17 de dezembro de 2011
Donzela de Lynch
Em seu leito nupcial, Druscilla espera ansiosa por Valdo, o belo marquês de Lynche que a tomara como esposa. Já é tarde, e ela teme que ele não apareça mais.
"Com certeza, está em companhia de uma de suas ardorosas amantes!", pensa, entristecida.
Enxergara tarde demais o amor que sempre nutrira por ele. Valdo, afinal, era diferente dos homens que tragicamente conhecera no passado.
Não seria capaz de possuí-la à força.
Sendo assim, que outra atitude esperar de seu marido, depois de tê-lo ameaçado de morte com uma pistola em retribuição aos beijos repletos de paixão que ele a presenteara após o casamento?
Capítulo Um
A porta se abriu e o marquês de Lynche entrou abruptamente na sala de estudos.
Virando-se, deparou com uma moça que o fitava com o olhar assustado. — Não se aflija! — sussurrou ele, enquanto trancava a porta. — Vou me esconder aqui só por alguns minutos.
Ao pronunciar essas palavras, o marquês notou que o rosto da jovem se tranqüilizava. Aproximando-se mais dela, constatou qualquer coisa de familiar no sorriso singelo, no olhar expressivo.
— Acho que a conheço! — ele exclamou enfim. — Por acaso já nos vimos antes? Mas era quase impossível isso ter acontecido!
O marquês, alto, de ombros largos, muitíssimo atraente, vestia-se conforme a última moda; o paletó de cetim azul caía-lhe sem uma ruga, e a imaculada camisa denunciava a paciência de alguém que a pregueara num trabalho perfeito.
A moça, por sua vez, tinha um aspecto bastante medíocre.
Os cabelos puxados para trás formavam um coque na nuca.
E seu traje, de fazenda muito barata, era escuro como o de uma criada.
Ela continuou com o bordado que executava num vestido de crepe rosa-pálido.
— Pensando bem, por que hei de conhecê-la? — o marquês se indagou novamente ao ver que não obteria resposta.
A jovem o encarou mais uma vez, com olhos brilhantes agora.
Eram olhos enormes que, à luz das velas, pareciam quase verdes.
— Ah, já sei! — ele falou, admirado. — Você é Druscilla! Santo Deus! É a última pessoa que esperava encontrar aqui!
— Sinto-me honrada por constatar que me reconheceu, primo Valdo — respondeu ela, com modéstia.
O marquês de Lynche pegou uma cadeira e sentou-se.
— Druscilla, por tudo que é sagrado, juro que em várias ocasiões fiquei imaginando o que lhe teria acontecido.
— Papai saiu de Lynche logo após a morte de sua mãe. Ele não se entendeu com a marquesa que ocupou a mansão posteriormente.
— E quem se daria bem com ela? Mas para onde foram você e seu pai?
— Para Ovington. Lá, meu pai morreu.
— Meus pêsames, Druscilla. E o que faz neste lugar?
— Sou governanta da filha de Sua Graça.
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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!