29 de março de 2009

Coração Invencível







Inglaterra , 1188.

Valoroso guerreiro do norte da Inglaterra, Alexander de Burgh enfrentou o mais difícil desafio de sua vida: resistir aos encantos de uma jovem viúva de duvidosa reputação!
Duas vezes casada, duas vezes viúva.
Em Londres, Madeline de Courcy, mulher experiente nos jogos de amor da corte, arrebatava os corações com o feitiço de seus olhos verdes. Exceto o coração de Alexander de Burgh, o único homem a quem ela se entregaria sem hesitar...

Capítulo Um

Castelo de Wyndham, Cúmbria, norte da Inglaterra, 1188.
— Estou lhe dizendo, Alexander, que o garoto está enfeitiçado por aquela... aquela vadia! Você tem de fazer alguma coisa!
Alexander de Burgh, conde de Margill, barão de St. Briac, lorde de Wyndham, Glenwaite e outras propriedades ao norte da Inglaterra e Normandia, terminou de ajeitar a camisa sobre o torso largo. Só então olhou para a senhora de meia-idade que andava de um lado para o outro diante da imensa lareira, comentando com seu irreverente e melodioso sotaque:
— Está parecendo um pequeno pavão perseguido pelos passos maliciosos de um gato selvagem, senhora minha mãe. Se possuísse penas, tenho certeza de elas estariam todas arrepiadas!
Num ato reflexo, lady Elizabeth estancou e levou as mãos aos cabelos grisalhos, ajeitando-os como podia sob o véu de seda. Seus grandes olhos castanhos adquiriram um cintilar apreensivo, e o franzir de testa que lhe afligia as feições geralmente sempre ternas suavizou-se numa expressão mais afável, que Alexander conhecia muito bem. Afinal, tinha sido aquele ar meio imperioso, meio desprotegido, que não raras vezes reduzira seu pai, um audaz guerreiro temido por toda a Inglaterra e Normandia, a uma submissão quase infantil. Na juventude, Alexander também rendera-se em incontáveis ocasiões à expressão súplice da bela e meiga madrasta.
O leve curvar dos lábios dele transformou-se num sorriso caloroso, enquanto seu olhar examinava o semblante aflito de lady Elizabeth. Alexander fez então um gesto na direção do criado que o assistia; no mesmo instante, o forte rapaz afugentou o grupo de serviçais que o auxiliaram a banhar e vestir o senhor do castelo, recém-chegado de uma de suas inúmeras viagens.
Quando viu-se a sós com a madrasta, ele aproximou-se e tomou-lhe as mãos entre as suas, tentando confortá-la.
— Aposto que essa história não é assim tão grave quanto imagina, senhora minha mãe.
— É, sim — ela insistiu, enroscando seus dedos aos dele. — Você não poderia saber o quanto, já que passou quase um ano longe daqui, primeiro na Irlanda e depois na França, por causa dessa maldita guerra.
— Não pense que...
Lady Elizabeth levou os dedos aos lábios do enteado, fazendo-o calar-se. Depois, examinou um ferimento no alto do peito dele, exposto através da camisa de cambraia ainda desamarrada à altura do pescoço. Preocupada, perguntou:
— Quem fez essa sutura?
— O médico... Após a batalha de Chateauroux.
— E como aconteceu?
— Um ousado golpe de espada que me pegou desprevenido. Mas o corte, apesar de extenso, não foi profundo.
— Vai lhe deixar uma bela cicatriz...
Lady Elizabeth suspirou. Alexander viu outra vez naquele rosto querido a inquietação, que vinha a franzir a testa da velha senhora desde que ela entrara em seus aposentos, ansiosa por presenteá-lo com o sobretudo de lã azul-marinho onde bordara, durante sua ausência, as iniciais do seu nome.
— Não se atormente à toa, minha mãe. Afinal de contas, Will tem apenas dezessete anos, e não faz ainda seis meses que fez seus juramentos e foi promovido a cavaleiro. Ele está somente ajustando-se à sua vida adulta ao cortejar a primeira mulher por quem se julga apaixonado.

Um comentário:

Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!