17 de fevereiro de 2010

A Favorita do Príncipe




Perdidamente apaixonados, eram proibidos de se amar!

Com cabelos que se derramavam em cascatas de ouro e olhos de uma doçura infinita, Laura era irresistível. E o príncipe Klaus foi seduzido por essa mulher que sabia ouvir a linguagem cigana da terra, do ar e do fogo!
A alma de Laura era livre e selvagem, mas seu coração foi aprisionado por um homem que nunca poderia lhe pertencer. Porque Klaus reinava em um mundo perigoso para o amor. E Laura era apenas a favorita do príncipe!

Capítulo Um

Naquele verão agitado de 1865, a grande sensação da temporada londrina eram as festas deslumbrantes oferecidas pelos príncipes de Gales.
Determinados em fazer da vida um culto ao prazer, o jovem casal recebia em seus lalões o que havia de melhor na sociedade de Londres.
Seus convites, muito disputados, eram um atestado de inteligência, nobreza e elegância.
Dentre as estrelas dessa corte cintilante, nenhuma se comparava em brilho a Laura de Coniston, a jovem duquesa-viúva.
Bela como uma deusa, ela movia-se com desenvoltura pela alta sociedade internacional, cativando simpatias e colhendo sucessos.
Uma certa manhã de julho, de volta a Coniston House após sua cavalgada diária, ela teve de súbito a curiosa sensação de que sua brilhante temporada londrina estava por interromper-se.
Essa impressão permaneceu em seu íntimo e ainda se expandia, quando chegou ao salão azul, onde era servido o pequeno almoço.
Encontrou a família já reunida em torno da mesa e desculpou-se com um sorriso que tornava seu lindo rosto ainda mais luminoso.
Gwendolin, a atual duquesa, ergueu os olhos do prato e submeteu-a a um severo escrutínio.
Era uma fatalidade que ela fosse sempre a ultima a chegar!
Não havia amizade em suas relações com Laura.
E como poderia haver, com essa sogra vinte anos mais moça? Mas estaria disposta a suportá-la, se ela não os importunasse periodicamente com a sua presença, rompendo a austera rotina da casa com sua turbulenta agitação e com seus modos livres e arrojados.
— Lorde Bracewell está à sua espera na biblioteca — anunciou-lhe, procurando manter a voz distante e impessoal.
Laura acomodou-se na cadeira, como se estivesse disposta a iniciar sua refeição matinal.
— Deve ter vindo pedir, mais uma vez, que eu colabore com as obras de caridade da esposa. Não compreendo essa insistência. Já lhe disse que não tenho tempo!
Gwendolin franziu a testa, como numa censura.
— Lorde Bracewell estimava muito seu finado marido.
— Isso não é motivo para aparecer aqui numa hora tão imprópria!
A resposta de Gwendolin, antes que ela tornasse a debruçar-se sobre o seu prato, foi um irônico erguer de sobrancelhas.
Laura afastou a cadeira e levantou-se, num gesto de renúncia.
— Pois bem! — disse com petulância. — Irei vê-lo. Parece que não há outro jeito.
Mas, assim que fechou a porta atrás de si, despiu-se de seus modos frívolos e precipitou-se corredor afora, em direção à biblioteca, os olhos escuros brilhando de excitação.
Um homem alto e magro, de rosto inteligente, levantou-se do sofá quando a viu entrar e fez-lhe uma leve inclinação de cabeça.
Lorde Bracewell devia ter pouco mais de cinqüenta anos e não era apenas um Par do Reino. Era o chefe do serviço Secreto de Sua Majestade, um fato que poucas pessoas sabiam.
— E um prazer vê-lo novamente, milorde — saudou-o Laura.
— Também sinto a maior alegria em revê-la.
— Espero que essa visita signifique trabalho para mim. Estava começando a me aborrecer.
Bracewell esboçou um súbito e leve sorriso.
— Aborrecer-se? Soube que seus admiradores não a deixam em paz!

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