O caminho para o coração de uma mulher…
América do Norte, 1880
Isabella McCree queria ser amada. Por isso, trocou a existência solitária no Leste pela vida numa cabana nas montanhas com um marido de encomenda e seus filhos. Mas conseguiria superar seus segredos e tornar-se uma esposa de verdade?
Dedicado à arte de criar quatro filhos e domar cavalos selvagens, Matt Prescott já não sabia como cortejar uma mulher. Muito menos alguém como Isabella, linda e tímida.
No entanto, em seus olhos azul-esverdeados viu força e sofrimento e soube que, de algum modo, encontraria o caminho para o coração daquela mulher!
Capítulo Um
Divisa da Califórnia e Nevada, 1880
Quanto falta, cocheiro? — gritou Izzy pela janela da diligência postal, em meio ao barulho dos cascos e arreios dos cavalos. O vento forte balançou-lhe o chapéu e o teria arrebatado, se ela não o segurasse com a mão.
— Meu nome é Boone, dona, já disse! E já estamos nas terras de Prescott!
— Já?
— Entramos a uns três quilômetros! Vai ver a casa da fazenda além da próxima colina!
Izzy acomodou-se de novo no assento duro e olhou pela janela. Quem teria imaginado? Todas aquelas terras pertenciam a Matthew Prescott. Embora o território lhe parecesse ameaçador, com áreas rochosas alcançando picos cobertos de neve, estava impressionada. Seu futuro marido possuía toda aquela imensidão. Levou as mãos ao rosto, de repente afogueado.
Apressada, abriu a sacola de viagem e tirou um par de sapatos. Por serem finos demais, carregara-os desde a Pensilvânia, ou seja, por quase cinco mil quilômetros. No trem. Numa série de diligências. Protegendo-os como a um tesouro. Seu vestido estava todo sujo e coberto de pó e seus cabelos sob o gorro, embaraçados, mas os sapatos continuavam reluzentes.
Descalçou as botas gastas e enfiou-as na sacola. Então, deslizou os pés para dentro dos sapatos e amarrou-os com todo o cuidado, o tempo todo ensaiando as palavras de sua apresentação.
Isabella McCree. Membro da Primeira Congregação da Pensilvânia. Muito prazer em conhecê-lo.
Ao levantar o rosto, viu pela primeira vez a casa da fazenda.
Sentiu o coração afundar. Não passava de uma cabana tosca rodeada por várias construções igualmente precárias. Tudo parecia diminuído em contraste com os picos verdejantes da Sierra Nevada ao fundo.
Os cavalos forçavam os arreios na subida da colina. Quando o solo se nivelou, dispararam pela campina, detendo-se bruscamente diante da cabana.
— Chegamos, dona!
O cocheiro grisalho saltou para o chão e escancarou a porta da diligência.
Izzy estendeu-lhe a sacola antes de descer. Os sapatos novos eram desconfortáveis, mas, para seu prazer, proporcionavam um andar seguro e preciso. Dinheiro bem gasto, aparentemente.
— Não estou vendo ninguém, Boone. — Olhou apreensiva para a porta da cabana. — Será que o sr. Prescott saiu?
O cocheiro sorriu, exibindo dentes manchados de tabaco.
— Deve estar na lida. — Estendeu-lhe um maço de correspondências. — Já fazia uns seis meses que eu não passava por aqui. Ele vai gostar de receber isso… e também de vê-la, dona, claro.
Retomando seu assento, pegou as rédeas e, com um estalo de chicote, fez os cavalos puxarem a carruagem numa ampla curva. Dali a minutos, todo o conjunto desaparecia sob a linha das árvores.
Izzy olhou para a porta fechada. Por mais exausta que estivesse da viagem, não lhe parecia correto invadir a moradia de alguém. Continuava aguardando de pé, portanto, fitando as colinas distantes, a mão sobre os olhos contra o fraco sol de outono.
Minutos depois, uma figura a cavalo saiu galopando do bosque próximo, acompanhada de um cão de caça. Da direção oposta aproximava-se outro cavaleiro, atravessando um córrego, com vários outros cães de caça. Sob os raios do sol, a água esparramada formava um arco-íris ofuscante.
Antes que pudesse admirar a beleza da cena, porém, Izzy ouviu latidos e uma voz de criança às costas.
— Del, veja. É… uma moça.
Izzy deu meia-volta e viu três garotos de calças remendadas e camisas desbotadas com as mangas arregaçadas até os cotovelos. Todos tinham os cabelos desgrenhados cortados no mesmo estilo, à altura das orelhas, com franjinhas sobre as sobrancelhas. O mais novo era loirinho, o do meio, ruivo, e o mais alto, moreno. Salvo pelos cortes de cabelo e roupas maltrapilhas, as crianças não se pareciam muito entre si. Seriam os filhos de Matthew?
Os cães de caça já a cercavam, farejando-lhe os tornozelos e latindo tão alto que seria impossível fazer-se ouvir.
Não obstante, tentaria:
— Olá! Eu sou…
Capítulo Um
Divisa da Califórnia e Nevada, 1880
Quanto falta, cocheiro? — gritou Izzy pela janela da diligência postal, em meio ao barulho dos cascos e arreios dos cavalos. O vento forte balançou-lhe o chapéu e o teria arrebatado, se ela não o segurasse com a mão.
— Meu nome é Boone, dona, já disse! E já estamos nas terras de Prescott!
— Já?
— Entramos a uns três quilômetros! Vai ver a casa da fazenda além da próxima colina!
Izzy acomodou-se de novo no assento duro e olhou pela janela. Quem teria imaginado? Todas aquelas terras pertenciam a Matthew Prescott. Embora o território lhe parecesse ameaçador, com áreas rochosas alcançando picos cobertos de neve, estava impressionada. Seu futuro marido possuía toda aquela imensidão. Levou as mãos ao rosto, de repente afogueado.
Apressada, abriu a sacola de viagem e tirou um par de sapatos. Por serem finos demais, carregara-os desde a Pensilvânia, ou seja, por quase cinco mil quilômetros. No trem. Numa série de diligências. Protegendo-os como a um tesouro. Seu vestido estava todo sujo e coberto de pó e seus cabelos sob o gorro, embaraçados, mas os sapatos continuavam reluzentes.
Descalçou as botas gastas e enfiou-as na sacola. Então, deslizou os pés para dentro dos sapatos e amarrou-os com todo o cuidado, o tempo todo ensaiando as palavras de sua apresentação.
Isabella McCree. Membro da Primeira Congregação da Pensilvânia. Muito prazer em conhecê-lo.
Ao levantar o rosto, viu pela primeira vez a casa da fazenda.
Sentiu o coração afundar. Não passava de uma cabana tosca rodeada por várias construções igualmente precárias. Tudo parecia diminuído em contraste com os picos verdejantes da Sierra Nevada ao fundo.
Os cavalos forçavam os arreios na subida da colina. Quando o solo se nivelou, dispararam pela campina, detendo-se bruscamente diante da cabana.
— Chegamos, dona!
O cocheiro grisalho saltou para o chão e escancarou a porta da diligência.
Izzy estendeu-lhe a sacola antes de descer. Os sapatos novos eram desconfortáveis, mas, para seu prazer, proporcionavam um andar seguro e preciso. Dinheiro bem gasto, aparentemente.
— Não estou vendo ninguém, Boone. — Olhou apreensiva para a porta da cabana. — Será que o sr. Prescott saiu?
O cocheiro sorriu, exibindo dentes manchados de tabaco.
— Deve estar na lida. — Estendeu-lhe um maço de correspondências. — Já fazia uns seis meses que eu não passava por aqui. Ele vai gostar de receber isso… e também de vê-la, dona, claro.
Retomando seu assento, pegou as rédeas e, com um estalo de chicote, fez os cavalos puxarem a carruagem numa ampla curva. Dali a minutos, todo o conjunto desaparecia sob a linha das árvores.
Izzy olhou para a porta fechada. Por mais exausta que estivesse da viagem, não lhe parecia correto invadir a moradia de alguém. Continuava aguardando de pé, portanto, fitando as colinas distantes, a mão sobre os olhos contra o fraco sol de outono.
Minutos depois, uma figura a cavalo saiu galopando do bosque próximo, acompanhada de um cão de caça. Da direção oposta aproximava-se outro cavaleiro, atravessando um córrego, com vários outros cães de caça. Sob os raios do sol, a água esparramada formava um arco-íris ofuscante.
Antes que pudesse admirar a beleza da cena, porém, Izzy ouviu latidos e uma voz de criança às costas.
— Del, veja. É… uma moça.
Izzy deu meia-volta e viu três garotos de calças remendadas e camisas desbotadas com as mangas arregaçadas até os cotovelos. Todos tinham os cabelos desgrenhados cortados no mesmo estilo, à altura das orelhas, com franjinhas sobre as sobrancelhas. O mais novo era loirinho, o do meio, ruivo, e o mais alto, moreno. Salvo pelos cortes de cabelo e roupas maltrapilhas, as crianças não se pareciam muito entre si. Seriam os filhos de Matthew?
Os cães de caça já a cercavam, farejando-lhe os tornozelos e latindo tão alto que seria impossível fazer-se ouvir.
Não obstante, tentaria:
— Olá! Eu sou…
Outra linda estória de amor, no mesmo estilo de “Casamento Sem Amor” da Lynda Trent, ou seja, casamento por correspondência, com uma rival maldosa e umas crianças adoráveis. Porém, neste livro eu achei um pouquinho mais movimentado, teve um clímax na estória bem interessante. Vale a pena a leitura, muito bem escrito e gostei!
ResponderExcluirLindo, lindo, lindoooo....amei!!
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