Anthony Richmond quer que o traidor pague com o sangue, mas quando Lady Katherine aparece sozinha em sua casa de solteiro para implorar pela vida de seu irmão, seus planos de vingança tomarão um rumo diferente. Muito mais agradável para o Marquês de Shropshire. Seduza-a, manche-a e coloque o nome Aldridge na lama, como fizeram com Richmond. Mas ninguém o avisou. Lady Katherine pode ser uma oponente tão boa quanto ele no jogo da sedução.
Capítulo Um
O fogo na casa mal conseguiu conter o frio que se insinuava pelas janelas da sala. Lady Katherine Aldridge interrompeu o movimento dos dedos no piano para ajustar o xale em volta dos ombros. Sua mãe mal ergueu os olhos e retomou o bordado.
O inverno também habitava a casa. Ambas as mulheres eram vítimas da melancolia e, mais do que isso, do tédio forçado. A casa da família em Londres estava repleta de lembranças do falecido Lorde Sutton, pai de Katherine. Com a morte uma lacuna difícil de preencher se abriu, e o meio-luto os obrigou a se confinar, o que em nada melhorou o ânimo de ninguém, principalmente o da jovem, o que preocupou ainda mais sua mãe. Ela temia pela filha. Katherine era espirituosa, estava no auge da vida, precisava florescer e não murchar.
A temporada começaria em breve e, apesar das regras, Lady Amélia havia decidido que apresentaria sua filha à sociedade, mesmo que fosse um pequeno evento entre as pessoas mais próximas dela. Kathy estava prestes a completar dezoito anos, era hora de tecer os planos de seu futuro. Sem Lorde Sutton, cabia a ela encontrar um marido para a filha, embora os planos de Katherine parecessem dizer o contrário. A ideia de ficar solteira para sempre a fazia sorrir mais do que a possibilidade de encontrar um marido. Lady Amélia sofreu mais com esse pensamento do que com a lembrança da ausência do marido.
Katherine não estava nem um pouco entusiasmada com a ideia de casamento, e a razão para isso estava escondida bem no fundo dela. Ela guardava um segredo, seu coração tinha dono, um dono que mal olhava para ela e que estava comprometido com outra pessoa. Os Sutton eram famosos por ser uma das poucas famílias aristocráticas que quebraram as regras ao se casarem por amor. E ela não queria ser a exceção. Mas, no momento, ela só conseguia conceber a ideia de ficar solteira, o amor que crescia nela tinha raízes fortes em seu ser, e arrancá-lo não parecia ser uma possibilidade a ser contemplada.
— Por favor, minha querida — disse Amélia — toque algo mais alegre.
A garota sorriu para ela e folheou as páginas de seu repertório até encontrar uma valsa. Antes que ela pudesse colocar os dedos nas teclas, seu irmão foi anunciado.
— Lorde Sutton e Lady Penélope — disse a governanta.
O coração de Katherine disparou. Ela nunca se acostumaria com o título pelo qual seu irmão Christopher agora era conhecido. Sempre que ouvia o nome de Lorde Sutton, seus olhos se iluminavam enquanto esperava ver seu pai cruzar a soleira. A felicidade de rever Chris e sua amiga Penélope a impediu de se entregar à tristeza. Ela se levantou e curvou-se desnecessariamente.
— Boa tarde, mãe, Kathy — Christopher cumprimentou antes de se afastar e permitir que as amigas se abraçassem com amor.
Amélia pediu chá e convidou-os a se sentarem nas poltronas. Penélope fez o mesmo com Katherine, e o piano ficou esquecido. As visitas eram a única coisa que quebrava o silencioso cotidiano da casa dos Sutton.
— Que grata surpresa, querido! — exclamou Amélia, olhando para Lady Penélope — Londres não tem muito mais a nos oferecer, exceto amizades verdadeiras. E a sua mãe como está?
Capítulo Um
O fogo na casa mal conseguiu conter o frio que se insinuava pelas janelas da sala. Lady Katherine Aldridge interrompeu o movimento dos dedos no piano para ajustar o xale em volta dos ombros. Sua mãe mal ergueu os olhos e retomou o bordado.
O inverno também habitava a casa. Ambas as mulheres eram vítimas da melancolia e, mais do que isso, do tédio forçado. A casa da família em Londres estava repleta de lembranças do falecido Lorde Sutton, pai de Katherine. Com a morte uma lacuna difícil de preencher se abriu, e o meio-luto os obrigou a se confinar, o que em nada melhorou o ânimo de ninguém, principalmente o da jovem, o que preocupou ainda mais sua mãe. Ela temia pela filha. Katherine era espirituosa, estava no auge da vida, precisava florescer e não murchar.
A temporada começaria em breve e, apesar das regras, Lady Amélia havia decidido que apresentaria sua filha à sociedade, mesmo que fosse um pequeno evento entre as pessoas mais próximas dela. Kathy estava prestes a completar dezoito anos, era hora de tecer os planos de seu futuro. Sem Lorde Sutton, cabia a ela encontrar um marido para a filha, embora os planos de Katherine parecessem dizer o contrário. A ideia de ficar solteira para sempre a fazia sorrir mais do que a possibilidade de encontrar um marido. Lady Amélia sofreu mais com esse pensamento do que com a lembrança da ausência do marido.
Katherine não estava nem um pouco entusiasmada com a ideia de casamento, e a razão para isso estava escondida bem no fundo dela. Ela guardava um segredo, seu coração tinha dono, um dono que mal olhava para ela e que estava comprometido com outra pessoa. Os Sutton eram famosos por ser uma das poucas famílias aristocráticas que quebraram as regras ao se casarem por amor. E ela não queria ser a exceção. Mas, no momento, ela só conseguia conceber a ideia de ficar solteira, o amor que crescia nela tinha raízes fortes em seu ser, e arrancá-lo não parecia ser uma possibilidade a ser contemplada.
— Por favor, minha querida — disse Amélia — toque algo mais alegre.
A garota sorriu para ela e folheou as páginas de seu repertório até encontrar uma valsa. Antes que ela pudesse colocar os dedos nas teclas, seu irmão foi anunciado.
— Lorde Sutton e Lady Penélope — disse a governanta.
O coração de Katherine disparou. Ela nunca se acostumaria com o título pelo qual seu irmão Christopher agora era conhecido. Sempre que ouvia o nome de Lorde Sutton, seus olhos se iluminavam enquanto esperava ver seu pai cruzar a soleira. A felicidade de rever Chris e sua amiga Penélope a impediu de se entregar à tristeza. Ela se levantou e curvou-se desnecessariamente.
— Boa tarde, mãe, Kathy — Christopher cumprimentou antes de se afastar e permitir que as amigas se abraçassem com amor.
Amélia pediu chá e convidou-os a se sentarem nas poltronas. Penélope fez o mesmo com Katherine, e o piano ficou esquecido. As visitas eram a única coisa que quebrava o silencioso cotidiano da casa dos Sutton.
— Que grata surpresa, querido! — exclamou Amélia, olhando para Lady Penélope — Londres não tem muito mais a nos oferecer, exceto amizades verdadeiras. E a sua mãe como está?
