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22 de dezembro de 2016

Tudo o que Quero

Tudo o que Lady Prudence queria para o Natal era manter a sua família fora do albergue.

O que seria fácil, se seu pai parasse de jogar fora o pouco que restava de sua fortuna. Mas, quando Pru chega ao mais famoso antro de jogos de Londres para levar seu pai para casa, ela caminha diretamente ao perversamente belo e totalmente irritante proprietário, Lord Stockton, que não tem intenção de deixar uma lady entrar em seu estabelecimento.
Com esse homem perverso em seu caminho, Pru sabe que vai precisar de nada menos que um milagre para fazer seus desejos de Natal se realizarem.

Capitulo Um

Prudence aceitou a ajuda do assistente da carruagem de aluguel para sair, o pagou, então se virou para a frente do Ballard’s. O prédio era claro e parecia imponente, com janelas em todos os andares. Parecia um lar, ninguém que o olhasse saberia que era uma casa de jogos, onde homens jogavam as suas vidas e as vidas dos membros de suas famílias que, supostamente, eles deveriam amar. Prudence soltou um suspiro irritado quando sua consciência pesou. Ela supôs que, chamar aquilo de antro de jogo, não fosse muito certo.
Não tinha nenhum Capitão Sharpes1 ali esperando para roubar os jogadores que frequentassem o estabelecimento. Isso era, em todo o caso, uma verdade, mas tão pouco o estabelecimento era um clube privado, para entrar não era necessária a filiação. No entanto, somente atendia aos clientes de alta linhagem. Decoro próprio e certa classe no vestir eram requisitos para entrada, assim como o desejo de ficar e jogar sua vida fora.
Os dedos se apertaram em torno do seu guarda-chuva, Prudence fez uma careta para o edificio, então olhou para a entrada e aos três homens
1 Expressão utilizada para homem que é valentão e trapaceiro em casa de jogos.
entrando. Dois homens, ela se corrigiu, o terceiro parecia ser o porteiro. Ele o confirmou, segurou a porta para os outros dois, então a fechou e se firmou, braços cruzados sobre o peito, que mais parecia um barril, e uma expressão intimidante no rosto.
Prudence sentiu seu coração afundar. Ela suspeitava muito que o homem não a deixaria entrar. Podia não ser um clube privado, mas isso não significava que mulheres fossem bem-vindas. Exceto como empregada, ela se corrigiu.
Prudence tinha escutado que Lorde Stockton, o dono, tinha dado um passo inovador ao contratar criadas para servir comidas e bebidas, e que persuadissem os clientes a ficarem por mais tempo e perder mais dinheiro. Mas essas eram as únicas mulheres permitidas lá dentro.
Não, o homem guardando a porta não estaria ansioso para permitir sua entrada. Para ser honesta, nem mesmo Pru estava animada com a ideia, certamente não seria nada bom para sua reputação. Não que tivesse muito com o que se preocupar.
Ela, sua mãe, e toda sua familia já estavam tão arruinados quanto podiam ou seriam no momento que fossem reveladas as dívidas de jogo que seu pai tinha contraído.
Seria apenas uma questão de tempo, ela pensou infeliz. Os rumores e fofocas já estavam florescendo. A diferença no jeito em que a alta sociedade no geral respondia à família Prescott já era perceptível. Eles começaram a se distanciar deles, não evitando a familia abertamente ainda, isso esperaria até que os rumores e fofocas fossem comprovados, mas os convites para bailes tinham cessado e ninguém falava com eles nos que eles haviam comparecido.
Pru achava que era por isso que sua mãe agora rezava para que seu pai parasse antes que eles estivessem na prisão de devedores, e não antes que a família ficasse arruinada. Era muito tarde para evitar o último.
Ainda, faltava uma coisa para seu pai os ver na ruína, na verdade uma grande coisa para Prudence, que era jogar fora sua reputação, o que ela estava fazendo com essa visita. Mas essa era a única maneira que ela podia pensar para ver seu pai.