13 de agosto de 2010

Milagre de Natal





Um presente de coração Era difícil encontrar a magia do Natal no caminho para o Oeste, em 1866.

Apesar disso, Lizzy Spooner pretendia lutar para que sua família, traumatizada pela guerra, não abandonasse os antigos sonhos nem mesmo no Novo México, com intensas nevascas e homens rudes corno a terra selvagem em que viviam. 
O espírito natalino não tinha significado algum para Cody Martin, homem amargurado e “casado” com as montanhas primitivas que ele escolhera para seu lar. Então, numa noite em que a neve parecia cobrir o mundo, o brilho de uma promessa surgiu diante de seus olhos na figura de Lizzy Spooner, seu anjo de Natal…

Capítulo Um

Território do Novo México
Inverno de 1866
Concentre-se, menina! Empurre esse tronco com toda a sua força ou não sairemos mais daqui!
— Estou tentando, vovô…
Lizzy Spooner colocou todo o seu peso sobre o tronco que servia de alavanca e a carroça se ergueu ligeiramente, o bastante para que seu avô pudesse trocar a roda quebrada.
Enquanto ela e o avô trabalhavam, a irmã mais nova de Lizzy, Sara Jean, permanecia deitada sobre o capim crestado pelo frio à beira da trilha. Já nos últimos meses de gravidez, a jovem tentava encontrar uma posição que aliviasse as dores provocadas por longas horas de viagem na incômoda carroça.
A poucos passos deles, um garoto de cinco anos procurava capturar um grilo que saltava entre os arbustos secos.
— Talvez fosse melhor nos abrigarmos junto a essas árvores, vovô. — Lizzy puxou para mais perto do rosto o cobertor que retirara da bagagem para substituir o xale de lã que já não a protegia dos ventos gelados. — A cor do céu não me agrada e o ar está ficando a cada instante mais frio.
— Nós não vamos parar — resmungou Amos Spooner que terminara de prender o último parafuso da roda. — Ajude a sua irmã a voltar para a carroça, Lizzy.
Antes que ela pudesse protestar, o velho Amos acomodou-se no banco da carroça. Lizzy resignou-se a prosseguir apesar do mau tempo que se aproximava rapidamente. Aprendera, há muitos anos, que não adiantava argumentar com o avô depois que ele tomava suas decisões.
— Venha, Sara Jean — pediu Lizzy à irmã. – Levante-se.
— Como eu gostaria que ficássemos junto a estas árvores pelo menos por uma noite! — Sara Jean massageou as costas doloridas. — Não sei por quanto tempo mais vou agüentar os solavancos desta maldita trilha.
— Talvez estejamos perto de alguma cidade. — Lizzy voltou-se para o garoto que se aproximava da carroça. — Vamos, James! É hora de recomeçar a viagem.
Mal o menino havia se acomodado atrás da irmã,o velho Amos chicoteou os cavalos e a carroça começou a se mover lentamente sobre o solo acidentado.
— Nós realmente estaremos na Califórnia para festejar o dia de Natal, Lizzy? — perguntou o garoto, revelando incredulidade.
— Vovô tem certeza que sim…
Lizzy controlou as lágrimas com muito esforço. Durante vinte anos, ela passara o Natal em Willows, a antiga fazenda que pertencia à sua família há mais de um século. Pela primeira vez em toda a sua vida, não celebraria as festas natalinas no salão luxuoso mas aconchegante da imponente mansão que seu bisavô erguera na Geórgia.
— E você acha que o Natal chega até este lugar selvagem, Lizzy? — insistiu James, preocupado.
— É claro que sim…
— Pare de dar trela a James, Lizzy!

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