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7 de outubro de 2010

Jessie e James

Trilogia Legacy
Jessie conhece James desde que tinha catorze anos e começou a correr como jóquei, representando o haras de seu pai.
Apesar das constantes provocações de James, Jessie o adora.
Na verdade, ela nutre por ele uma paixão secreta, mas não consegue demonstrar o que sente, ou não sabe como fazê-lo, e o resultado é uma impressão exatamente oposta, agravada pelo fato de ambos serem adversários nas pistas de turfe.

Nada preparou Jessie e James para a reviravolta do destino que mudaria suas vidas para sempre.
Um tombo de uma árvore, em circunstâncias suspeitas, compromete a reputação de Jessie, obrigando James a lhe propor casamento, o que, por sua vez, desencadeia uma série de estranhos pesadelos em Jessie, pesadelos perturbadores, que sugerem algo terrível relacionado à sua infância, um mistério assustador que precisa ser desvendado para que eles possam, finalmente, encontrar a felicidade nos braços um do outro...

Capítulo Um

Baltimore, Maryland Março de 1822

óquei Clube do condado de Slaughter. Sábado, última corrida. A derrota era certa.
Perder era sempre difícil. Principalmente para Jessie Warfield. James sabia que Rialto, o representante do Haras Warfield, o estava alcançando, com seus cascos golpeando firme e velozmente a pista de terra.
Virou a cabeça sobre o ombro esquerdo, movido por um reflexo. 

Rialto estava correndo mais rápido do que um sedutor da cama de sua amante, ao ouvir os passos do marido se aproximando pelo corredor.
James curvou o corpo para a frente e alongou-o até encostar o rosto à orelha de Tinpin. Tinha por hábito falar com seus cavalos antes das corridas e também durante as competições, para lhes transmitir ânimo e confiança.
Tinpin era um bravo competidor, sem deixar de ser dócil.
Lutava pela vitória tanto quanto seu dono. 

Sua determinação só foi esquecida uma vez, quando preferiu reagir a um jóquei que lhe batera com um chicote, impedindo-o de continuar em sua garupa, a disputar o prêmio.
Tinpin estava ofegante. Da raça quarto de milha, aquela era a segunda corrida de que participava na categoria.
Rialto levava vantagem sobre ele, tanto em capacidade quanto em experiência.
James, contudo, continuava a pressioná-lo pelos flancos, com os pés e os tornozelos, e a dizer que acreditava que ele seria capaz de vencer Rialto, um nome tolo, de uma ponte de Veneza.
Ainda lhe prometeu uma ração extra de aveia e uma taça de champanhe diluída no cocho de água.
E o cavalo acelerou, e foi diminuindo a distância, mas perdeu assim mesmo, embora apenas por uma cabeça.
James afagou o pescoço de Tinpin e confortou-o, certo de que seu cavalo teria conquistado o primeiro lugar se tivesse sido outro jóquei a montá-lo.
Tinpin estava coberto de suor, resfolegando com insistência.
A multidão assobiava e ovacionava.
Algumas vaias se misturavam aos aplausos. 

As pessoas diziam que James era um mágico com seus cavalos. Não naquele dia.
Não conseguira levar Tinpin nem mesmo em segundo lugar à linha de chegada. No último instante, um puro-sangue castanho, como Rialto, o vencera.
O animal era jovem, com quatro anos, de nome Pearl Diver, também pertencente ao Haras Warfield.
James conduziu Tinpin para as cocheiras, pensativo. 

Ao apear, brandiu o chicote contra sua bota e baixou a cabeça. 
Em sã consciência, não podia culpar seu cavalo. 
A derrota se devera ao excesso de peso do cavaleiro.
— Que fiasco, James! Você me fez perder dez dólares.
Um sorriso se sobrepôs à onda de depressão diante de Gifford Poppleton, que caminhava em sua direção. 

Um bom rapaz. James aprovara o casamento da irmã, Ursula, com Giff, um ano antes.
— Não ficará mais pobre por isso, cunhado!
— Não, mas não é essa a questão! — Giff e James prosseguiram lado a lado. — Você é grande demais para ser um jóquei. Seja cordato, meu caro. Vinte e cinco quilos fazem uma grande diferença!
James parou e cruzou os braços.
— Brilhante dedução! Pena que eu não tivesse desconfiado até agora.
Giff não se importou com o sarcasmo do cunhado e abraçou-o pelo ombro.
— Eu não queria ter usado de franqueza com você. Ursula insistiu tanto que eu acabei cedendo.
— A fedelha pesa ainda menos — James resmungou.
— Fedelha? Oh, já sei quem é. Jessie Warfield, claro. Você sempre se refere a ela desse jeito, embora a menina tenha crescido e se transformado em mulher.Redcoat poderia tê-la derrotado, se você não gostasse tanto de correr. É um excelente jóquei. Você o treinou muito bem. Quanto ele pesa? Cinqüenta quilos?


Trilogia Legacy
1 - A Duquesa
2 - O Legado de Nightingale
3 - Jessie e James
Trilogia Concluída

6 de outubro de 2010

O Legado de Nighthingale

Trilogia Legacy

Sem Medo de amar.

Caroline Derwent-Jones está a um dia de completar dezenove anos.
E está desesperada para escapar do controle de seu primo e guardião, o odioso, obsessivo e assustador Roland Falkes, que tem planos nada agradáveis para ela.
Caroline consegue fugir para a casa de sua tia, apenas para descobrir que a pobre mulher morreu em circunstâncias misteriosas.
Começa, então, uma série de atentados à vida de Caroline, que procura a ajuda de Frederick North Nightingale, o fascinante cavalheiro que ela conheceu numa estalagem, a caminho da casa da tia. À medida que o perigo e o mistério aumenta, Caroline se vê cada vez mais atraída por North, que insiste em afirmar que é um homem solitário, talhado para uma vida reclusa.
A idéia de levar uma mulher para sua casa é inconcebível para North, até então. 

Porque, para sua surpresa, ele descobre que o que mais deseja é que Caroline Derwent-Jones entre em sua vida, para nunca mais sair.

Capítulo Um

Promontório St. Agnes — 
Cornualha Agosto, 1814
Frederick North Nightingale olhou para a mulher caída a seus pés. Estava curvada, com os joelhos dobrados quase lhe tocando o peito, os braços sobre a cabeça, como se tivesse tentado se proteger ao cair do alto do rochedo.
O vestido de musselina azul-claro, antes elegante, estava sujo e rasgado debaixo dos braços. Uma das sandálias pendia do pé direito, presa pelas tiras de couro, rebentadas e torcidas.
North ajoelhou-se ao lado do corpo da mulher e afastou-lhe da cabeça, delicadamente, os braços endurecidos.
Avaliou que ela devia estar morta havia pelo menos dezoito horas, pois os músculos começavam a relaxar novamente, o rigor da morte diminuíra.
Ele pressionou de leve os dedos sobre o pescoço da mulher, onde a gola do vestido tinha sido arrancada. Por que tentava encontrar a pulsação, não saberia dizer. Talvez estivesse esperan
do por um milagre, mas, claro, não havia batimento nenhum, apenas um corpo frio e morte. Nos olhos azuis, voltados para North, não tinha o menor sinal de calma aceitação, estavam saltados de terror, com a certeza da morte iminente.
Embora tivesse visto muitos homens morrendo numa batalha ou depois do combate, por causa de uma infecção, a morte dessa mulher tocou North de modo diferente.
Ela não era um soldado manejando uma espada ou um mosquete.
Era uma criatura frágil e desamparada diante de uma queda tão violenta.
North fechou os olhos da mulher, depois pressionou o queixo para fechar a boca, muito aberta, num último grito.
Não conseguiu fechá-la, e o terror continuou presente para ser visto, uma vez que não podia ser ouvido.
Permaneceria ali até que o corpo se tornasse nada além de ossos brancos, descarnados.
North ergueu-se devagar e afastou-se, mas não muito para não despencar da estreita borda, indo cair diretamente no mar da Irlanda, cerca de doze metros abaixo.
O cheiro da água salgada era forte e o barulho das ondas batendo nas eternas rochas negras e escarpadas era alto, mas, para ele, essa agitação rítmica era curiosamente calmante.
Tinha sido assim desde que ele era garoto, acostumado a fugir de casa em busca de paz.A mulher morta não era estranha para ele.
Não a reconhecera de imediato, mas depois de um instante soube que se tratava de Eleanor Penrose, viúva do juiz de paz, Josiah Penrose, dona de Scrilady Hall, que ficava a uns cinco quilômetros dali, ao norte, perto da angra Trevaunance.
Ele a conhecia desde que ela chegara à região, vinda de algum lugar de Dorset e se casara com o juiz de paz.
North era na época um garoto de dez anos.
Lembrava-se bem de Eleanor, jovem alegre, com grandes seios é um sorriso maior ainda, os cabelos castanho-claros caídos ao redor do rosto em cachos que balançavam quando ela brincava com o marido, conseguindo arrancar-lhe um sorriso, apesar de ele estar sempre com os lábios comprimidos.
Agora Eleanor Penrose estava morta, encolhida como um bebê na estreita borda do penhasco. Tinha sido um trágico acidente, pelo menos era o que devia parecer.
Mas ele sabia intimamente que isso não seria possível.
Eleanor conhecia toda a região tão bem quanto ele.
Ela não sairia andando sozinha pelos rochedos íngremes, tão longe de casa, para escorregar e cair do alto de um dos penhascos.
Não fazia sentido. Então, o que teria, realmente, acontecido?


Trilogia Legacy
1 - A Duquesa
2 - O Legado de Nightingale
3 - Jessie e James
Trilogia Concluída

5 de outubro de 2010

A Duquesa

Trilogia Legacy

Paixão e intriga!

Por ser sempre serena e controlada, a filha ilegítima do conde de Chase é chamada de Duquesa.
Após ficar órfã, ela recebe a inesperada notícia de que foi legitimada e transformou-se em uma herdeira.
Porém, ao discordar das cláusulas do testamento de seu pai, ela descobre que a única maneira de consertar a situação é casando-se com seu teimoso primo... 
Dono de um temperamento explosivo, Marcus, o novo conde de Chase, fica revoltado ao saber das providências tomadas pelo tio e vai para Paris.
Ele não imagina, contudo, que logo se verá preso a um casamento indesejado com a distante Duquesa.
De volta à propriedade da família, os dois se deparam com a visita de parentes americanos em busca de um tesouro escondido.
Enquanto isso, misteriosos atentados que põem em risco a vida de Duquesa aproximam o casal, trazendo à tona os reais sentimentos que têm um pelo outro...

Prólgo

Em junho de 1804, no segundo dia de sua visita a Chase Park, aos nove anos de idade, ela ouviu uma criada dizer a Tweenie que ela era uma bastarda.
— Uma bastarda!? Absurdo! A menina é uma bastarda, Annie? Todo mundo diz que é uma prima da Holanda ou da Itália...
— Prima da Holanda ou da Itália o diabo! A mãe dela mora perto de Dover, e o senhor a visita freqüentemente. Ouvi a sra. Emory contar à cozinheira. Sim, ela é filha bastarda do lorde. Veja aqueles olhos azuis!
— É muita ousadia do lorde trazer sua bastarda para cá, no nariz de milady!
— Sim, mas a nobreza é assim. O lorde deve ter uma coleção de bastardos espalhados por aí. Que diferença faz mais um? Mas ela está aqui e, por isso, deve ser especial. E é toda sorriso e doçura, como se este fosse o seu lugar! Milady ignora a menina, mas ela vai passar pelo menos duas semanas aqui.
— E mais do que o suficiente. Imagine, trazer uma bastarda a Chase!
— Mas a menina é bonita!
— E o lorde é tão belo quanto o avô dele. Minha avó me contou que ele era um cavalheiro de grande nobreza e beleza... Faz sentido que a menina seja linda. Aposto que a mãe também não é feia. Ouvi a sra. Emory dizer que eles estão juntos há doze anos... como se fossem casados.
As duas criadas se afastaram, ainda conversando. Ela permaneceu escondida em um dos muitos nichos do corredor do segundo andar, imaginando o que seria uma bastarda. Não era nada bom, isso ela sabia.
O conde de Chase era seu pai? Ela balançou a cabeça veementemente.
Não, ele era seu tio James, irmão mais velho de seu pai, e ia visitá-la a cada dois meses para se certificar de que ela e a mãe estavam bem.
Seu pai fora morto em fevereiro de 1797, quando tropas francesas tinham invadido a Inglaterra.
Ela sempre ouvia a mãe dizer como havia quase dois mil franceses, não soldados de verdade, mas criminosos, todos libertados de prisões e perdoados em troca do ataque a Avon e da destruição de Bristol, seguida de Liverpool.
Sua mãe dizia também que aqueles criminosos franceses tinham desembarcado em Pencaern, e lá haviam sido enfrentados e rendidos pelo exército de Pembrokeshire.
E seu pai liderara aqueles bravos ingleses, que derrotaram os franceses que ousaram pisar em solo britânico. Não, seu verdadeiro pai era o capitão Geoffrey Cochrane, e ele morrera como herói, defendendo a Inglaterra.
Os olhos de sua mãe sempre se tornavam mais suaves quando ela dizia:
— Seu tio James é um nobre, minha querida, um homem muito poderoso, com muitas responsabilidades, mas ele vai cuidar de nós para sempre. Ele tem a própria família, por isso não pode nos ver sempre. As coisas são assim e sempre serão. Mas, não esqueça, ele nos ama e nunca vai nos abandonar.
E quando ela completara nove anos, sua mãe a mandara para passar duas semanas com tio James em sua magnífica mansão chamada Chase Park, perto de Darlington, no norte de Yorkshire.
Ela havia implorado à mãe para acompanhá-la, mas ela simplesmente balançara a cabeça e dissera:
— Não, minha querida, a esposa de seu tio James não gosta de mim. Fique longe dela. Você tem primos lá e vai se aproximar deles, mas mantenha distância da esposa de seu tio. Lembre-se, amor, nunca fale sobre você. E aborrecido, não acha? Muito melhor guardar segredos e ser misteriosa.
Ela havia evitado a condessa de Chase com pouca dificuldade, porque a dama, na única vez em que a vira, a olhara com grande desprezo e depois saíra da sala. Nem ela nem seus primos se uniam ao conde e à condessa na sala de jantar todas as noites; por isso era fácil manter-se longe dela.
Tio James era diferente ali em sua mansão, com tantos criados em uniformes elegantes de botões dourados reluzentes.
Era como se houvesse empregados em todos os lugares, em cada corredor, sempre olhando, mas nunca falando.
Exceto por Annie e sua colega.
Tio James era atencioso em Rosebud Cottage, quando ia visitá-la e conversar com sua mãe, mas agia diferente ali.
Ela franziu a testa, tentando entender por que ele não a abraçara. Seu tio a chamara na biblioteca, um aposento quase tão grande quanto a casa onde ela morava, com paredes cobertas por livros e escadas que corriam por trilhos presos ao teto.
Tudo ali parecia pesado e escuro, até o luxuoso tapete sob seus pés. Quando ela entrou, não havia nada além de sombras, pois era final de tarde e as cortinas estavam fechadas. Mas ela viu o tio e sorriu.
— Olá, tio James. Obrigada por ter me convidado para ficar aqui.
— Olá, minha querida criança. Entre, e vou lhe dizer como deve agir enquanto estiver aqui.

Trilogia Legacy
1 - A Duquesa
2 - O Legado de Nightingale
3 - Jessie e James
Trilogia Concluída