4 de setembro de 2011
A Cobiçada Lady Lindsey
Amanhecia em Londres.
Escondida na carruagem, tremula de susto e ansiedade, Arilla observava os dois homens que iam bater-se em duelo por sua causa.
Um deles a queria para amante, o outro a defenderia até a morte.
Por um dos dois batia alucinado seu coração de mulher apaixonada.
O mediador começou a contar... um, dois, três... dez passos.
Fogo!
Ao abrir os olhos, um grito escapou da garganta. Quem estaria caído e ensanguentado no chão?
Capítulo Um
1817
Arilla olhou ao longo do malcuidado caminho de acesso à velha residência.
Já ia voltando para a casa, desalentada, quando vislumbrou qualquer coisa a distância.
Em um segundo constatou serem cavalos e deu um grito de alegria.
Para poder ver melhor, subiu os degraus cobertos de limo da corroída escada de pedra que dava para a entrada principal.
Era uma carruagem que se aproximava, puxada por uma parelha de alazões, idênticos em porte e cor.
Quando chegou mais perto, ela identificou, com alegria no coração, o condutor da elegante de carruagem, que, com um gesto largo e cavalheiresco, tirou o chapéu para cumprimentá-la.
— Harry! — exclamou ela — Eu sabia que você viria!
O homem entregou as rédeas ao cavalariço que, abandonando o assento descoberto do carro, já tinha pulado ao chão.
A carruagem era do tipo faetonte, alta, de quatro rodas e de fino acabamento.
Porém não era tão veloz e eficiente quanto o último modelo introduzido na Inglaterra, pelo Príncipe regente.
Contudo era mais leve, com melhor molejo e bastante rápida em vias não lamacentas.
Sem pressa, o cavalheiro circundou o faetonte e, antes de subir os degraus, lançou um olhar para a casa.
Havia uma expressão de desprezo naquele semblante formoso e másculo.
Era de se esperar, pois o solar estava em um estado lastimável, com pedras precisando de reparos e muitos vidros quebrados, pedindo substituição.
As trepadeiras, havia muito tempo sem poda, emaranhavam-se desordenadamente, quase cobrindo as vidraças embaçadas das janelas.
Harry fez um ar de desgosto e subiu as escadas, dizendo para Arilla,
— Exatamente duas horas para chegar até aqui, devo ter batido um recorde, a não ser que alguém tenha levado menos tempo.
— Ninguém dirige melhor do que você, Harry.
Além disso, nossos visitantes não possuem animais tão fogosos.
Reparando no rito nervoso nos lábios dele, ela continuou,
— São seus?
A resposta veio, como esperava,
— Por um dia. São emprestados, como de costume.
— Oh, Harry! Você está em má situação?
— Como sempre.
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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!