A Mulher
Ela é Kendall Moore ― uma belle do sul de espírito tão orgulhoso quanto ela é linda,
impulsionada por uma cruel traição no leito nupcial arrisca sua vida em um jogo perigoso pela
liberdade...
O Homem
Ele é Brent McClain ― o agente confederado que conhece Kendall a bordo do navio de guerra
Jenni-Lyn, e perde seu coração em uma única ardente noite de paixão...
A Glória
Mas a guerra e traição logo os separam ― Brent na furiosa batalha, Kendall em fuga desesperada da vingança do marido desprezado. Eles vivem somente para a promessa de um amanhã ― e um amor que vai arder para sempre em seus corações.
Capítulo Um
Novembro de 1861
O mar parecia muito bonito. Em alguns locais a água era cristalina, brilhava à luz do sol, como o brilho de uma pedra preciosa. Ao penetrar nos recantos dos estreitos, seu tom azul se intensificava, até se converter em algo tão misterioso e profundo como a noite, irresistivelmente desafiante.
De perto, era como o cristal, e na transparência de suas profundezas se distinguiam diminutos peixinhos brilhantes, que, se forçasse a vista, a Kendall pareciam tão mágicos e cheios de cor como um arcoíris, como a chama longínqua de uma promessa mística.
Suspirou e abriu bem os olhos; a água não guardava nenhuma promessa em seu interior, e tão pouco havia na cativante beleza dos peixes do recife.
Todavia fazia calor, apesar de que quase havia chegado o inverno. Se encontrava a muitos quilômetros ao sul da fronteira de Mason-Dixon, ainda em solo unionista.
Se situava dentro dos limites do terceiro estado que se havia separado, que embora continuasse pertencendo à Confederação, Forte Taylor, e portanto toda a ilha do Oeste, formava parte da União. Kendall sabia que bem pouco podiam fazer os cidadãos da diminuta ilha do pequeno Oeste para combater as tropas unionistas, embora a maior parte deles se considerassem confederados.
Essa certeza a reconfortava, apesar de que nunca lhe permitiam sair, por sua conta, dos limites de Forte Taylor. Entretanto podia sonhar; algum dia um soldado baixaria a guarda, e ela poderia escapar.
Depois, os amáveis confederados, ao enteirar-se de que procedia da Carolina do Sul e que desejava fugir da União, a ajudariam. Sobretudo, quando lhes contasse como a haviam obrigado a contrair matrimônio.
Os olhos se encheram de lágrimas, que em seguida enxugou com a palma da mão.
Depois do tempo transcorrido, chorar era ridículo. Afinal, após a ultrajante proeza tentada durante o natal passado, devia se considerado afortunada de seguir com vida.
Contemplou o mar, nublando outra vez o olhar e imaginando um arco-íris brilhante sobre a água. A vida teria sido mais agradável... não, agradável jamais. Mas mais suportável, se John não a detestasse tanto.
Por que se havia empenhado em tê-la consigo a todo custo se a havia desprezado desde o primeiro momento? Travis insistia que John a amava, afirmava que rezava noite após noite para que sua enfermidade acabasse, para poder amá-la como um verdadeiro esposo. Mas Kendall não acreditava que isso pudesse ocorrer.
Para John, ela não era mais que uma posse, tal como seu uniforme azul, suas espadas e seus rifles. Para ele, ela representava um símbolo; John Moore era um homem, e a presença de Kendall servia para lembrar a todo mundo: um homem, um homem...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!