12 de setembro de 2011

Flores Para Uma Princesa







No encouraçado em que viajava para Arginos, pequeno país ameaçado de invasão pelos russos, lady Glória pensava na mudança radical que sua vida sofrera da noite para o dia.

Seus brilhantes olhos azuis não refletiam apenas o medo que a invadiu desde que soubera que a rainha a obrigara a casar-se com um príncipe que ela nunca havia visto.

Refletiam também o desencanto e o ódio, que encheram seu coração.

O príncipe Darius teria muito mais a conquistar do que a paz que pretendera com o casamento ...

Capítulo Um

1875
— Excelência, o conde de Derby — anunciou o mordomo.
O primeiro-ministro, sir Disraeli, ergueu-se da poltrona para recebê-lo.
O conde de Derby acumulava o cargo de secretário de Estado de Negócios Exteriores.
Como vai? — o primeiro-ministro estendeu-lhe a mão.
Bem, obrigado — respondeu-lhe o conde. — Presumo que tenha más notícias, do contrário não mandaria me chamar a esta hora.
O primeiro-ministro riu.
Seu senso de humor fazia com que se divertisse ao observar a perspicácia de seus estadistas contemporâneos.
Infelizmente, nem todos eram como ele.
A maioria era composta de homens sisudos, que raramente sorriam, principalmente quando havia assuntos difíceis de se resolver nas sessões do Parlamento.
O conde de Derby sentou-se ao lado da escrivaninha do primeiro-ministro, defronte a este.
— O que há de errado, se mal lhe pergunto? — impôs na voz um tom desconfiado.
— Lamento ter de dizer-lhe — respondeu o primeiro-ministro -, mas Sua Majestade mandou-me um recado ontem, dizendo haver recebido um pedido do rei Hadrian, de Arginos.
Fez uma pausa para observar a expressão no rosto do conde c prosseguiu:
Creio que Vossa Senhoria já percebeu do que se trata.
O conde de Derby indignou-se.
— De novo mais um pedido?
— Sabia que ia trazer-lhe aborrecimento. São ossos do ofício, meu caro, mas a rainha é pessoa idônea e conhece a seriedade dos acontecimentos nos Bálcãs.
O rei Hadrian pretende, propositadamente, buscar o apoio da Grã-Bretanha, para evitar a infiltração dos russos, o que seria uma ameaça à soberania do seu país.
— Se ele quer uma parenta da rainha para se casar com um dos filhos, digo-lhe, com toda a certeza, que é impossível! — vociferou o conde. — Não há mais ninguém disponível na família real.
Nem sequer uma prima, de grau distante, restou.
O tom irritado do conde fez com que o primeiro-ministro risse outra vez.
— Esse argumento não convence a soberana — falou com voz compassada. — Já nem sei quantos parentes fez subir aos tronos da Europa, mas isso não importa. Se quiser mais uma, teremos de encontrá-la.
O conde agitou as mãos, num gesto de desalento.
— Não sou mágico para fazer aparecer uma candidata com um estalo de dedos — queixou-se. — Além do mais, estou tentando lembrar onde fica Arginos.
O primeiro-ministro rabiscou um mapa.
Aqui é o norte da Grécia — explicou ele

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