20 de dezembro de 2017

O Feitiço

Século XXI: Anaís, britânica e leitora inveterada de romances, acabava de terminar seu relacionamento com Jacob por uma infidelidade deste. 
Para animá-la, sua amiga Jane levou-a a uma noite de festa. 
E com algumas bebidas a mais, terminam em um tarô fazendo um feitiço de amor para Anaís, para atrair sua alma gêmea.

Século XVIII: 
Neilan é um escocês que foge dos casacas vermelhas após sobreviver à batalha de Inverness. 
Em sua fuga, cai do cavalo, exausto, e encontra uma mulher misteriosa que lhe oferece uma mudança de vida. Desesperado, bebe uma poção mágica, sem saber que vai despertar no século XXI, no jardim de Anaís, tonto e confuso.O primeiro encontro entre os dois vai ser caótico. Quem não fugiria correndo ao encontrar um escocês armado com uma espada?
Após os primeiros mal-entendidos compreendem o que aconteceu. Neilan permanecerá 27 dias no nosso tempo, a duração dos efeitos do feitiço, e a convivência com uma moça do século XXI não será fácil. No entanto, juntos eles embarcam em uma viagem que irá mudar suas vidas, percebendo que são feitos um para o outro e conscientes que seu tempo juntos está se esgotando.
O que irá acontecer uma vez que a magia se dissipe? Será que o amor consegue ultrapassar as barreiras do tempo?

Capítulo Um

Fort William, Escócia , 20 de abril, 2018
Anaís Stewart estendeu sua mão para o jovem cliente que acabava de atender.
― Assim que tenha a sentença o notificarei. ― Pronunciou amável.
O rapaz aceitou e partiu completamente angustiado. Sabia que não se livraria, seguro que o condenavam a pagar uma multa. Não pretendia dirigir com uma taxa tão elevada de álcool, conduzir e ficar impune. Se tivesse sido a primeira vez que lhe ocorria, possivelmente o juiz teria sido mais benevolente, mas o rapaz, em seus vinte e dois anos, acumulava já seis antecedentes pelo mesmo crime.
Anaís passou a mão sobre o rosto, atormentada, e olhou o relógio. Era quase uma hora depois do meio-dia e sem nada no estômago.
Ela amava seu trabalho, com vinte e seis anos de idade podia se orgulhar de ser uma jovem advogada que trabalhava para um escritório de prestígio em Fort William. Como havia dito, desfrutava de seu trabalho, mas ele a esgotava mentalmente. Muitas lamentações, muitas vidas destroçadas que não pareciam se empenhar em melhorar. Detestava a decadência de toda aquela gente.
Caminhou pelos corredores do tribunal, pensando em todo o trabalho que tinha acumulado no escritório. Ao menos era sexta-feira e poderia desfrutar de um fim de semana tranquilo, era a única coisa que necessitava, inundar-se em um tolo filme romântico ou novela que a levasse a lugares plácidos, onde era feliz, onde sempre triunfava o amor.
E falando de amor. Seu olhar colidiu diretamente com aqueles olhos cor de mel que a observavam intrigados. Jacob vestia seu impecável terno cinza, com uma gravata vermelha carregando-o de força. Seu cabelo loiro dava um aspecto infantil.
Ele acenou enquanto falava com os clientes e Anaís seguiu o seu caminho. Não queria falar com ele, nem sequer queria vê-lo. Ela se disse inúmeras vezes que devia superar isso, que a vida seguia e que ainda tinha tempo suficiente para encontrar o amor, mas a lembrança do que tinha vivido com ele a entristecia. Entristecia? Bom, melhor dizendo, a irritava, ele fazia sair toda a fúria que levava dentro de si. 
Sim, ele tinha sido seu grande amor desde o início da faculdade de direito, mas também sua maior decepção. Após seis anos de relacionamento, Jacob tinha decidido que ela já não era suficientemente boa para ele, no entanto, sim o era a secretária do escritório onde trabalhava, uma mulher de formosas curvas, magra, loira, olhos claros… Justamente o oposto dela. Uma garota de estatura mediana, cabelos castanhos e ondulados. Ao menos, podia se orgulhar de ter os olhos mais azuis que aquela raposa.
Alegrou-se quando Jane, sua melhor amiga, havia informado que Jacob tinha deixado aquela mulher explosiva, mas ela ficou surpresa quando, pouco depois de receber a notícia, Jacob parecia voltar a aproximar-se dela.
A única coisa boa que tinha tirado daquela relação era seu cachorro Pluto, que queria com loucura. Um pequeno Yorkshire que Jacob tinha lhe dado fazia pouco mais de dois anos.
― Oh, não, agora não. ― Sussurrou observando como Jacob se despedia de seus clientes e se dirigia em sua direção apressado.
Estalou a língua e seguiu caminhando como se nada tivesse acontecido, até que ele se interpôs em seu caminho. ― Boa tarde, letrada!


5 comentários:

  1. Feliz Natal, querida, que Jesus participe de sua ceia de natal e que seja um dia muito iluminado, cheio de amor. Beijos agradecidos

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  2. Gente que livro é esse, leve, lindo e emocionante. Que final foi esse chorei muito...lindo demais.

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  3. Obrigada meninas, o livro é fantástico, uma leitura prazerosa... Muitas lágrimas e um final perfeito!

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  4. Simplesmente delicioso, chorei rios no final...

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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!