu em seu pulso.
 Então, não se tratava de um marinheiro qualquer que ganhava a vida navegando pelos canais entre a Inglaterra e Escócia. Seu acento parecia provir de um país estrangeiro.
 Isobel ouviu um grito atrás dela e deu a volta. Viu que Angus ofegava tremendo de frio, respingando e mexendo as pernas sem parar para tentar esquentar. Sentiu pânico. 
Estavam a quase duzentos metros da costa, com o mar enfurecido pela tempestade. 
Atrás dele, dois homens tentavam subir em costas em sua luta para tomar ar. Santo Céu. 
O mar levava suas vítimas sem recorrer ao jogo limpo, pensou Isobel. 
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24 de dezembro de 2011

A Dama Feiticeira







Senhor de Ullyot OH, valente guardião da fronteira! 

A escura vingança e o perigo vos espreitam sem descanso entre Jedburgh e Stark. 
Os ardilosos ladrões do sul passarão os rios. 
Aplaudam aos soldados de Ashhlane, Lutem até o final.
Com ela poderia obter sua vingança... Madeleine Randwick era sua refém e uma maneira de conseguir o que quisesse do irmão dela. 
Como parte importante das perigosas e complicadas políticas fronteiriças, Alexander de Ullyot, senhor de Ashblane, não ia ter escrúpulos em usar a jovem para seu próprio benefício. 
Além disso, devia acabar com ela assim como queria acabar com seu irmão. 
Mas não podia fazê-lo... Talvez fosse sua cabeleira de fogo o culpado ou o suave tom de sua voz que o tinha enfeitiçado. 
Sabia que essa mulher ia ser um perigo, mas sua teimosia lhe intrigava e o esforço com qual buscava sua independência.

Capítulo Um. 

Castelo do Heathwater, noroeste da Inglaterra, 30 de setembro de 1358. 
«Existem umas terras que estão entre os reinos da Inglaterra e da Escócia...» 
—Ian! A angústia do grito viajou com o vento pelas terras de Heathwater enquanto Alexander Ullyot tirava a jaqueta e olhava, fora de si, para o corpo morto de seu companheiro de clã. 
Chovia torrencialmente e Lady Madeleine Randwick, que observava tudo do bosque, não podia acreditar que tanta emoção saísse desse homem. 
Porque o chefe do clã de Ullyot, nascido e criado nas terras altas da Escócia e filho ilegítimo de um membro da realeza que nunca o tinha reconhecido como tal, era conhecido, sobretudo por sua crueldade. 
E podia entender perfeitamente por que era assim. 
Fixou-se no rosto desse homem, que parecia ter sido esculpido no mais duro e frio dos mármores. Não era um rosto agradável. 
Não refletia os sonhos dos jovens, mas sim parecia estar curtido pela tragédia e marcado pelo perigo constante que rodeava sua existência. 
Podia ver de onde estava a cicatriz que cortava em duas sua bochecha direita e se estendia até seu cabelo loiro escuro. 
Tinha beleza, mas era uma beleza dura e selvagem que a deixava sem respiração. 
Percebeu que quem tinha curado aquela ferida não tinha merecido ser pago por seu trabalho nefasto. 
Estremecida, cobriu-se melhor com a capa enquanto contemplava a afiada espada. 
E Sabia que estaria perdida se ele a visse. 
Ela agachou-se um pouco mais enquanto contemplava quantas feridas tinha no braço e nas costas. Deu-se conta de que podiam chegar a infectar-se e envenenar seu sangue. 
Pensou nas possibilidades que tinha. Se esse homem morresse, seu irmão podia chegar a relaxar um pouco a guarda ao redor de Heathwater, lhe dando assim a oportunidade que necessitava para escapar. 
Porque só podia pensar em escapar de Noel, Liam e desse lugar, Heathwater. 
Estava há muito tempo sonhando com algo assim. 
Estava a ponto de virar-se quando viu que os ombros do homem começavam a tremer. 
«Está chorando», pensou. 
O odiado senhor de Ullyot, açoite dessas terras e instigador de centenas de sangrentas batalhas, estava chorando enquanto aproximava a mão do homem caído de seus lábios em um gesto de última despedida. 
Ficou imóvel.  Desconcertava-a ver alguém tão forte e invencível mostrando tal aflição. 
Notou então como o senhor de Ullyot esticava seu corpo ao escutar algum som procedente do outro lado do vale. 
Ele limpou os olhos, sujando de terra seu rosto, e ficou em pé com um ar desumano. 
Não demorou nem um segundo em tirar a espada de fio duplo e empunhá-la com força. 
Esse era seu inimigo.
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