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26 de setembro de 2015

Seu Segredo Pecaminoso

Trilogia Solteiros e Desavergonhados
Prometida a um irmão, e depois casada com outro, Julianne Sutton se vê como um peão em um jogo desconhecido. O novo e enigmático marquês de Longhaven sabe tudo sobre a arte do engano, mas está perplexo com a inocência. Sua nova esposa é confiante, amável e totalmente fascinante. Imagine sua surpresa quando descobre que ela tem segredos próprios. Enquanto ele luta contra um inimigo impiedoso, ele rapidamente aprende que o amor tem um conjunto de regras totalmente diferente.

Capítulo Um 

O erro de cálculo foi fatal. Quando Michael Hepburn se virou, um segundo mais tarde do que o necessário para evitar a facada em cheio, a tênue luz da luz lhe proporcionou uma imagem vaga da figura na penumbra. 
Percebeu que a afiada lâmina atravessou a fina casaca de brocado e sentiu a fria mordida do aço no corpo. Uma dor aguda o invadiu, inclusive quando, de forma reflexa, deu um golpe com o pé e ouviu o som surdo do pontapé. 
O assaltante grunhiu e recuou, cambaleando pelo chão de pedra engordurado, mas não demorou a recuperar o equilíbrio e lançou-se de novo sobre ele. Felizmente, dessa vez Michael não estava desprevenido. Ele se esquivou inclinando o corpo para trás e deixou que o impulso do atacante o aproximasse o suficiente para lhe acertar um gancho de direita. 
Como o beco pestilento estava muito escuro, em vez de acertá-lo em pleno queixo, pegou de mau jeito em um dos lados do pescoço. Ouviu-se um gemido agudo e Michael aproveitou para dar outro pontapé no desconhecido, mas desta vez, na entreperna. Jogo limpo era para quem se podia dar ao luxo da derrota. Isso ele havia aprendido na Espanha. 
Ter uma morte honrosa tudo bem, mas, em sua opinião, viver era muito melhor, e não lhe ocorria nada mais sórdido do que perder a vida em um beco imundo de Londres. 
O atacante conseguiu se esquivar do pontapé, – o que demonstrava que também ele se vira em mais de uma luta suja e havia previsto o golpe, – mas patinou no chão escorregadio e caiu como um saco de batatas. Porém ele perdeu a faca, e enquanto se abaixava para reavê-la, Michael viu a figura se pôr de pé com dificuldade, dar meia volta e sair correndo. 
A própria respiração dele abafou o estrondo dos pés correndo ao bater no chão. Se não fosse pela sensação morna e melada do sangue que ensopava sua roupa, talvez ele tivesse tentado caçar o homem para arrancar-lhe alguma informação. 
— Inferno – resmungou, abrindo a casaca riscada para olhar o ferimento. A camisa branca de linho já exibia um vivo tom de escarlate. Aquele mal parido, fosse lá quem fosse, pretendia causar-lhe dano de verdade. A lâmina devia ter topado com uma costela, por isso, embora o ferimento sangrasse muito, Michael não considerou que fosse grave. 
Ele já havia sido ferido o suficiente para saber quando tivesse chegado o momento. Não obstante, aquele ferimento não podia ter sido mais inoportuno. Tirou o relógio do bolso do colete e semicerrou os olhos para poder ver a hora à escassa luz, procurando ignorar o fedor de lixo que o rodeava. 
Já era muito tarde, mas ele não podia voltar para casa naquele estado porque poderia encontrar alguém ainda acordado. A enorme mansão estava cheia de parentes e convidados de todo tipo. Felizmente, tinha outras opções. Andou até onde o esperava o veículo que havia alugado a preço de ouro. 
A carruagem ducal teria chamado muito a atenção naquele lugar de negócios escusos e de contravenções, e albergues de telhados e portas desmanteladas, indicativos da sordidez do entorno. Certamente ele estava um pouco tonto quando chegou ao veículo. O cocheiro, um homem de rosto afilado e barba desastrosa, alarmou-se ao vê-lo aparecer. 
— Caramba, algum problema, chefe? 
— Está falando do sangue? – perguntou Michael com cinismo. – Os bandidos estão ficando cada vez mais atrevidos. O cocheiro teve a delicadeza de não mencionar o quão tarde da noite era e o bairro de má reputação no qual se encontravam. 
Com uma boa gorjeta, ele se esqueceria do que havia visto. Michael lhe deu um endereço, subiu no velho veículo e se instalou com muito cuidado no assento. O trajeto foi um tanto quanto agitado, mas, felizmente, não muito longo; não demoraram a sair daquele bairro horroroso e chegar a uma parte mais elegante – e segura – de Londres. Tratava-se de uma quinta elegante, mas discreta, nos arredores de Mayfair e, para seu alívio, via-se luz em uma das janelas do andar superior. 
Ele desceu resmungando uma palavra de agradecimento e acrescentou uma quantidade substanciosa ao preço da viagem. 
 — Se me faz o obséquio, esqueça-se de mim e do incidente. A julgar pelo semblante do homenzinho, decerto ele estava pensando que as excentricidades da aristocracia, embora impenetráveis, eram proveitosas e, após assentir com a cabeça, voltou para o assento suspenso, incitou o esquálido cavalo e o coche se afastou com grande estrépito. Apesar da hora, a porta da elegante mansão foi aberta por um homem com uma cicatriz no rosto e semblante impassível. Estava de camisolão e o cabelo escuro alvoroçado, o que indicava que já havia se retirado para dormir. Eram quase da mesma estatura e, embora lhe falasse com respeito, o olhar fixo com o qual olhava para Michael não era sinal de  comedimento. Afastou-se e o convidou a entrar. 
— Senhor Marquês, entre por favor. 

Trilogia Solteiros e Desavergonhados
1 - Meu Lorde Escândalo
2 - Um Erro Inconfessável
3 - Seu Segredo Pecaminoso
Trilogia Concluída

29 de agosto de 2015

Meu Lorde Escândalo

Trilogia Solteiros e Desavergonhados
Sem medo do escândalo

Uma jovem debutante encontra um libertino na varanda da sua alcova. 
Não só a reputação dele se interpõe entre ambos, mas também a antiga inimizade entre as duas famílias, que porá à prova esse amor.
Por que será que a jovem lady Amélia Hathaway só se interessa pelas empreitadas difíceis? 
Por que, dentre todos os jovens da alta sociedade londrinense, ela teve que se fixar em lorde Alexander St. James, tão famoso pelos heroísmos de guerra quanto pelo desprezo que tem pelas regras sociais e os compromissos sentimentais?
Agora Amélia já pode dar nome ao misterioso ladrão que, à noite, surpreendeu-a na varanda do quarto dela e lhe roubou um beijo. 
Lorde Alexander, o filho mais novo do duque de Berkeley, é um vulgar delinquente? Isso é, com efeito, impossível.
O jovem e atraente aristocrata colocou novamente sua reputação em perigo por causa de uma mulher. Mas desta vez se trata de uma mulher muito especial, e quase que a única capaz de obrigá-lo a fazer algo que, em princípio, não quer: sua avó. A velha senhora precisa recuperar um objeto ligado ao passado da família, e essa chave abrirá o coração de Amélia e Alexander.

Capítulo Um

O beco no qual lorde Alexander St. James tinha posto os pés estava sujo e fedia a ranço; estava quase convencido de que, se caísse do parapeito, aterrissaria sobre uma ratazana de bom tamanho. Como esmagar roedores escorregadiços não estava entre os seus passatempos favoritos, agarrou-se com mais força e calculou a distância que o separava do próximo telhado, que pareciam tão distantes quanto Londres de Edimburgo, mas na realidade, devia estar a poucos metros apenas.
— Que diabo há com você? – sussurrou uma voz na escuridão. – Salte de uma vez. Isto foi ideia sua!
— Eu não vou saltar – replicou, pois não estava disposto a confessar que tinha pavor de altura.
Estava assim desde aquela fatídica noite na qual havia salvado a altíssima muralha da cidadela de Badajoz com Forlorn Hope. Ainda se lembrava da chuva fina, das escadas abarrotadas de homens e do imenso vazio negro lá embaixo...
— Eu sei que foi ideia minha – resmungou.
— Então, creio que, salvo se lhe apetecer dar um passeio pela prisão de Newgate, – coisa que, por certo, a mim não, – você vai concordar comigo que precisa agir, porque o alvorecer está prestes a raiar.
A prisão de Newgate. Alex não gostava de espaços fechados tanto quando de altura. Depois do que lhe contara a avó há alguns dias, quis ter uma imaginação menos fértil. Ser trancafiado numa cela miserável era a última coisa que queria no mundo, mas, pelos seres queridos – filosofou explorando o vazio – teria que assumir riscos, e ele adorava a avó.
Esse pensamento o inspirou o suficiente para cobrir a distância e pousar com uma pancada seca do outro lado, com precário equilíbrio sobre as pequenas tábuas cobertas de fuligem. O companheiro lhe fez um sinal com a mão e, agachado, iniciou a lenta peregrinação até a próxima casa.
A lua era uma forma oblonga um tanto coberta pelas sombras das nuvens, perfeita aquela luz para se esconder, embora dificultasse a visão. Dois becos depois, com os respectivos saltos correspondentes e angustiosos, chegaram ao destino, e se soltaram da varanda que dava para um pequeno jardim cercado por muros.
Michael Hepburn, marquês de Longhaven, saltou primeiro e caiu de pé, mantendo o equilíbrio como um bailarino, o que fez Alex se perguntar, pela enésima vez, qual era a função do amigo no Ministério da Defesa.
— O que os seus espiões averiguaram sobre a distribuição da casa?
Michael examinou o lugar na penumbra através dos vidros das portas.
— Neste momento eu podia estar no nosso clube, saboreando um bom conhaque.
— Não reclame – murmurou Alex. – Você vive à base deste tipo de intriga. Felizmente a fechadura é simples. Não vou demorar a abri-la.
Com efeito, dali a pouco as portas se abriram com um forte rangido que incomodou os ouvidos de Alex, que tomou a iniciativa e se infiltrou no quarto às escuras, registrando com um olhar as formas difusas de uma grande cama com dossel e um armário. Sobre a cama jazia algo branco e, inspecionando de perto, viu que era uma camisola debruada com requintadas rendas, e a colcha estava afastada. Aquela peça virginal fez com que ele se sentisse um intruso, e – que diabos! 

Trilogia Solteiros e Desavergonhados
1 - Meu Lorde Escândalo
2 - Um Erro Inconfessável
3 - Seu Segredo Pecaminoso
Trilogia Concluída

4 de agosto de 2012

Um Erro Inconfessável

Trilogia Solteiros e Desavergonhados

Foi um erro inconfessável, uma noite de paixão que decidiram esquecer, até que um diário que deveria ter permanecido escondido volta a uni-los.
Luke, visconde de Altea, retornou da guerra da Espanha disposto a divertir-se como só fazem os cavalheiros solteiros.
Madeleine é uma jovem viúva e mãe exemplar que despreza profundamente a vida que o visconde leva.
Despreza sua frivolidade e sobretudo não perdoa a distância que impôs entre ambos depois de uma inesquecível noite de paixão.
Mas agora Madeleine precisa de alguém como Luke, acostumado a mover-se entre as pessoas de classe baixa, porque está convencida de ter matado um homem cujo cadáver jaz em sua saleta.
Sabe que só ele pode salvá-la.
O que impulsionou à bela Madeleine a atacar o nobre que foi visitá-la? Um diário.
Um diário que ela nem sequer escreveu e que jamais deveria ter saído do quarto conjugal e em cujas páginas seu falecido marido descrevia com detalhes a arte do erotismo que compartilhou com sua esposa durante o pouco tempo que desfrutou do casamento.
Um diário que arrastará Luke e Madeleine para um território familiar e ao mesmo tempo inesperado, infestado de perigos imprevistos e sensações inesquecíveis...

Comentário revisora Joelma: Raramente gosto de um luvinha, dos mocinhos para ser mais exata.
Esse livro, no entanto, me surpreendeu. Gostei especialmente da mocinha, viúva, bem resolvida, que sabe o que quer e não tem medo de enfrentar as consequências para ter o que quer e mesmo tendo sofrido ao perder o marido não tem medo de entregar seu coração novamente e lutar por esse amor.
Ah, tem uma história paralela que acontece com a irmã do mocinho e um primo que tem momentos muito bons.

Capítulo Um

Londres, 1816
Morada de Satã
O assunto se resolveu com um duelo à antiga, sem pistolas nem espadas.
“É culpa minha e só minha”, dizia-se Luke Daudet, visconde de Altea, que ultimamente se mostrava mais inquieto e temerário que nunca tanto com as mulheres quanto nas cartas.
 Pelo visto, sua reputação o precedia. Chegou o momento de pagar por seus erros.
—Sete mil é uma soma de meninos, não de homens. O desafio foi proferido discretamente, mas todos os presentes pareciam ter ouvido.
O homem que tinha na sua frente sorriu.
—Quer dar mais emoção, milord? Restam duas cartas para fechar a mão… por que não subimos um pouco a aposta? Se tiver você coragem, claro. O que lhe parece se fizermos uma aposta à parte você e eu, Altea? O fogo da esplêndida lareira de mármore estava muito forte, a julgar pelo calor sufocante naquela sala mal ventilada.
As grossas cortinas de veludo cheiravam a colônia, tabaco e brandy derramado.
O silêncio se propagava como a névoa em um cemitério; ouvia-se apenas o intenso crepitar da madeira de fundo.
Até os criados uniformizados deixaram de passear com suas bandejas de taças para ficar imóveis na penumbra, contemplando o desenrolar da cena.
“Maldição. Em que grande confusão eu me meti.” Haveria uma forma diplomática de escapar daquela situação insustentável? Ele duvidava, uma vez que, pensando bem, tudo aquilo era fruto irremediável de sua recente entrega ao mais absoluto desenfreio.
Procurando não demonstrar o menor entusiasmo, Luke se limitou a sorrir condescendente.
—De quanta emoção estamos falando? —perguntou cordialmente.
—De muita mais. O que me diz milord? Estefan, o crupier, esperava com suas longas mãos imóveis e as cartas suspensas sobre a castigada toalha de mesa.
Os olhos frios e escuros daquele observador mudo, sempre vestido de preto, impávido e quase tão animado quanto um cadáver, pareciam mostrar uma faísca de interesse, e suas finas sobrancelhas pretas se elevavam curiosas.
Na Morada de Satã não havia limites.
Era célebre por acolher apostas que faziam vacilar até aos mais ricos, um lugar no qual aristocratas e comerciantes se misturavam sem dramas.
Para entrar, bastava ter dinheiro. Luke era rico, embora não fosse o único de seu status naquela sala cheia de fumaça.
—Gostaria de saber o que você considera “uma soma de homens”, senhor. —Luke elevou os ombros com indolência.
Em algum lugar, alguém soltou uma gargalhada nervosa.
Albert Cayne, de meia-idade e bem vestido, assentiu com um aceno brusco. Era um homem corpulento, de olhos vivos e escuros, e o rosto cheio.
Exceto pelo rubor de seu já corado semblante, parecia um cara tranquilo e seguro.
—Por mais visconde que você seja, milord, tentar esgueirar-se assim não está certo. Tudo o que tenho eu mesmo ganhei e, se tiver vontade de investir uma boa soma em uma aposta, eu o farei. O que lhe parece vinte mil ao mais afortunado? “Vinte mil?” Por uma carta? Admirava a coragem daquele homem insensato. A mesa que havia a suas costas, onde se jogava trinta e quarenta, parou de fingir interesse por seu próprio jogo e a sala inteira se viu inundada de repente por um forte murmúrio.
“Abandone.” “Não. Fique. Não seja covarde.” Com uma levíssima inclinação de cabeça, ele aceitou a aposta.
Quando o boato se espalhasse pelas altas esferas londrinas, ele pensou com tristeza enquanto erguia a mão em um gesto deliberadamente lânguido para pedir uma carta, a metade das mães preocupadas em encontrar um bom marido para suas jovens filhas o poria em sua lista negra.
Bom, dava no mesmo. Não tinha interesse em casar.
Escandaloso, nobre e rico era uma boa combinação, embora ao suprimir “rico” se transformasse imediatamente em pouco mais que um cavaleiro e um preguiçoso.
Qualquer homem disposto a dilapidar tão alegremente uma soma semelhante de seus bens terrenos em um jogo de azar não era um bom partido.
Podia permitir-se perder, mas devia admitir que a extravagância o assustasse, assim como seus motivos para realizá-la.
Não o perturbava que algumas senhoritas a menos se abanassem ao vê-lo.
O que realmente o preocupava era o que poderiam pensar sua mãe e suas irmãs.
Isso, ele pensou com certa amargura enquanto levantava a carta, a olhava e voltava a deixá-la sobre a mesa, não era algo que alguém pudesse confessar quando se achava na pior casa de jogo clandestino de toda a Inglaterra.
Cayne também pegou uma carta, e o silvo do suspiro coletivo no momento em que a guardou soou como um balde de água jogado sobre as brasas.
Seu sorriso era enigmático, seu olhar firme.
Mais uma carta.

Trilogia Solteiros e Desavergonhados
1 - Meu Lorde Escândalo
2 - Um Erro Inconfessável
3 - Seu Segredo Pecaminoso
Trilogia Concluída