Preso ao dever e à honra de usar o azul da União, um oficial de West Point, nascido no sul, luta contra seus próprios desejos e a necessidade de proteger a mulher que abandonou, ele desobedece às ordens de encontrá-la, enquanto o Exército do Potomac marcha em direção à casa de sua família, perto de Richmond.
Ela tem coragem e força de vontade para proteger sua casa dos odiados agressores ianques, mas quando aquele traidor do sul aparece à sua porta, ela fica dividida entre querer matá-lo e ser segurada em seus braços novamente. Ela poderá perdoá-lo por sua indiscrição passada ou o entregará para ser executado, um traidor de ambos os lados? No verão de 1862, a plantação da família se torna o campo de batalha pessoal entre eles: engano, traição e paixão acendem as chamas do amor e do ódio que ardem mais que o rugido das armas e rios de sangue que os rodeiam.
Capítulo Um
Virginia, junho de 1862.
Emma Silvers não sentia medo de atirar em Yankees. Ela nivelou o rifle Enfield de calibre 57 na linha de casacos azuis diante de sua varanda em Rose Hill naquela noite. Ela contou dez homens, com tochas totalmente acesas e empunhadas. Eles cheiravam a lã molhada, suor e pólvora — uma mistura nociva combinada com o perfume de rosas cor de rosa, ao redor da casa. A bile subiu na garganta. Ela engoliu em seco.
O oficial deu um passo à frente. Na penumbra, ela não conseguia discernir o rosto dele, embora o visse recuar ao apontar o rifle para ele.
— Eu quero você fora da minha terra, agora, — ela exigiu, sua voz notavelmente clara, mesmo apesar do coração batendo forte. Aos vinte e dois anos e praticamente sozinha, ela sabia que um homem seria capaz de facilmente dominá-la. Sem homens capazes e poucos escravos remanescentes, ela só possuía sua coragem.
— Agora, senhora, — começou o oficial da União. Ele falava como um cavalheiro, mas, vestido de azul, ele era um impostor para ela. Jeremiah, logo atrás do ombro direito dela, levantou o gatilho no rifle um som bem-vindo aos ouvidos dela.
Bom garoto, Emma pensou. Se os ianques não acreditavam que ela era uma ameaça, ela esperava que o escravo armado ao lado dela os fizesse entender a mensagem.
Ela não permitiria nenhum soldado em sua propriedade novamente. O rifle parecia mais pesado a cada minuto, fazendo seus músculos doerem, e ela temia que o soltasse. A arma era estranha para as mãos dela, mas à medida que a guerra se aproximava de sua casa, ela aprendeu a usá-la.
Ela não era muito boa naquilo, mas, quanto mais perto os ianques3 estivessem, ela certamente atingiria um deles. Ela não queria puxar o gatilho. O recuo da arma a derrubaria, balançando a mira. Com tão poucas balas sobrando.
1- O Norte Perverso
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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!