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8 de fevereiro de 2011

Um Sonho de Mulher




Tudo começou com um beijo....

Patience baniu por completo o amor de sua vida.
E concordar em ajudar quatro moças americanas desiludidas a encontrar um marido inglês nobre foi apenas uma maneira de conseguir sua passagem de volta para a Inglaterra e a sua independência.

Porém a vida a bordo do navio de Grant St. Benedict foi tudo menos confortável.
O arrogante capitão instigava a curiosidade de Patience.
Um simples beijo podia não arruinar sua reputação, mas era um convite tentador para ansiar por muito mais...
Grant desistiu de sua herança e título para viver aventuras como capitão de um navio, mas Patience o deixou tão atarantado que ele desejou chegar logo à terra firme.
Ele jamais havia conhecido uma mulher mais irritante... ou mais desejável.
O amor era um risco maior que qualquer tempestade em alto-mar, porém Grant não conseguia resistir à tentação de provar a Patience que conquistar independência não se comparava a uma vida de paixão juntos...

Capítulo Um


Newport, Rhode Island Agosto, 1810
Patience Kendall abria e fechava os punhos, inquieta, enquanto analisava o navio que a levaria de volta para a Inglaterra.
Nervosa, quase amedrontada, seguiu pelo caminho de cascalhos, escorregou e caiu.
Ao erguer a cabeça, rezou para que não houvesse tes­temunhas.
Desejou que as ondas que batiam na amurada a levassem, evitando tamanha humilhação. Por sorte, não havia ninguém por perto.
Teve vontade de desaparecer, sabendo muito bem que era tolice ter tais pensamentos. Levantou um braço, depois uma perna, e ficou surpresa ao constatar que não se machucara.
Os cascalhos, quentes pelo sol, aqueciam seu rosto, uma sensação confortadora. Diante de seus olhos, uma formiga parou, examinando-a, provavelmente imaginando como iria transpor um objeto tão grande.
Patience sabia muito bem como o bichinho se sentia, pois também tinha sua própria missão gigantesca a cumprir.
Espalmando as mãos sobre os cascalhos, ergueu o corpo.
Gaivotas pousavam na terra, e a risada distante de um homem se fez ouvir.
Pensou se teria ajuda, mas, sem dúvida essa pessoa demoraria a se aproximar.
Ainda desajeitada, ficou em pé, enquanto um marinheiro com ar zombeteiro parava diante dela, os raios fortes do sol tampando seu rosto.
Ele lhe ofereceu a mão, e ela recusou.
Cheia de dignidade, acabou de se erguer por conta própria.
Infelizmente, prendeu o salto do sapato na barra do vestido. Oscilando, terminou por apoiar-se no tórax do marinheiro. Quando por fim se apru­mou, notou que o alto de sua cabeça mal atingia o queixo do homem.
Com ar surpreso, ele a fitou. Apesar de seu ar temível por causa da barba cerrada, dos cabelos escuros e das sobran­celhas grossas, um brilho divertido pairava em seu olhar.
Mantendo o contato visual, ela tratou de procurar o sapato que caíra, tateando com os dedos do pé descalço.
— Permita que a ajude — ofereceu ele, inclinando a cabeça em um gesto cavalheiresco.
Em seguida agachou-se, tomou-lhe a perna e calçou o pé descalço de Patience, que resmungou contrariada.
Ao sentir os dedos quentes em seu tornozelo, quase perdeu o equilíbrio de novo.
Procurando apoio, acabou por agarrar-se aos cabelos escuros do marinheiro.
Puxou sua cabeça com tanta força que quase o sufocou de encontro às saias e anáguas que usava.
Ao ouvir os protestos abafados pelo tecido, gritou afastando-o.
O homem se aprumou com um sorriso largo nos lábios.
Apesar de sentir o rosto ruborizado e uma inquietação física por causa do riso rouco e sensual do estranho, Patience lutou para manter o autocontrole quando, na verdade, o que deseja­va era apagar o sorriso insolente daquele rosto barbado.
— Não foi nada engraçado — censurou-o com severidade. — Eu poderia ter me machucado muito.
— Por quê? Achou que eu fosse morder sua perna? Ignorando o comentário, ela ergueu o queixo com dignidade.
— Estava me referindo ao tombo.
Irônico, ele entortou o lábio e passou os dedos pelos cabe­los negros.
O mesmo gesto displicente de sempre, mas que pareceu encantador aos olhos dela.
Encantador? Devo estar maluca! Bati com a cabeça em alguma pedra e perdi o juízo!

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