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22 de fevereiro de 2009

Série Cavaleiros Do Dragão

1 - O AMOR COMO HERANÇA

Vingança era sua promessa…

Simon Warleigh jurava vingar o assassinato de seu pai adotivo. 
Porém, ao retornar da Terra Santa, o valoroso cavaleiro teve de enfrentar acusações falsas de traição e ainda a ameaça de ser despojado de seus domínios.
Sua única chance de manter as terras adoradas de Avington era casar-se com a filha do homem que fora o alvo de seus protestos de justiça!
Mas amor era o seu destino!
Então teve de se casar às pressas com a formosa lady Isabelle, gelada e impassível como uma estátua, mas dona de excepcionais olhos cor de violeta.
No entanto, Simon não demorou em comprovar as fagulhas que queimavam sob o aspecto exterior de indiferença de Isabelle.
E quando as idéias de desforra transformaram-se em amor, Simon decidiu quebrar o escudo de gelo da donzela e transformá-la em uma mulher de verdade… sua mulher!

Prólogo

Inglaterra, 1188

Os três rapazinhos estavam sentados, de frente uns para os outros. As chamas do fogo aceso no centro do círculo brilhavam com a mesma intensidade que a raiva em seus olhares.
Simon, três meses mais velho que Jarrod, levantou a faca por cima das labaredas.
— Eu, Simon Warleigh, juro manter meu compromisso de camaradagem, estima e fidelidade com meus irmãos de armas para o resto de minha vida.
Passou a lâmina de leve na palma da mão e provocou uma pequena sangradura. Em seguida, deu a pequena arma para Jarrod, à sua direita.
O rapaz moreno também segurou a faca sobre as chamas.
— Eu, Jarrod Maxwell, juro manter meu compromisso de camaradagem, estima e fidelidade com meus irmãos de armas.
Jarrod nem sequer estremeceu quando cortou a própria pele e entregou o instrumento cortante para o mais jovem, que se encontrava à sua direita.
Christian tinha quase um ano a menos que Simon.
Seus cabelos castanhos mostravam mechas douradas sob a luminosidade da fogueira.
— Eu, Christian Greatham… — E repetiu a frase dita pelos amigos, com a mesma convicção e firmeza dos outros dois, e executou os mesmos gestos.
Os três permaneceram em silêncio, com a palma das mãos sangrentas viradas para o fogo.
— Agora somos irmãos, ligados pelo sangue derramado, pelo amor que nos mantém unidos e por aquele que nos ensinou o verdadeiro sentido da honra. Nunca esqueceremos o Dragão e o mal feito a ele — Simon falava com uma maturidade bem maior que a esperada para seus treze anos.
— O Dragão… — os outros dois entoaram. Jarrod apertou o pulso de Christian, que fez o mesmo com Simon, que agarrou o de Jarrod.
Simon olhou o céu estrelado e invocou as forças celestiais.
— Nem que leve uma existência inteira, milorde, haveremos de ver punido o homem que o fez tão infeliz.
O sofrimento e a tristeza de Simon foram compartilhados pelos outros rapazolas.
Ficaram imóveis por mais algum tempo, presos pelos laços da própria amizade e pelo fortíssimo sentimento que dedicavam ao homem que desempenhara o papel de pai afetivo, conselheiro e mestre. Aquele contra quem tinham sido obrigados a testemunhar.
— Deveríamos ter mentido — Jarrod afirmou, muito sério.
— O Dragão não aprovaria se fizéssemos uma coisa dessas, mesmo sendo para salvá-lo. — Christian sacudiu a cabeça, com a melancolia estampada nos olhos azuis.
— É verdade. —Simon suspirou.
O Dragão decerto não imaginara as conseqüências de ter lhes ensinado a importância de sempre ser sincero.
Ainda assim, Simon entendia que não eram culpados de ter confirmado o que acontecera, tendo como resultado incriminar o ídolo deles.
Simon amava muito o pai biológico, mas nem ele, nem os que haviam conhecido Wallace Kelsey, apelidado de Dragão pelos amigos e inimigos, poderiam negar a influência positiva de seu caráter inatacável e o desvelo genuíno com que brindava seus semelhantes.
E fora o irmão, Gerard Kelsey, quem o atraiçoara para ostentar o título de conde de Kelsey. Era quem agora se sentava no lugar de honra do grande hall em Dragonwick.



2 - CAVALEIRO DO AMOR

O amor estava em um local desconhecido.

Jarrod Maxwell, um cavaleiro valoroso e respeitado,
sempre conservara o coração fechado ao amor.
Mas então por que depois que o destino colocou lady Luana no seu caminho sua alma solitária começou a desejar uma paixão impossível e um amor eterno?
Luana estava era um grande dilema...

Não sabia se deveria terminar o noivado planejado havia anos para sair à procura do irmão desaparecido. 
As regras convencionais acenaram-lhe com um "não!".
Mas ao fitar o glorioso cavaleiro sir Jaírod, admitiu para seu próprio coração que o seguiria para onde quer que ele fosse.

Capítulo Um


Inglaterra, século XII. 
Aislynn Greatham percorria os aposentos amplos, de forros de vigas muito altos, e ventosos do castelo de Bransbury.
Distraída, não prestava atenção aos que passavam por ela. Preocupava-se com o paradeiro de seu irmão Christian.
E se o veria novamente.
Seu pai, barão das terras e do castelo de Bransbury, tornara-se mais rabugento com o passar dos dias. 

Sempre que se encontravam, o diálogo era o mesmo.
Onde estaria o filho e por que se ausentara? O que acontecera para ele ter partido sem avisá-lo?
Durante treze anos Christian estivera na Terra Santa.
Já não fora tempo suficiente para um pai ficar sem o filho e herdeiro?
Aislynn não tinha resposta para nenhuma daquelas questões.
Arrependia-se de não ter contado imediatamente ao pai sobre a partida secreta de Christian.
Na verdade, ele prometera voltar em uma quinzena e assegurara que, ao retornar, contaria a irmã todos os detalhes da misteriosa missão.
Aislynn suspirou e sentiu o aroma dos frangos assados que temperara naquela tarde. Não sentia a menor fome, apesar de haver comido pouco naquele dia.
Admitia que lhe desagradava a ideia de sentar-se à mesa com o barão e ter de refrear os próprios receios.
Ainda mais perturbador da que a preocupação do pai era o pensamento que a afligia. Christian não voltava, pois algo de muito grave o impedia.
Dia e noite, assolavam-na visões do irmão doente... ou de fatos ainda piores.
Por esse motivo, tomara uma atitude que tornava ainda mais difícil encarar o pai. Escrevera aos amigos nos quais Christian sempre falava muito.
Nem chegara a pedir a permissão do pai, temendo que, por orgulho, o velho barão não lhe permitisse fazê-lo.
Embora houvesse apenas pedido informações a respeito do paradeiro do irmão, tinha esperanças de que eles viessem a Bransbury.
Christian falara-lhe muito sobre Jarrod Maxwell e Simon Warleigh desde que, como era costume, fora enviado, junto com eles, para ser educado como cavaleiro por um pai de criação, antes de acompanhar o rei Ricardo à Terra Santa.
Christian sempre exaltara seu amor e admiração pelo caráter, pela energia e pelas habilidades dos amigos.
Se eles não estivessem com Christian naquele episódio, com certeza poderiam encontrá-lo. O barão, ainda com a perna não inteiramente cicatrizada em consequência de uma queda de cavalo, não teria condições de ir além das redondezas do castelo.
Além do mais, ele nem teria noção de por onde iniciar a busca.
— Bom Deus — ela rezou, enquanto diminuía os passos no final do corredor que levava ao salão —, mesmo que Simon Warleigh ou Jarrod Maxwell não queiram nos ajudar, pelo menos que mandem logo alguma notícia.
Inspirou fundo e tratou de recompor-se para esconder a ansiedade.



3 - UM NOBRE AMOR


Rowena aprendera aquilo na tenra infância quando seu pai a abandonara.

E, agora, sir Christian Greatham, movido por promessas de vingança,
insistia que ela era, na verdade, herdeira de um poderoso legado.
Mas ela não queria títulos de nobreza nem terras. 
O que seu coração desejava... mas que lhe era eternamente negado... era Christian!

Christian Greatham estava determinado a restituir a filha do Dragão à sua posição de direito. 
Mas a teimosa beldade desconfiava de tudo que estivesse relacionado à nobreza. 
Afinal, por qual outro motivo ele arriscaria tudo para tirar Rowena de regiões bravias da Escócia? Não podia ser por amor... especialmente dele... ou será que podia?!

Capítulo Um

Com uma expressão de compaixão, Rowena olhou para o homem deitado na praia varrida pelo vento. 

O rosto dele, que ela imaginou ser bonito o bastante normalmente, estava lívido, abatido. 
Mato e areia impregnavam-lhe os cabelos escuros. 
As roupas estavam em farrapos, embora o caro veludo azul de que eram feitas evidenciasse que já haviam sido refinadas.
O homem, de fato, estava respirando, como o pequeno Padriac afirmara quando adentrara pela cabana dela com a surpreendente história de ter encontrado um estranho na praia.
Rapidamente, Rowena virou-se para o menino, que a fitou com os olhos castanhos arregalados, o rosto redondo corado num misto de preocupação e euforia. 

Ela falou-lhe com deliberada calma.
- Temos de levá-lo para minha casa.
Mas como?, perguntou-se. A única razão para Padriac ter ido pedir sua ajuda fora porque todos os homens, incluindo o próprio pai dele, já haviam saído em seus barcos de pesca. Só retornariam dali a muitas horas.
A trilha que subia da praia até o vilarejo era íngreme e escorregadia. Não seria possível para ambos levarem o homem sem ajuda.
- Não podemos carregá-lo. - O garoto de rosto arredondado ecoou seus pensamentos.
Ela tornou a olhar para o estranho. Não havia como estimar quanto tempo ele ficara deitado ali, mas certamente só podia ter sido desde aquela mesma manhã, pois alguém o teria visto no dia anterior. 

Era um trecho deserto da costa, sem dúvida, com penhascos rochosos seguindo ao longo da praia estreita, mas as crianças do vilarejo andavam por ali em busca de ovos de gaivota, como Padriac certamente estivera fazendo quando encontrara o homem.
Rowena virou-se para o menino.
- Vá até Hagar e diga-lhe que traga algumas das mulheres até aqui para nos ajudar. É um homem grande, mas acho que, juntas, nós conseguiremos levá-lo.
Era como as coisas eram feitas em Ashcroft. 

O vilarejo sendo tão remoto e pequeno, seus moradores eram mais como uma família do que vizinhos, na maioria. Aquele fato ajudara Rowena a enfrentar a dor e a solidão por ter perdido sua mãe cerca de três anos antes.
Enquanto Padriac corria até o vilarejo, ela foi tomada por uma ponta de melancolia. S

ua mãe, apesar de triste e amargurada, tinha sido o centro do mundo de Rowena.
Mal tinha uma lembrança clara de qualquer coisa antes de ambas terem ido ali para Ashcroft, quando ela ainda nem sequer havia copletado quatro anos.
Uma das duas lembranças que realmente tinha era a de olhar para um muro bastante alto de pedra.
Tão vívida era a lembrança que quase podia sentir a textura áspera e fria da pedra de encontro a seus dedos.
A outra era uma visão menos clara, mas mais contundente.
Acreditava ser de seu pai, pois tinha a sensação de estar sendo abraçada de encontro a um peito largo e forte e de ouvir o pulsar estável e confortador de um coração, enquanto inalara as fragrâncias combinadas de couro e ar fresco.


Série Cavaleiros do Dragão 
1 - O Amor como Herança 
2 - Cavaleiro do Amor
3 - Um Nobre Amor 
Série Concluída