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24 de março de 2017

Série Jóias do Texas

1 - Esmeralda
Onyx Jewel fora assassinado. E Esmeralda queria vingança. Por isso, invadiu a delegacia disposta a acabar com a vida do principal suspeito, Adam Winter, com as próprias mãos.
No entanto, ele acaba inocentado. Esmeralda quer a prisão do assassino e resolve provar que ele é o culpado.
Além disso, começam a aparecer irmãs que ela não conhecia... Se entender com as irmãs, descobrir o assassino e lidar com a paixão pelo maior suspeito são as missões de Esmeralda.

Capítulo Um

Hanging Tree, Texas
3 de dezembro de 1870

– Lembre-se de que estamos lidando com um assassino perigoso – alertou o xerife Quent Regan.
– Pelo que sei Adam Winter não entregará os pontos facilmente. Fiquem atentos e não se deixem apanhar.
A escuridão ainda dominava a paisagem, embora tênues réstias de luz já pudessem ser vislumbradas no horizonte. Os seis homens, com rifles preparados, haviam apeado a dois quilômetros dali, deixando as montarias amarradas nas árvores. Em vista da reputação do homem que deveriam rastrear, era preferível não correr nenhum risco desnecessário. Não queriam chamar atenção. O elemento-surpresa era seu único esperança de apanhá-lo vivo.
– Charles, você e os outros devem cercar o local. Pode haver uma saída nos fundos – instruiu o xerife.
Seu assistente aquiesceu com um meneio e já foi se esgueirando com outros três homens na direção da cabana.
O xerife esperouaté que estivessem posicionados. Avançou então, seguido cautelosamente por um dos homens, que olhava para todos os lados a todo o momento, com receio de um ataque inesperado.
O xerife examinou a pequena cabana que sobressaía em meio às trevas. Mal poderia ser definida como uma cabana: mais correto chamá-la de choça, com suas paredes feitas de tábuas toscas que deixavam entrever vãos largos o bastante para permitir a passagem de um cão de pequeno porte. Havia uma diminuta janela, na qual fora feito um orifício para observar a aproximação de estranhos. A porta, que oscilava levemente com a brisa, parecia ter sido amarrada pelo lado de dentro. Se a sorte ficasse do lado deles, a maneira mais fácil de entrar ali seria arrombando a porta com um vigoroso pontapé.
– Todos prontos? – Sussurrou Regan.
Ele olhou em torno de si mais uma vez. Colou-se à parede do casebre. Chutou a porta com força e, no mesmo instante, entrou seguido de perto pelo assistente.
– Não se mova, Winter, ou vou enchê-lo de balas! – vociferou. O xerife usava a própria arma. Convivera tempo demais com os fora-da-lei para saber que, ao caírem em desespero, seriam capazes de tudo para sobreviver. Era preciso subjugá-los rapidamente, fazendo-os compreender que não haveria misericórdia.
Na débil claridade produzida pelo carvão incandescente da lareira, um homem sentou-se no catre e tentou alcançar sua arma.
Com o cano do rifle, Regan empurrou para longe a pistola que estava sobre a mesinha ao lado do catre. O homem levantou-se de um salto e arremeteu contra ele. Regan soltou um gemido de dor quando o outro atingiu-lhe o baixo-ventre com o joelho.
O assistente, ao ver que o xerife fora derrotado, apressou-se em encostar o cano de seu rifle nas costa do ocupante da cabana.
– Se mover um único músculo, será um homem morto! – ameaçou.


2 - Pérola
Pérola era uma dama e deixou Boston para prestar homenagens ao pai. Decidiu ficar na terra que Onyx chamava de sua. Para dar um rumo à vida, resolveu usar seus talentos e abrir uma escola em Hanging Tree. Além de enfrentar a oposição dos moradores, que achavam um absurdo ensinar às crianças, ela teve que lutar para convencer o capataz Cal McCabe de que a empreitada valeria o sacrifício. Acrescente duas crianças vítimas da violência paterna e veja o que vai dar...

Capítulo Um

– Se não se importam, fomos convidados a permanecer juntos depois do serviço religiosos para uma reunião de cidadãos.
Lavínia Thurlong parou de abanar-se e olhou em volta, surpresa. Várias outras mulheres fizeram o mesmo, e a congregação ouviu com atenção.
Não que houvessem estado atentos durante os sessenta minutos de culto. O reverendo Wade Weston, um jovem carismático com cabelos loiros e voz forte, atraía uma legião de seguidores. Pessoas da cidade e fazendeiros reuniam-se todos os domingos para submeterem suas consciências aos benefícios da fé.
O serviço era realizado nos fundos do Armazém Durfee. A sala era o único espaço disponível em Hanging Tree, grande o bastante para acolher a multidão crescente. Além do mais, Rufus Durfee concordara em ser prefeito no ano seguinte, já que ninguém mais aceitara o cargo.
Ele mesmo percorrera a cidade, trazendo todos aqueles que não costumavam atender aos cultos dominicais.
– Algum problema, Quent? – Gladys Whiterspoon encarou Quent Regan, o chefe da polícia federal, que ocupava uma cadeira no fundo da sala. Ele era responsável pela maior parte do território do Texas, e decidira instalar-se em Hanging Tree.
– Não que eu saiba – foi à resposta enfática.
– Rufus Durfee não convocaria uma reunião de cidadãos se não houvesse más notícias
– Millie Potter comentou em voz alta. Millie era a dona da hospedaria no final da trilha poeirenta que formava a rua principal de Hanging Tree. – Aposto que vamos enfrentar problemas.
Um murmúrio ergueu-se entre os presentes e cabeças moveram-se em sinal de apoio.
– Ei, não são más notícias – o revendo Weston apresentou-se para garantir. – Na verdade, a novidade é muito boa para todos nós. – Ele olhou para o prefeito. – Rufus, quer que eu faça as honras?
Ao ver que o político e comerciante afirmava com a cabeça, o reverendo tossiu para limpar a garganta.
– Srta. Jewel, se puder vir aqui, por favor...
Todos se viraram para estudar a jovem que caminhava até a frente da sala. Como sempre, Pérola Jewel estava vestida e penteada de maneira impecável. Hoje ela usava um traje num tom pálido de rosa com uma gola alta, cintura marcada e uma saia ampla. Fitas da mesma cor mantinham os cabelos loiros e longos longe de seu rosto. Nas mãos ela carregava uma elegante sombrinha cor-de-rosa, cuidadosamente fechada e apontada para baixo, como uma bengala. Apesar de ter chegado dois meses antes, a pele ainda não fora maculada pelo forte sol do Texas. Era tão fresca e pálida como quando desembarcara da carruagem que a trouxera de Boston.
Teria sido elogiada por sua elegância na cidade onde crescera, mas em Hanging Tree parecia apenas frívola. Todos sabiam que a poeira do oeste jamais estabelecia diferença entre a seda e a juta.
– A srta. Jewel ofereceu-se para ensinar nossas crianças. – A voz do religioso transbordava de orgulho.
– O que ela pode ter para ensinar aos nossos filhos? – Alguém quis saber.


3 - Jade
Para realizar um plano ousado, um poderoso inimigo Jade Jewel tinha de enfrentar!
Decidido a apagar da memória seu indigno passado como pistoleiro, o reverendo Wade Weston declara guerra ao pecado naquela pequena cidade do Texas. Mas não contava com a chegada de Jade. Com sua determinação em construir ali um palácio dos prazeres, ela conturbou o sossego da comunidade. E, com sua beleza exótica, despertou em Wade uma paixão que ameaçava a paz de sua alma!

Capítulo Um

San Francisco. 1867

– Quero que você vá morar no Texas comigo, Ahn Lin. – Onyx Jewel estava deitado entre os lençóis amarrotados da grande cama, parecendo contente e saciado.
– Você sabe que não posso. – A jovem mulher adiantou-se até a cama num quimono vermelho, que, fechado com displicência, revelava quase tanto quanto encobria.
Ele lhe observou o andar gracioso, apreciando a suave cadência dos quadris, a curva dos seios, o sutil ondular da seda a cada movimento.
Ahn Lin era a criatura mais exótica que já conhecera. Era pequena, delicada, possuía curvas perfeitas. Os cabelos eram negros como o ébano, cascateandolhe lustrosos pelas costas até a cintura. Tinha lábios sedutores que pareciam implorar para serem beijados. Os olhos escuros e penetrantes pareciam enxergar através da alma de um homem.
– Não pode? – indagou Onyx, num quase sussurro. – Ou não quer?  Em vez de responder, Ahn Lin estendeu-lhe uma bandeja repleta de uma variedade de frutas fatiadas, distribuídas em agradável simetria. Era possível, nas docas dessa cidade cosmopolita, escolher do melhor que o mundo tivesse a oferecer. E ali, no Dragão Dourado, o palácio dos prazeres mais opulentos da cidade, um homem podia encontrar uma infinidade de deleites. Os quartos eram adornados com os melhores cristais irlandeses e sedas orientais. Os tapetes sob os pés eram da Turquia. A mais refinada renda belga enfeitava os dosséis das camas.
– Coma – disse ela, com um sorriso. – Isto irá acalmar a fera dentro de você.  –  Não é comida que esta fera precisa. – Ele segurou-lhe o braço e, como de costume, Ahn Lin deixou-se envolver pelo magnetismo desse texano que havia muito roubado seu coração.
Embora ela tivesse construído a mais impressionante casa de entretenimento de San Francisco, uma cidade conhecida por seus excessos, tomara cuidado de se preservar, mantendo-se inacessível a todos que ali chegavam para desfrutar os prazeres do lugar. Mas isso fora somente até que conhecera Onyx Jewel. Esse forte e poderoso barão do gado era o mais destemido aventureiro que ela já conhecera. E embora tivesse tentado resistir a ele no início, acabara sendo totalmente conquistada por seu charme.
– Nós já falamos sobre isso antes. – A voz de Ahn Lin ainda carregava o tom malicioso de sua terra natal, a China. – Por que tem que continuar me tentando com o que nunca poderemos ter?
Ele puxou-a um pouco mais para si, sem deixar de fitá-la um instante sequer.  –  Você mesma sempre me disse que seu casamento foi apenas no papel. Pelos céus, você tinha só três anos de idade. E ele era o melhor amigo do seu avô. Hoje em dia, seu marido deve estar com... Setenta ou oitenta anos.
– Não importa. Até que ele morra, estamos ligados um ao outro. Eu tenho que respeitar a tradição do meu povo...
– Às favas com a tradição! Ele nunca deixará a China. E você nunca retornará para lá.


4 - Rubi
Rubi Jewel tinha um charme arrasador, mas não conseguia dobrar o xerife Quent Regan!

Rubi não se submetia a nenhum tipo de autoridade e sabia como ninguém enfeitiçar os homens!
Quent jurara que faria aquela conquistadora de corações cumprir a lei, embora a paixão que ele sentia pela ardente Rubi ameaçasse romper todos os códigos...

Prólogo

Bayou Rouge, Lousiana, 1865

- Senti saudade de você. Senti saudade disto.
Deitado na cama, Joseph Jewel ficou olhando enquanto Madeline St. Jacque escovava os cabelos. Ela havia posto um roupão de seda que deixava mais exposto do que coberto o voluptuoso corpo.
Joseph correu os olhos pelo quarto, muito parecido com a dona. Via-se ali uma curiosa combinação de elegância e simplicidade. A cama era grande e o colchão tinha a maciez certa. 
Os numerosos travesseiros se amontoavam, forrados com fronhas de diferentes cores. No chão estava o tapete que ele havia mandado fazer especialmente para ela. Importado de Constantinopla, mostrava desenhos de flores e borboletas em cores exóticas. Ela havia chorado de alegria ao receber o presente, para depois correr por cima com os pés descalços, rindo como uma criança.
Em muitos aspectos ela era mesmo uma criança. Tinha medo de sair daquele lugarzinho aconchegante que sempre havia chamado de lar. 

Tinha medo de se arriscar na vida que ele oferecia. Por outro lado, era impossível não perceber que se tratava de uma mulher. E que mulher. Com um olhar altivo e um sorriso travesso, havia conquistado o coração dele.
- Quando vamos conversas sobre o Texas?
Madeline olhou para ele pelo espelho.
- Por que você não pode morar aqui em Bayou Rouge? – ela inquiriu.
- Porque ganho a vida no Texas, Madeleine. E é uma vida muito boa.
E a escola de Rubi, era outra batalha que ele havia perdido. Teria preferido professores particulares, e não a rigidez de um colégio interno. Madeline, porém, como sempre, havia lutado feito uma gata selvagem, para que a filha cursasse o mesmo colégio que as mulheres da família St. Jacque vinham freqüentando há gerações.
- Não iremos. Logo
Então ele estendeu a mão.
Madeline começou a atravessar o quarto, despindo-se enquanto caminhava.
A reação de Joseph foi a de sempre. Sentia-se perdido ao ver o meneio daqueles quadris e a firmeza daqueles seios maravilhosos. Madeline St. Jacques era a mulher mais sensual e desejável que podia existir.


5 - Malaquita
Se não fosse pela coragem de Ônix, o líder dos Comanches teria certamente sido morto, pois os caçadores de búfalos tinham a vantagem dos rifles.

Mas ter salvado a vida de seu líder, dois cervos, não viera sem um preço. 
Ônix tinha oscilado à beira da morte por vários dias. 
Foi apenas por causa do carinho da irmã do chefe que ele sobreviveu.

Capitulo um

Texas, 1871

Ele tinha estado na sela por cinco dias, parando apenas tempo suficiente para algumas horas de sono e mudança de cavalos. A jornada, partindo de um rancho isolado em Montana para a região montanhosa do Texas, tinha já lhe custado dois bons cavalos. Fora forçado a deixar o primeiro para trás em Wyoming, o segundo no Colorado. Ainda, com alguma sorte, devia chegar ao seu destino antes do amanhecer.
Ele deslizou de sua montaria e ajoelhou-se na neve para beber de um córrego gelado. Passando a mão sobre o seu queixo barbudo, esperou impacientemente até que seu cavalo terminar de beber. Então montou e estava em seu caminho mais uma vez.
Ele era impulsionado por um sentimento de urgência. A mensagem tinha sido breve.
Estrela da manhã está doente. Mas ele sabia que a sua mãe nunca teria permitido essas quatro palavras serem enviadas, a menos que a doença fosse grave.
Incitou sua montaria até uma colina, depois, nas águas do riacho ainda entupido de gelo.
E rezou para que chegar a tempo de fazer as pazes com a mãe cujo coração ele tinha quebrado tantos anos atrás, quando tinha deixado sua casa e povo, virando as costas para o seu modo de vida. O Comanche tinha se refugiado para o inverno em uma pequena floresta, densamente arborizada de uma área do Texas. Para um fazendeiro ocasional ou cowboy, as suas tendas eram indistinguíveis das árvores.
Quando os cascos de seu cavalo agitaram os flocos de neve, a notícia se espalhou rapidamente através do acampamento. O filho da Águia tinha retornado.
No momento em que ele entrou na tenda de sua mãe, uma multidão se reuniu, embora todos mantivessem a uma respeitosa distância.
Uma jovem mulher, sentada ao lado da cama, olhou com surpresa antes de, tranquilamente ter sua licença.
No mesmo instante, ele caiu de joelhos e tomou as mãos de sua mãe na sua. Quão pequenas pareciam. Quão frias.
"Eu sabia que você viria, Filho da Águia. "Sua voz era pouco mais que um sussurro. Mesmo o pequeno esforço parecia demais.
"Como eu não viria? Preciso consertar essa coisa entre nós, Mãe. Eu não deveria ter ficado tanto tempo longe. Eu deveria
ter ... "



Série Jóias do Texas
1 - Esmeralda
2 - Pérola
3 - Jade
4 - Rubi
5 - Malaquita
Série Concluída




25 de novembro de 2014

O Highlander

Série Irmãs McAlpin





O homem, como todos os demais, fora trucidado de forma selvagem.

A mulher, cujas roupas lhe haviam sido arrancadas do corpo, fora violentada pelos inimigos antes que a morte misericordiosa a levasse.
— Venha, meu filho. Amanhã voltaremos para sepultar seus mortos disse frei Anselmo, em tom compassivo.
O menino não deu mostras de tê-lo ouvido. Permaneceu imóvel, de joelhos, o rosto sem expressão.
— Precisa esquecer o que viu hoje o frade insistiu, penalizado.
— Nunca!
— Pela primeira vez o garoto quebrou o mutismo que até então mantivera. Depois, apertando os punhos até os nós dos dedos ficarem brancos, acrescentou, feroz: — Nunca vou esquecer!
A dureza e a determinação daquela criança abalaram o velho frade. Só vira antes tal ferocidade em guerreiros empedernidos por muitas batalhas.
— Quando eu crescer ... o menino continuou falando, através dos dentes cerrados, juro, pela alma do meu pai e da minha mãe, que vingarei meu povo! Os ingleses que fizeram isso, um dia, vão prestar contas à Dillon Campbell!

Capítulo Um

— Moira! Estou vendo os selvagens! De pé no balcão do seu quarto, Leonora, única filha de lorde Alec Waltham, observava os campos verdejantes.
Tão longe quanto à vista alcançava, as terras pertenciam a seu pai. A maior parte fora presente do rei Edward, em agradecimento aos serviços prestados por lorde Waltham à coroa inglesa. Alec Waltham era um dos mais fiéis amigos do rei, e a generosidade deste para com os que lhe prestavam lealdade era lendária, assim como seu temperamento volátil.
Era bem conhecido nos círculos da nobreza o fato de o rei Edward ser autocrático, de gênio explosivo, capaz de tornar-se violento diante de críticas, até mesmo dos amigos fiéis.
Deus nos ajude! Onde? A idosa aia saiu para o balcão e, protegendo do sol os olhos cansados, examinou as redondezas.
— Ali, naquela colina. Está vendo o reflexo do sol nas espadas?
— Sim. A velha criada persignou-se. Nunca pensei que viveria para ver esses pagãos dormindo sob o mesmo teto que gente cristã e civilizada. Nem comendo à mesa do seu pai. Ah, as coisas terríveis que tenho ouvido sobre eles.
— Ouvido? Quer dizer que nunca viu um escocês?
A mulher, que havia sido ama de criação da mãe de Leonora, antes desta, estremeceu.
— Não. Mas tenho ouvido muitas histórias a respeito desses selvagens. São gigantescos, minha criança, andam com as coxas descobertas mesmo na mais gélida temperatura, e vestem pouca coisa além de trapos. Vendo a expressão chocada de Leonora, continuou: — Sim, aqueles que já os viram dizem que são selvagens, violentos, com um jeito rude de falar, e faces barbudas, horríveis de se contemplar.
Os olhos de Leonora se arregalaram.
— Ah, Moira, e o que eu vou fazer? Papai me mandou ficar ao lado dele para recepcionar essas ... criaturas. Ela levou a mão delicada ao pescoço.
— Se ele fosse prudente, teria ordenado que você não saísse do quarto até esses pagãos escoceses fossem embora. Quem sabe de que maldades eles são capazes? A aia baixou a voz. Há pessoas que afirmam que eles comem criancinhas inglesas e bebem o seu sangue.
— Quieta, Moira. Não posso acreditar em tamanho absurdo! Papai nunca os convidaria para nossa casa, se fossem tão monstruosos assim.
— Não se esqueça, não foi escolha de seu pai. O rei ordenou esse encontro.
— Sim, e você acha que nosso rei iria colocar seu mais leal amigo em situação tão perigosa?
A criada não respondeu. Sabiamente guardou para si seu verdadeiro pensamento. Havia espiões por toda a parte e infeliz daquele que caísse no desagrado do trono.
A atenção de Leonora, contudo, já se voltara para os três cavaleiros que se aproximavam do fosso que rodeava o castelo. A um grito de comando, a ponte levadiça foi baixada, e o pesado portão, erguido. Os três escoceses avançaram para dentro do pátio e imediatamente a ponte levadiça e o portão voltaram a posição inicial, impedindo qualquer retirada.
— Esses escoceses, comentou Leonora, preparando-se para deixar o aposento, são ou muito tolos ou muito corajosos. Afinal, são apenas três homens contra mais de cem dos melhores guerreiros do rei dentro das muralhas.
—Dizem que basta um escocês para derrotar um exército inteiro de soldados ingleses.



Série Irmãs McAlpin
1 - A Prisioneira do Castelo
2 - Uma Rebelde na Corte
3 - Prisioneira do Esquecimento
4 - Coração Highland
5 - O Higlander Traduzido- Guerreiro Amante 
6 - O Inimigo
Série Concluída


29 de outubro de 2014

Coração Highland

Série Irmãs McAlpin

Jamie MacDonald tinha uma tarefa solitária e perigosa, unir os clãs rivais das montanhas contra a conspiração de um traidor. 

Sua busca desesperada por aliados o levou ao Clã Gordon e, contra o bom senso, para os braços de Lindsey Gordon, filha orgulhosa e obstinada.
De temível reputação o gigante de barba ruiva que chamavam de Heartless MacDonald, a ela pouco importava com sua rudeza.
No entanto, mesmo quando debateu-se em seu abraço indesejado, ansiava o coração nobre deste guerreiro.

Capítulo Um

Terras Altas da Escócia, 1566
No exterior de Kinloch House os soldados das montanhas ficaram lado a lado, guardando a fortaleza, ignorando o frio de março, assistindo a morte.
Eles não sairiam enquanto restasse fôlego em seu líder.
No interior, Brice Campbell, conhecido em todo o país como o Highland Bárbaro, jazia mal apegando-se à vida.
Mensageiros viajavam até os extremos confins da terra para chamar os amados de seu líder, Correndo contra o tempo, deixando-o com sua amada esposa, Meredith.
Da Inglaterra tinham vindo Brenna MacAlpin e seu marido, Morgan Grey, e seus dois jovens filhos. Da Irlanda, a filha Megan MacAlpin e seu marido, Kieran O'Mara, e seu primeiro filho, Sean.
Chefes das montanhas com os seus soldados ocupavam os arredores da fortaleza antiga. Alguns, como Angus Gordon, amigos de infância, cujo coração estava pesado. Outros, que tinham tido o privilégio de lutar ao lado deste nobre rebelde, esperavam e observavam em silêncio chocado.
O vento varreu descendo pela chaminé, espalhando cinzas e faíscas. Uma chama. Explodiu e quase morreu, então serpenteava ao longo da casca de um tronco até saltar em uma chama de luz.
Os homens e mulheres se abraçavam, todos buscando ou dando conforto.
Crianças, rapidamente superavam sua timidez, falando em muitos dialetos estranhos, se familiarizando. Mas até mesmo suas vozes eram estranhamente constritas, pois sentiam a melancolia da ocasião.
Os servos moviam-se ao redor como se estivessem em transe. Um aglomerado de cães cercava a lareira, olhando nervosamente para cada par de pés.
O silêncio foi quebrado pelo som das enormes portas da frente sendo abertas. Um momento depois, um gigante de barba ruiva parou no limiar.
Seu olhar passou pela sala, em seguida, levantou o olhar à mulher que descia as escadas. Sua figura era magra como de uma donzela. Seu vestido de cetim vermelho, parcialmente coberto pela manta Campbell. Cabelo castanho grosso alastrado sobre o ombro. Carregava uma criança nos braços. Entregando a criança a um servo, correu para a frente.
— Oh, Jamie. Louvores aos céus, você veio. A bela lady Meredith agarrou-o em um abraço caloroso.
— Eu temia que você não chegasse a tempo.
— Eu vim assim que seu mensageiro chegou. Ele estudou-a: Olhos vermelhos e linhas finas ao redor da boca. Vendo o cansaço gravado nas belas características de Meredith, ele puxou-a em seus braços e apertou os lábios em seu cabelo. Ela era a coisa mais próxima de uma mãe que conhecia. Ele tinha sido muito feliz quando, anos antes, seu pai adotivo havia caído de amores por ela e concordara em deixá-lo em casa com ela em Kinloch House.
— Brice ...ele não podia dizer as palavras sobre Brice Campbell viver ou morrer. A pergunta não formulada pairando sobre eles.
— Ele está gravemente ferido. Mas ele vive. Ela viu o alívio no rosto de Jamie.
— Você o curou de ferimentos graves antes, Meredith. Ele vai melhorar; você vai ver. Você é sua razão de viver.
— Sim. Rezo que assim seja. Mas seu destino está nas mãos de Deus. Ela piscou para conter as lágrimas que ameaçavam.
— Brice insiste em vê-lo assim que chegar.
— Sim. Gostaria de vê-lo agora. Ela levantou a saia e mostrou o caminho. Seguindo- a até as escadas disse com firmeza: — Fale-me deste estranho ataque. Seu mensageiro disse ser na própria casa da rainha. É certo isso
— Sim. Meredith parou no topo da escada.
— Nós fomos convidados para jantar com Mary em Holyrood. Ela está confinada estes dias, uma vez que está grávida. Com um leve sorriso, ela acrescentou, Mary sempre teve a companhia de Brice. E agora que seu casamento com o senhor Darnley é tão infeliz, velhos amigos a rodeiam torcendo por ela.
À menção de Darnley, o franzir da testa de Jamie se aprofundou. Ele tinha ouvido os rumores sobre o marido da rainha. Bebedeira, jogos de azar, mulheres.
Se a metade fosse verdade, o casamento estava quebrando o coração terno da pobre jovem rainha.
— Durante o jantar, lord Ruthven cambaleou. Primeiramente temíamos que ele tivesse bebido cerveja demais. Mas depois, vendo o punhal na mão, Brice empurrou a mesa para barrar seu caminho. Mas no mesmo momento senhor Darnley apareceu com vários outros nobres. Ao vê-los, Brice apressou-se em defesa de Mary, percebendo que significava um ataque.
Jamie sentiu seu coração parar.
— Será que a nossa rainha foi ferida?
— Não, graças a Deus. Graças apenas a Brice. Mas pobre Riccio.
— É verdade, então, que o secretário de Mary morreu?
— Sim, Meredith sussurrou, suprimindo um arrepio.
— George Douglas utilizou a própria adaga de lord Darnley para o ato sangrento. Ele e lord Ruthven devem ter esfaqueado o jovem Riccio mais de cinquenta vezes antes de arremessar seu corpo escada abaixo. A rainha estava perto da histeria.
— E Brice? Os olhos de Jamie se estreitaram.
— Qual deles segurava a faca que causou as feridas?
— No meio da confusão, eu não podia ver. Havia servos chorando, e a própria rainha estava ajoelhado sobre o corpo de Brice, gritando por ele.O amado bárbaro highlander. Meredith tremeu.
— Eu não vi quem infligiu os ferimentos. Mas o estrago é grande.
Quando chegaram à porta da câmara, Meredith virou.
— Você não deve exigir demais de sua força. Ele perdeu muito sangue.
Não era a natureza de Jamie sentir medo. Nos últimos anos, combatera na fronteira entre a Inglaterra e a Escócia, tornara- se conhecido como um guerreiro destemido. Ele sabia o que os outros o chamavam quando pensavam que ele não podia ouvir.
O MacDonald Heartless. Sim, ele era sem coração no meio da batalha.
Mas ao ver que o esperava, sentiu seu coração parar.
Era como se suas veias, de repente se tivessem transformado em gelo. Ele estudou o rosto do homem que era o único pai que ele nunca tinha conhecido, agora deitado indefeso como um bebê pequenino.
A cabeça de Brice estava envolta em ataduras.
Sangue infiltrava através das camadas de bandagens recentes. Uma tala foi colocada rigidamente ao seu lado, coberto com lençóis espessos. Seu peito subia e descia em cada respiração ofegante.
Jamie parou por um momento, lutando contra os sentimentos que rasgavam através dele.
Medo, raiva, impotência. Deixando de lado suas emoções, se ajoelhou até que seu rosto estava perto de Brice.
— Eu estou aqui, ele sussurrou.
Ele viu quando as pálpebras do homem mais velho piscaram, depois abriram. Havia uma palidez mortal em sua pele.
— Eu sabia que você viria.
A voz de Jamie tremeu com fúria.
— Eu preciso de apenas um nome e eu vou vingá-lo desse crime terrível. Diz-me quem empunhou a adaga. Ao cair da noite o seu inimigo vai morrer em seu próprio sangue.
— Não. É mais do que vingança você deve procurar. A mão que agarrou a manga de Jamie foi surpreendentemente fraca. O homem, que tinha resistido ao ataque de exércitos, que havia ampliado sua fortaleza nas montanhas e a defendido contra todos os ataques, agora estava fraco demais para cerrar o punho.
Os olhos de Brice, embora vidrados de dor, fitaram Jamie com o velho aspecto familiar de comando.
— Escute bem. Sua primeira preocupação deve ser a nossa rainha, que era o verdadeiro alvo do ataque.
— Ruthven mataria nossa rainha?
— Não apenas Ruthven. Brice se esforçou para falar apesar a dor que o assolava com cada palavra.
— Eu não confio em Darnley. Não confio em ninguém para manter a Rainha em segurança, somente você.
— Darnley!

Série Irmãs McAlpin
1 - A Prisioneira do Castelo
2 - Uma Rebelde na Corte
3 - Prisioneira do Esquecimento
4 - Coração Highland
5 - Guerreiro Amante
6 - O Inimigo
Série Concluída



3 de outubro de 2011

Sob O Encanto do Amor




Uma bela feiticeira, um nobre guerreiro e a vastidão bravia da Escócia!

Escócia, 1559.

Merrick MacAndrew sabia que era uma busca baseada apenas em lenda, mas sentia-se disposto a arriscar tudo para salvar o filho que estava morrendo... até raptar

Allegra Drummond, cujos místicos talentos de cura se igualavam a seu poder de deixar o coração dele ardendo de paixão!

Que encantamento era aquele?
Um lorde forte e intimidante das Terras Altas havia tirado Allegra Drummond de seu idílico isolamento para fazê-la obedecer-lhe!
Não importava que os motivos dele fossem louváveis e despertassem a compaixão e a preocupação dela.
Merrick MacAndrew usara uma magia própria de transformação de vida para uni-la a ele para sempre... de coração, corpo e alma!

Capítulo Um

Reino Místico, 1559

Allegra, você já trabalhou mais do que o suficiente por hoje. — Kylia afastou uma mecha de cabelo preto da face, parando junto a uma das várias carreiras da horta onde a irmã se ocupava arrancando ervas daninhas com sua enxada. — Agora, venha pescar comigo.
— Oh, como eu adoraria ir... Mas tenho outras carreiras para capinar.
— Isso pode esperar. E você vai se refrescar tanto quando andar descalça à beira do riacho comigo! — exclamou Kylia, entusiasmada.
Aos seus dezoito anos, com lustrosos cabelos negros e impactantes olhos cor de mel, no momento mais parecia uma criança ansiosa por sua diversão favorita do que a linda jovem que era.
— Sim. Eu gostaria muito de ir até lá. — Allegra removeu a camada de transpiração de sua fronte com as costas da mão. — Tão logo tiver terminado aqui, eu me reunirei a você.
— Promete?
— Claro.
Kylia sorriu, satisfeita, pois o prazer era sempre maior quando partilhado com sua irmã.
Enquanto se afastava, a irmã mais nova, Gwenellen, de dezesseis anos, surgiu correndo pelo campo, seguida de Jeremy.
Embora no passado ele tivesse sido conhecido como um troll agressivo, exigindo pagamento de todos aqueles que haviam atravessado sua ponte, Jeremy encontrara paz e contentamento ali, no Reino Místico.
— Allegra. Jeremy e eu encontramos um maravilhoso caminho de morangos na floresta.
Com sua estatura não maior do que a de um anão, o troll meneou a cabeça, o gesto agitando-lhe a cabeleira farta e escura que lhe chegava quase até os pés.
— E são os mais doces que já provei.
— Sua voz fazia lembrar um sapo coaxando. — Venha conosco e nos ajude a colhê-los — convidou, entusiasmado.
Allegra sacudiu a cabeça.
— Obrigada, mas primeiro tenho de terminar minha tarefa. Depois, prometi a Kylia que iria pescar com ela no riacho.
Mas se vocês dois ainda estiverem na floresta quando eu tiver terminado tudo isso, ficarei contente em ajudá-los.
Gwenellen dirigiu um sorriso travesso à irmã, os intensos olhos azuis brilhando.
— Espere. Deixe-me terminar sua tarefa agora mesmo.
— Antes que Allegra pudesse detê-la, ela bateu as mãos e entoou: — Desapareçam, ervas daninhas. Façam o que eu mando.
Quase imediatamente, um grupo de doninhas passou correndo por perto pelo campo e um grande manto caiu do céu.
Gwenellen olhou ao redor, mortificada, e, então, ergueu a cabeça para gritar:
— Não doninhas! Daninhas. E eu não disse manto, mas mando!

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13 de agosto de 2010

Série Irmãos Conover

3- Um jogador Apaixonado


    
Yale adorava as emoções do jogo. Apesar disso, nunca se considerara um proscrito, enbora zombasse da lei dos homens. 

Preferia rotular-se como um individuo que vivia segundo as próprias leis.
Quis o destino que Yale, movido por seu alto senso de justiça, decidisse ajudar uma viúva e seus dois filhos a escapar de um bando de criminosos. 

E, para sua surpresa, ela era Caroline McKinnon, a jovem que fora obrigado a abandonar. 
 Caroline, que se tornara uma mulher cativante e corajosa, o fez ansiar por um lar e pelo amor de uma boa esposa, objetivos que ele sempre descartara. Mas o amor reacendido sobreviveria a uma escalada de perigos?



2- Corações Indômitos

Sempre vestida com trajes masculinos de pele de gamo e com os cabelos loiros e encaracolados presos sob um chapéu de aba larga, ela era conhecida por sua tenacidade em perseguir, por semanas a fio, os rastros de cavalos selvagens. 

Dormia tão bem ao relento, sob as estrelas, quanto no calor de uma cama. Distinguia as rochas pelo formato, conhecia os picos das montanhas um por um e cada curva das trilhas. 
Acima de tudo, ela aprendera a esperar o inesperado e a resolver qualquer contratempo.
Mas Bo Chandler foi uma surpresa que pegou Kitty desprevenida. Depois de salvar a vida de Bo, ela começou a sentir os primeiros e inegáveis sintomas do verdadeiro amor. E não ficou nem um pouco satisfeita com isso!
Ela entendia de cavalos, mas os homens eram uma espécie bem mais complicada. Kitty não estava disposta a confiar seu coração a um desconhecido que acendia nela faíscas mais eletrizantes do que os relâmpagos de uma tempestade de verão!



1- Direito à Esperança

Ele era sério demais. Ela era enlouquecedora! 

Qualquer que fosse o problema naquela cidade, todos se apressavam em chamar o xerife Gabe Conover. 
Não fora somente a habilidade de ser um bom atirador que lhe garantira a notoriedade de xerife mais respeitado da região. 
Fora sobretudo a fama de ser um homem consciente, dedicado, honesto e respeitador da lei, que não fazia nenhuma concessão. 
Mandara mais bandidos para julgamento do que qualquer outro xerife do Território de Dakota. Gabe reconhecia uma situação difícil de longe. E Billie Calley era um problema, e dos grandes. 
As complicações começaram no momento em que ela chegou à cidade. Mas o alvoroço que envolvia Billie no Red Dog Saloon era mínimo se comparado à luta que Gabe enfrentava com sua atração por aquela mulher misteriosa! 
Quando Billie foi acusada de assassinato, o xerife correto teve de decidir quem seguiria: alei... ou seu coração? 

Série Irmãos Conover
1- Direito à Esperança
2- Um jogador apaixonado
3 -Corações indômitos

Série Concluída

Brumas do Passado





Um mundo de escuridão e mistério...

Foi isso que Olívia St. John descobriu ao chegar em Blackthorne para trabalhar como preceptora. Mas ela estava determinada a desvendar os segredos que cercavam as terras de Lord Quenton Stamford e arrancá-lo daquela melancolia voluntária.
Quenton Stamford jurara que jamais confiaria em uma mulher novamente. Até que Olívia St. John surgiu em sua vida. 

A determinação dela em vencer as próprias dificuldades despertou-o de seu longo pesadelo. Mas como podia seguir seu exemplo e aprender a amar novamente?

Capítulo Um

Cornualha, 1662.
As sombras do entardecer projetavam-se sobre as colinas ondulantes e as campinas verdes pontilhadas de ovelhas. Camponeses arrendatários, cansados após um dia nas plantações, pararam as atividades para ver ao longe uma elegante carruagem dirigindo-se ao castelo.
— O coração de pedra voltou. — Um homem velho apoiou-se no cajado e virou-se para o filho. — Não bastou ter matado a esposa e jogado o irmão do penhasco, deixando-o mudo e paralítico. Nem partir para a Inglaterra, levando uma vida de crime nos mares, deixando o avô para cuidar do caos aqui. Ainda deve achar que sua amizade com o rei lhe dá o direito de voltar e reclamar a herança, como se nada tivesse acontecido.
— Quem vai detê-lo? — resmungou o mais jovem.
— Quem... Os ricos vivem sob suas próprias regras. — O velho estreitou o olhar e observou a carruagem parar no pátio distante. — É ruim que nosso suor e sangue contribuam para tanta riqueza, mas seria ainda pior morar no castelo Blackthorne, como aqueles serviçais...
— Louvado seja! O lorde chegou! — A sra. Thornton, governanta de Blackthorne, o domínio do lorde Quenton Stamford, bateu as mãos para chamar a atenção dos serviçais, conclamando-os com sua voz aguda e desafinada.
Quanto mais agitada, mais alto falava: — Edlyn, sua lambari retardada e imprestável! Pare de se embonecar e vá logo com os outros!
Enquanto os serviçais saíam pela porta da frente e perfilavam-se no pátio a governanta e Pembroke, o mordomo, tomavam seus lugares um pouco à frente. Formavam uma dupla cômica, a sra. Thornton rechonchuda de avental manchado e lenço sobre os cachos grisalhos, Pembroke alto e magro como uma vara, com os cabelos pretos meticulosamente arrumados e a roupa igualmente engomada. A voz dela lembrava articulações enferrujadas, enquanto a dele era tão afetada quanto a usada pela realeza.
O cocheiro freou a composição, desceu e abriu a porta da carruagem. Uma figura de capa saltou, mal olhando para a equipe reunida.
— Bem-vindo ao lar, senhor — declarou Pembroke, após pigarrear ruidosamente.
— Espero que a viagem tenha sido aprazível — acrescentou a governanta.
— Permita-me apresentar-lhe os seus criados, senhor. — Pembroke voltou-se e viu as moças já na devida postura de reverência, enquanto os rapazes tiravam os bonés.
Lorde Stamford saudou-os com um movimento de cabeça quase imperceptível e voltou-se para a porta da carruagem, de onde saltava um menino pequeno.
Ereto como um poste, Pembroke não externou o menor sinal de surpresa, mas olhou curioso para a criança morena, de cabelos e olhos castanho-escuros.
O menino, por sua vez, admirava a fortaleza imponente cercada de amplos jardins bem cuidados, as torres acasteladas captando os últimos raios de sol.
O cocheiro já descarregava a bagagem, deixando-as no chão. Com um estalar de dedos, Pembroke destacou alguns membros da equipe para transportar as malas e bolsas do lorde.
— Gostaria de um jantar tardio,senhor? — indagou a sra. Thornton, nervosa.
— Não, não quero nada.

Anjo


Desde quando os anjos do Natal usavam guarda-pós e chapéus de abas largas? 

Talvez fosse esse o traje que reservavam para Montana, pois Quin McAllister parecia um deles ao surgir naquela região selvagem e na vida de Cassie Montgomery e suas duas filhas. 
No entanto, ela sabia que a sua felicidade duraria pouco. 
Apaixonou-se por um homem que jamais renunciaria à liberdade de não se fixar em lugar algum. 
Quin McAllister, um jogador, começara a se apaixonar por Cassie muito antes de conhecê-la, graças às cartas do marido dela. Então, perdeu o coração quando a viu com seus próprios olhos! 
Cassie era a única mulher que o levaria a arriscar todas as suas cartas a fim de conseguir tudo quanto sempre desejara… 

Capítulo Um

Território de Montaria — 1867
A mulher corria, atravessando o pátio entre a cabana e o estábulo, nitidamente alarmada. Abrindo a porta pesada de madeira, ela entrou, levando consigo o vento gelado que carregava flocos de neve.
— Cassie! Temos problemas! Vem vindo um cavaleiro em direção a nossa casa. — Ela calou-se para recuperar o fôlego antes de prosseguir.
— Não reconheci o cavalo… Acho melhor apanhar o seu rifle, menina. A jovem mulher parou de colocar feno na manjedoura e, deixando cair o forcado, apanhou o rifle apoiado na porta.
— Voltem todas para casa. — Ela virou-se para as duas garotas que a ajudavam. — Jennifer e Rebecca… Acompanhem sua avó. Mantenha seu rifle carregado e apontado para o forasteiro através da fresta da porta, mãe.
Cassie esperou até que as três estivessem seguras dentro da cabana antes de sair do estábulo para aguardar a chegada do forasteiro. Ele descia a colina do norte, em um cavalo negro que se movia sem esforço aparente através das lufadas de vento e neve.
O cavalheiro lhe pareceu ser uma aparição fantasmagórica, vestido de branco da cabeça aos pés. Quando ele se aproximou mais, Cassie percebeu que a neve formara uma camada alva e brilhante sobre o chapéu e o guarda pó do estranho, dando-lhe uma aparência de um ser de algum outro mundo.
Ele não disse uma só palavra até parar o cavalo bem junto de Cassie.
— Bom dia, madame. — Ele tocou polidamente a aba do chapéu.
— Estou procurando por Ethan Montgomery.
Com um olhar rápido, Cassie notou a sela luxuosa e as botas brilhantes e bem cuidadas do recém chegado. Aquele forasteiro não pertencia à agreste região de Montana! Um homem tão bonito e fascinante estaria à vontade num belo salão, jogando cartas e flertando com belas mulheres ricamente vestidas.
— Ele não está aqui.
— Mas já ouviu falar dele?
— Pode ser… Ao notar o rifle mirando o seu coração, ele manteve as mãos imóveis e bem à vista da mulher. Seria loucura assustá-la com um gesto brusco pois também avistara uma outra arma, através da porta da cabana, apontada em sua direção. Os habitantes de Montana eram doentiamente cautelosos e não pretendia ser pego no meio de um fogo cruzado.
— Por acaso, estou perto da propriedade dele?
— Está dentro dela. Disfarçando a surpresa, ele reconheceu que não prestara suficiente atenção na fala macia e de sotaque nitidamente do sul da Geórgia ou nos caracóis ruivos escapando do enorme capuz do casaco. Entretanto, seria impossível imaginar que aquela criatura rústica fosse a requintada beldade de Atlanta de quem tanto ouvira falar,
— Então, você deve ser Cassie… A Sra. Montgomery.
— Exatamente. E quem é o senhor?
— Um amigo de Ethan. Seu marido me escreveu uma carta, pedindo-me que viesse juntar-me a ele. Meu nome é Quin McAllister.
— Quin… — Sem disfarçar a surpresa e o embaraço, Cassie abaixou, o rifle. — Desculpe-me, sr. McAllister. Eu não costumo receber amigos de meu marido dessa forma. O senhor deve estar gelado. Por favor, venha até nossa casa para se aquecer.
Desmontando, ele puxou o cavalo, caminhando para a cabana. A porta se abriu e uma mulher de meia idade surgiu, com o rifle ainda apontado na sua direção.
— Está tudo bem, mãe. Este homem é um amigo.
A mulher afastou-se da porta e, logo atrás dela, Quin avistou duas garotas abraçadas. A mais velha, de aproximadamente doze anos, tremia convulsivamente e a caçula, de cinco anos, segurava com força as mãos da irmã entre as suas. Ela não demonstrava nenhum temor e sim uma ávida curiosidade.
— Vocês só podem ser Jen e Becky — declarou Quin, sorrindo. — Becky… Seu pai me contou que a sua voz é angelical, digna de um coro de igreja. Falou de uma criança e vejo que já é quase uma mulher. Quanto a Jen… Ele me dizia que ainda era um pingo de gente!




O Herói do Texas



O fazendeiro Thad Conway tinha certeza de que a nova professora daquela pequena cidade do Texas não era a jovem recatada e ingênua que fingia ser. 

De acordo com ele, a “srta. Adams” representava muito bem esse papel; mas ao ser atingido pelo intenso brilho daqueles olhos verdes, Thad percebeu o fogo que queimava dentro dela, revelando uma mulher capaz de arrebatadoras paixões… 
Caroline Adams tinha um trabalho honesto numa respeitável comunidade, bem longe dos problemas que a haviam obrigado a fugir de sua terra natal. 
Pelo menos, era o que ela pensava. Até que o pesadelo de seu vergonhoso passado voltou para atormentá-la. 
Agora, correndo perigo, precisava pedir a proteção de Thad, o único homem capaz de salvá-la… ou arruiná-la! 

Capítulo Um 

México, 1885
Thad Conway ouviu um barulho na porta de entrada da cadeia. Por força do hábito, a mão dele foi até o lado direito dos quadris, onde em geral levava um revólver. Daquela vez, porém, não tinha nenhuma arma com que se defender.
No escuro, ouviu o inconfundível clique de um revólver sendo engatilhado, um som que conhecia muito bem. Então, preparou-se para o que estava por vir.
Olhando pela pequena janela gradeada ele podia ver o céu escuro e estrelado. Devia ser por volta de meia-noite, uma hora pouco própria para visitas, mesmo numa cadeia mexicana.
As dobradiças enferrujadas rangeram quando a porta da frente foi aberta. A luz mortiça de uma lanterna iluminou o ambiente à frente dele, mostrando duas figuras. O homem que segurava a lanterna também empunhava um revólver. O outro enfiou a chave na fechadura e abriu a porta da cela.
— Desculpe a demora, senor Conway — disse delegado, numa voz rouca e de forte sotaque espanhol. — Nosso mensageiro levou dois dias para ir até as terras de don Esteban e mais dois para voltar com a informação de que precisávamos.
Thad ficou esperando, sem dizer nada.
Depois de alguns segundos de pesado silêncio, o homem limpou a garganta e prosseguiu:
— Don Esteban confirmou que a égua em seu poder não era roubada. De fato, como nos disse… você a comprou a dele.
A única reação de Thad foi apertar levemente os olhos.
Como se sentisse um calor provocado pela raiva do ex-prisioneiro, o delegado deu um passo atrás.
— Espero que compreenda o nosso engano — ele se desculpou, com a voz trêmula. — Um homem como você… Todos nós já ouvimos falar da sua habilidade com o revólver. Era natural concluir que o Texano houvesse roubado a égua puro-sangue de don Esteban.
Então o mexicano se voltou para o homem atrás dele, que entregou o revólver e o cinto-cartucheira.
— Sua arma, senor.
Sem uma palavra, Thad passou a cartucheira em volta da cintura e pôs o revólver no coldre. Depois, pegou o chapéu de cima de um banquinho ali perto. Só então quebrou o silêncio que havia se imposto.
— Onde estão meus cavalos?
O carcereiro olhou para o chão, temeroso de enfrentar a frieza daqueles olhos.
— Estão lá fora.
Thad passou pelos dois homens e saiu na noite fria. Pacientemente examinou a égua, certificando-se de que ela havia sido bem cuidada na ausência dele. Depois examinou também o cavalo e verificou o conteúdo das bolsas da sela. Finalmente, apertou a cilha dos dois animais, montou no cavalo e segurou as rédeas da égua.
Sem olhar para a cadeia onde ficara confinado nos últimos quatro dias, bateu de leve com as esporas no ventre do animal e rumou para a fronteira.
Os dois mexicanos suspiraram aliviados. O famigerado homem conhecido como o Texano não era mais responsabilidade deles.
— E melhor se preparar, moça. Logo a estrada vai ficar bem ruim.

Aventureira!



Uma farsante na corte

Stephan Driscoll precisava de uma mulher não apenas por uma noite de amor... Bastava ao impetuoso lorde estalar os dedos, para que qualquer uma das damas da corte de Londres se atirasse a seus pés. 

Quando, porém, o rei Charles II decidiu, só por capricho, obrigá-lo a se casar, Stephan escolheu a desconhecida e estonteante Lady Claire.
Dessa vez Claire se metera em sérios apuros! 
Fora capturada, juntamente com um bando de ladrões, ao tentar assaltar o lorde e seus amigos. 
Sem meios de escapar, não tivera alternativa senão desempenhar seu papel na estranha encenação que o nobre idealizara. 
Mas fingir ser um respeitável dama em meio a todo aquele luxo foi bem mais fácil do que ocultar uma outra e perigosa verdade: a paixão de Claire irresistível Stephan...

Capítulo Um

Londres, 1665
Marinheiros, estivadores, artesãos e comerciantes aglomeravam-se na taverna. A uma longa mesa sentavam-se três homens, que se destacavam por suas jaquetas bem talhadas, calções de cetim e chapéus emplumados, que pen­diam de cabides na parede. Tendo consumido vários picheis de cerveja, ocupavam-se em beliscar as raparigas que serviam às mesas e trocar comentários com os outros fregueses.
Dois de seus companheiros sentavam-se a um canto mais afas­tado, as cabeças juntas, conversando em voz baixa.
— O ano que passou no Novo Mundo não o afetou, Stephan. Pensei que voltaria transformado em um bárbaro.
— Mas foi justamente o que aconteceu! — Uma gargalhada deixou à mostra os dentes alvos, que se destacavam no rosto bronzeado pelo sol e pelo sal marinho. — As colônias da América são lugares espetaculares, James. Creio que deixei lá o meu co­ração.
— Então deseja voltar?
— É o que pretendo. Assim que tiver a audiência com seu irmão e encerrar as formalidades de mais um título, ou seja, o que for que ele tiver planejado para a cerimônia em Westminster.
— O avanço da peste fez com que meu irmão deixasse Londres e fosse respirar o ar puro do campo em Hampton Court. Disse que esperava convencê-lo a passar o verão lá, na companhia dele.
O rosto fino e anguloso abriu-se em um sorriso.
— Quando o rei espera convencer alguém de alguma coisa, isso significa uma ordem real que não pode ser desobedecida. — Deu um suspiro. — Eu esperava partir dentro de no máximo um mês.
— Um mês? Acho que vai ficar de cabelos brancos antes de pôr o Ilusão para navegar novamente. Stephan. Charles tem planos para você.
Uma sobrancelha escura se arqueou.
— Planos? Que planos?
O companheiro observou-o atentamente.
— Já deve saber que ele não o chamou simplesmente para lhe conceder mais títulos, honradas e terras. Lorde Ashton.
— Sabe que detesto esse título. — Stephan fez uma pequena pausa, e prosseguiu: — Por que, então, a carta dava a entender que me convocavam de volta a Londres para receber as honradas de um rei agradecido?