15 de outubro de 2018

O Segredo de Natal

Série Os Segredos de Hadley Green 
Esta é uma novela sobre Eireanne O'Conner, a irmã mais nova de Declan O'Conner, 


(Ano em que Vivemos Escandalosamente), que retorna para a Irlanda para passar o Natal em Ballynaheath. Enquanto lá com Declan e Keira, e as gêmeas traquinas, Molly e Mabe Hannigan, Eireanne encontra um cavaleiro americano que captura sua atenção.



Capítulo Um

Inglaterra, Véspera de Natal, 1808
Como um menino crescendo nas margens do Rio Hudson, em Nova Iorque, Henry Bristol tinha sonhado em velejar o mundo em um navio mercante, ou residir em uma fazenda com matilhas de cães e manadas de cavalos para lhe fazer companhia. Como homem, ele de fato, possuía quatro finos cães de caça e uma manada de cavalos. Mas, infelizmente, em uma viagem da América para a Inglaterra, ele descobriu, da maneira mais cruel, que ele nunca seria um marinheiro. Ele passou a maior parte da viagem de um mês em seu beliche, verde como um sapo e muito doente.
Henry nunca sonhara que ele, de todos os homens, seria atingido por uma doença tão debilitante como o enjoo marítimo. Ele ficara forte e robusto dos anos passados ​​trabalhando nas vastas operações agrícolas de sua família, enquanto seu irmão, Thomas, tinha cuidado da olaria da família. 
Henry gostara de sua vida e do trabalho físico. Mas Henry gostara mais dos cavalos, e com a idade de vinte e seis anos, havia surgido uma oportunidade para ele treinar com um dos melhores criadores de cavalo em toda a Europa. 
Ele convenceu sua família que ele estava destinado à grandeza da criação de cavalos, e em uma tarde ensolarada de verão, ele partiu de Nova Iorque para a Inglaterra no maior navio que já tinha visto.
O navio mal saíra do porto quando Henry sentiu a primeira irritação doentia em sua barriga.
Não houvera fim à doença; ele lutou com ela pelo mês inteiro da viagem. Ele nunca ficou tão grato ao Todo-Poderoso como ficara quando o navio chegou a Inglaterra e ele esteve em terra firme mais uma vez.
Com suas pernas firmemente sob ele, Henry andou por Londres como havia sido previamente combinado, apenas para encontrar uma carta em seu hotel: Declan O'Conner, Conde de Donnelly, o criador de cavalos sem paralelo que concordara em tutorear Henry, estava no meio da reprodução de um cavalo para um conde dinamarquês e não poderia iniciar a sua instrução por um mês ou mais. 
Isso estava muito bem para Henry; ele passou a se recuperar de sua passagem horrível para desfrutar dos frutos que a vibrante cidade de Londres tinha a oferecer — os quais, francamente, eram muitos quando se tinha cartas de apresentação de famílias com bases tanto no Novo quanto no Velho Mundo.
O fato de que Henry era um americano e, portanto, uma espécie de curiosidade, significava que ele logo foi assediado com convites para finos salões, caças, corridas de cavalos com apostas que o deixaram atônito. Henry foi apresentado para mulheres bonitas e aprendeu os passos das danças mais populares. 
Ele estava começando a se sentir em casa quando foi informado de que Lorde Donnelly havia corrido de volta à Irlanda antecipadamente a algum escândalo tão surpreendente que o criado de Donnelly, um homem pequeno chamado Fish, mal podia falar disso.
— Mas eu paguei caro por esta oportunidade. — disse Henry com um pouco de irritação enquanto uma pequena onda de pânico desdobrava-se em sua barriga. — O conde pretende renegar o nosso acordo?
— Certamente que não. — disse o Sr. Fish, como se a sugestão fosse ridícula, mesmo à luz desse escândalo espantoso que tinha forçado o conde a fugir para a Irlanda. — No entanto, não é conveniente para a sua senhoria neste momento.
Henry tentou ficar zangado e decepcionado, mas não conseguiu. O que acontecia era que Londres era conveniente para ele, e alegremente se juntou a seus novos amigos em clubes de cavalheiros que pareciam estar em todos os cantos de Mayfair. Ele se tornou um excelente jogador. Cortejou um par de primas de uma família proeminente e se esqueceu da criação de cavalos.
Certa manhã, algumas semanas mais tarde, quando Henry voltou para o hotel com os olhos turvos e cheirando a uísque depois de uma noite particularmente memorável gasta em um antro de jogo em Southwark, o porteiro estendeu uma bandeja de prata para ele sobre a qual havia um pergaminho dobrado. Este trazia o selo de Ballynaheath na Irlanda, e um cavalheiro tinha escrito que o Conde de Donnelly receberia Henry agora, em dezembro de 1808.
Henry sorriu. Finalmente, ele iria encontrar o homem que, todos em Londres concordavam, criava os melhores cavalos na Europa. Henry fez as malas, chamou um cocheiro, e muito em breve depois disso, ele partiu através da encantadora zona rural inglesa até o País de Gales, onde iria embarcar em um navio para o que um companheiro jogador tinha garantido era um mero “pulinho” através do Mar da Irlanda.
Mas no momento em que Henry chegou na pequena e singular aldeia galesa de Holyhead, o cheiro salgado do mar e peixes o lembrou de seu calvário na vinda para a Inglaterra e deixou-o um pouco enjoado. Para piorar a situação, uma tempestade estava se formando no horizonte no qual eles estariam navegando.
— Todos a bordo, senhor — o comissário de bordo disse a Henry.
Henry olhou inquieto para o marinheiro.
— Você pretende navegar por aquela tempestade?
O marinheiro olhou ao horizonte de forma casual.
— Ela vai passar, aye — disse ele. — Todos a bordo, por favor.

 





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