Mostrando postagens com marcador Uma Dama de Aluguel. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Uma Dama de Aluguel. Mostrar todas as postagens

21 de abril de 2013

Uma Dama De Aluguel



Arthur, conde de St. Merryn precisa contratar uma mulher. 

A jovem terá que simular ser sua noiva durante algumas semanas nos círculos da alta sociedade, pois ele tem assuntos que resolver e sua companhia evitará o habitual assédio das casamenteiras. 
Encontrar a candidata torna-se mais difícil do que ele pensava até que finalmente conhece Elenora Lodge. 
O aspecto simplório da moça não oculta sua beleza nem o fogo dos seus olhos. 
Dadas suas circunstâncias pessoais, Elenora aceita a generosa oferta do conde. Entretanto, alguma coisa não vai bem na tenebrosa mansão de Arthur, e Elenora está convencida de que ele esconde um segredo... 

Comentário revisora Catharina: Sempre gostei dos livros da Amanda Quick, mas dessa vez ela se superou! 
Adorei como a maneira confiante da mocinha vai quebrando aos poucos a seriedade excessiva do mocinho. Leitura imperdível pra quem gosta de histórias com um toque de aventura e de mistério. 

Capítulo Um 

Aquele rosto fantasmagórico e pálido como a morte apareceu de repente.
Surgiu das profundidades da inescrutável escuridão como se tratasse de um guardião demoníaco encarregado de proteger segredos proibidos. 
A luz do farol refletiu um reflexo infernal nesse rosto duro e de olhar fixo. 
O homem do bote gritou ao ver o monstro. Mas estava sozinho, ninguém podia ouvi-lo. 
Seu grito de terror retumbou, uma e outra vez, nas velhas paredes de pedra daquele passadiço de noite sem fim. Com o sobressalto perdeu o equilíbrio e se cambaleou enquanto o pequeno bote em que navegava se sacudia perigosamente sobre a corrente de águas negras. 
O coração lhe disparou e um suor frio lhe empapou o corpo enquanto continha o fôlego. 
Em um reflexo, segurou a longa vara que tinha estava usando para fazer avançar a pequena embarcação pelas águas mansas do rio e tentou recuperar o equilíbrio. 
Felizmente, o extremo da vara se afundou com força no leito do rio e o bote se estabilizou quando as últimas reverberações de seu grito assustador se desvaneciam na distância. 
Um inquietante silêncio reinou novamente naquele lugar. O homem tentou recuperar o fôlego e ficou olhando a cabeça, algo maior que uma cabeça humana. Suas mãos ainda tremiam. 
Não era mais que outra das antigas e desmembradas estátuas clássicas encontradas ocasionalmente nas bordas do rio subterrâneo. 
Neste caso, o casco a identificava como uma representação da deusa Minerva. 
Aquela não era a primeira estátua com a que se cruzava ao longo daquela estranha viagem, mas sem dúvida era a mais perturbadora. 
Na realidade, parecia uma cabeça separada do corpo que alguém tivesse jogado descuidadamente no barro da borda do rio. O homem segurou a vara com mais força e empurrou com ímpeto. 
Estava chateado pela sua reação ante a visão da imagem. O que lhe ocorria? Não podia se permitir o luxo de que seus nervos se desestabilizassem com tanta facilidade. Tinha um destino que cumprir. 
O pequeno bote avançou e passou junto à cabeça de mármore. A seguir virou em outra curva do rio. 
A luz da lanterna iluminou uma das pontes arqueadas e baixas que atravessavam o rio em diversos pontos do seu percurso. 
Na realidade, constituíam conexões a parte alguma, pois terminavam nas paredes do túnel que as cobriam. O homem se agachou para não bater a cabeça contra a ponte. 
À medida que foi superando seu terror, a excitação voltou pouco a pouco a apoderar-se dele. 
Tudo era como seu predecessor o havia descrito no seu diário. 
O rio perdido existia de verdade e serpenteava por debaixo da cidade. Constituía uma via de água secreta, coberta séculos atrás e caída no esquecimento. 
 DOWNLOAD