Trilogia Amantes
A vivaz Gabriella St. George é pobre, mas ainda orgulhosa.
Graças à benevolência de um generoso parente, ela obtém a oportunidade de uma nova vida em Londres, sem imaginar que vai se enredar em uma sensual batalha de vontades com um libertino irresistível que não acredita no amor.
Com uma carícia abrasadora, Anthony Black convida Gabriella a compartilhar sua cama.
Mas ela quer seu coração e seu nome e assim a determinada beleza embarca em um jogo atrevido de sedução para ganhar ambos.
Firmemente comprometido com os prazeres de sua solteirice, Tony Black, Duque de Wyvern, não tem intenção de oferecer a todas as mulheres mais que uns momentos compartilhados de erótico prazer.
Mas Gabriella põe a prova sua têmpera, escava sua resolução, e rompe o gelo ao redor de seu coração com cada sorriso doce, olhar zombador, e um beijo extasiante.
De repente, um homem que desfruta só de prazeres carnais deve enfrentar o inesperado: uma paixão que pode conduzi-lo ao amor eterno.
Capítulo Um
Londres, Fevereiro de 1815.
Tudo o que precisava era uma única bala atravessando diretamente o coração, disse para si mesma Gabriella St. George enquanto apertava a pistola dentro de sua palma. Ela era uma boa atiradora e confiava em suas habilidades. Afinal de contas, tinha sido ensinada pelos melhores professores, o próprio Moncrief, conhecido como o melhor atirador do mundo civilizado.
Sua maior preocupação era achar a coragem para aferrar-se a sua determinação e seguir adiante com seu plano mantendo o braço firme, sem tremer tão violentamente para não errar seu alvo.
Supôs que tinha boas razões para seu nervosismo, já que antes dessa noite as únicas vidas que havia tirado fora as de animais, coelhos e aves que caçou para comer, enquanto viajou por toda a Inglaterra. Inclusive foi capaz de caçar um veado para manter a fome à distância. Mas esta noite seria diferente.
Essa noite planejava matar um homem. Oculta nas sombras profundas que obscureciam as paredes e os cantos do estúdio, ela esperava, sabendo que em algum momento ia chegar.
Esteve observando-o toda semana passada e conhecia muito bem seus hábitos, sabia que sempre se detinha em sua escrivaninha durante uns minutos toda noite antes de retirar-se a seu quarto.
Graças a uma criada que não se importou em conversar com uma estranha amistosa, enquanto esperava para completar suas tarefas, Gabriella soubera que, à exceção dos criados, vivia só nessa imensa casa.
Sua esposa e seus filhos pequenos, segundo o que o havia dito, estavam em sua propriedade, ao norte da Inglaterra.
A informação tinha sido um alívio, já que não tinha nenhum desejo de implicar inocentes nesse assunto. Afinal os crimes eram dele; era o único que merecia o castigo.
Mesmo assim, não podia deixar de lado por completo a culpa que a mordiscava como um cardume de peixes diminutos, consciente de que suas ações dessa noite causariam uma enorme dor a outros. Mas pôs de lado seus remorsos. Uma vida, em troca de outra, argumentou para si mesma.
Quando deslizou através de uma janela convenientemente desprovida de ferrolhos há um par de horas, tinha ouvido o som baixo de conversas masculinas, pontuadas por esporádicos estalos de risadas.
Convidara alguns amigos, um pequeno grupo de homens reunidos para compartilhar o jantar, e depois bebidas enquanto jogavam umas quantas rondas de cartas. Muito tempo atrás aprendeu a arte da paciência, por isso podia permitir-se estar instalada em um canto, pistola em mão, e esperando passar o tempo.
Por fim, a casa se tornou silenciosa quando seus convidados se despediram e se foram, os criados também se retiravam a seus aposentos.
Só o tic-tac constante dos elaborados relógios de madeira acetinada do aposento rompiam o silêncio, junto com o chiado suave do fogo que fora reavivado fazia pouco mais de uma hora. Agora falta pouco, julgou, logo ele vai estar aqui. Modificando sua postura, tratou de aliviar a rigidez e a tensão acumulada em seus músculos e articulações. Outros cinco minutos transcorreram antes que finalmente escutasse seus passos. Pressionou as costas contra a parede, e se afundou mais nas sombras que a ocultavam enquanto o observava entrar em passadas no aposento. Desde o momento em que entrou no estúdio, dominou o espaço, não só com seu impressionante tamanho e sua figura atlética, mas também com a contundência inata de sua personalidade. Apesar da penumbra, reconheceu arrogância em seu porte, junto com um inconfundível ar de autoridade e nobreza que assumia ele levava desde seu nascimento, se ela não tivesse conhecido outra faceta dele.
Trilogia Amantes
1 - Amante Honrada
2 - Amante por Acidente
3 - Sua Amante Favorita
Trilogia Concluída