13 de agosto de 2010

Uma Nova Vida



O caminho para o coração de uma mulher…

América do Norte, 1880
Isabella McCree queria ser amada. Por isso, trocou a existência solitária no Leste pela vida numa cabana nas montanhas com um marido de encomenda e seus filhos. Mas conseguiria superar seus segredos e tornar-se uma esposa de verdade?
Dedicado à arte de criar quatro filhos e domar cavalos selvagens, Matt Prescott já não sabia como cortejar uma mulher. Muito menos alguém como Isabella, linda e tímida. 

No entanto, em seus olhos azul-esverdeados viu força e sofrimento e soube que, de algum modo, encontraria o caminho para o coração daquela mulher!

Capítulo Um

Divisa da Califórnia e Nevada, 1880
Quanto falta, cocheiro? — gritou Izzy pela janela da diligência postal, em meio ao barulho dos cascos e arreios dos ca­valos. O vento forte balançou-lhe o chapéu e o teria ar­rebatado, se ela não o segurasse com a mão.
— Meu nome é Boone, dona, já disse! E já estamos nas terras de Prescott!
— Já?
— Entramos a uns três quilômetros! Vai ver a casa da fazenda além da próxima colina!
Izzy acomodou-se de novo no assento duro e olhou pela janela. Quem teria imaginado? Todas aquelas terras per­tenciam a Matthew Prescott. Embora o território lhe pa­recesse ameaçador, com áreas rochosas alcançando picos cobertos de neve, estava impressionada. Seu futuro ma­rido possuía toda aquela imensidão. Levou as mãos ao rosto, de repente afogueado.
Apressada, abriu a sacola de viagem e tirou um par de sapatos. Por serem finos demais, carregara-os desde a Pensilvânia, ou seja, por quase cinco mil quilômetros. No trem. Numa série de diligências. Protegendo-os como a um tesouro. Seu vestido estava todo sujo e coberto de pó e seus cabelos sob o gorro, embaraçados, mas os sa­patos continuavam reluzentes.
Descalçou as botas gastas e enfiou-as na sacola. Então, deslizou os pés para dentro dos sapatos e amarrou-os com todo o cuidado, o tempo todo ensaiando as palavras de sua apresentação.
Isabella McCree. Membro da Primeira Congregação da Pensilvânia. Muito prazer em conhecê-lo.
Ao levantar o rosto, viu pela primeira vez a casa da fazenda.
Sentiu o coração afundar. Não passava de uma cabana tosca rodeada por várias construções igualmente precá­rias. Tudo parecia diminuído em contraste com os picos verdejantes da Sierra Nevada ao fundo.
Os cavalos forçavam os arreios na subida da colina. Quando o solo se nivelou, dispararam pela campina, detendo-se bruscamente diante da cabana.
— Chegamos, dona!
O cocheiro grisalho saltou para o chão e escancarou a porta da diligência.
Izzy estendeu-lhe a sacola antes de descer. Os sapatos novos eram desconfortáveis, mas, para seu prazer, pro­porcionavam um andar seguro e preciso. Dinheiro bem gasto, aparentemente.
— Não estou vendo ninguém, Boone. — Olhou apreensiva para a porta da cabana. — Será que o sr. Prescott saiu?
O cocheiro sorriu, exibindo dentes manchados de tabaco.
— Deve estar na lida. — Estendeu-lhe um maço de correspondências. — Já fazia uns seis meses que eu não passava por aqui. Ele vai gostar de receber isso… e tam­bém de vê-la, dona, claro.
Retomando seu assento, pegou as rédeas e, com um estalo de chicote, fez os cavalos puxarem a carruagem numa ampla curva. Dali a minutos, todo o conjunto desaparecia sob a linha das árvores.
Izzy olhou para a porta fechada. Por mais exausta que estivesse da viagem, não lhe parecia correto invadir a moradia de alguém. Continuava aguardando de pé, por­tanto, fitando as colinas distantes, a mão sobre os olhos contra o fraco sol de outono.
Minutos depois, uma figura a cavalo saiu galopando do bosque próximo, acompanhada de um cão de caça. Da di­reção oposta aproximava-se outro cavaleiro, atravessando um córrego, com vários outros cães de caça. Sob os raios do sol, a água esparramada formava um arco-íris ofuscante.
Antes que pudesse admirar a beleza da cena, porém, Izzy ouviu latidos e uma voz de criança às costas.
— Del, veja. É… uma moça.
Izzy deu meia-volta e viu três garotos de calças remen­dadas e camisas desbotadas com as mangas arregaçadas até os cotovelos. Todos tinham os cabelos desgrenhados cortados no mesmo estilo, à altura das orelhas, com franjinhas sobre as sobrancelhas. O mais novo era loirinho, o do meio, ruivo, e o mais alto, moreno. Salvo pelos cortes de cabelo e roupas maltrapilhas, as crianças não se pare­ciam muito entre si. Seriam os filhos de Matthew?
Os cães de caça já a cercavam, farejando-lhe os tornozelos e latindo tão alto que seria impossível fazer-se ouvir.
Não obstante, tentaria:
— Olá! Eu sou…

2 comentários:

  1. Outra linda estória de amor, no mesmo estilo de “Casamento Sem Amor” da Lynda Trent, ou seja, casamento por correspondência, com uma rival maldosa e umas crianças adoráveis. Porém, neste livro eu achei um pouquinho mais movimentado, teve um clímax na estória bem interessante. Vale a pena a leitura, muito bem escrito e gostei!

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