18 de novembro de 2025

Presa pelo Acordo do Duque

Série Corações de Whitmores
—Temos um acordo, minha senhora. 

E você obedecerá a cada palavra minha.
Quando sua madrinha insiste em encontrar um pretendente para ela, Charlotte fica horrorizada ao ser colocada sob a orientação do arrogante Duque de Wakefield...
Adrian vive para a aventura, não para o casamento. Mas ensinar à teimosa afilhada da tia os costumes da alta sociedade? Esse é um desafio ao qual ele não consegue resistir...
Ela está determinada a desafiar todas as suas “lições”. No entanto, a cada ato de rebelião, Adrian percebe que a ideia de outro homem a tocar o enche de uma fúria perigosa e implacável.

Capítulo Um

Quando Charlotte Whitmore pensava em si mesma, gostava de imaginar palavras como, atenciosa e gentil—. Essas eram palavras que seus pais teriam usado quando vivos. Não hesitante—. Não esquiva. E, no entanto, lá estava ela. Hesitante, cautelosa. Consertando algo que havia evitado durante o último ano. Pelo menos eu tinha uma desculpa para lamentar. Mas agora, não há mais nada. Tenho vinte anos e ainda não me assumi na sociedade. Embora eu apreciasse nada mais do que um passeio pela floresta e um bom livro, está na hora de eu crescer. A prima Eleanor tem razão. Minha madrinha merece esta visita. Ela respirou fundo e bateu à porta de uma deslumbrante mansão londrina, não muito longe do Palácio de Buckingham. A estrutura devia estar ali há muito tempo. Anos e anos.
Ela piscou, esticando o pescoço com curiosidade. Seriam colunas dóricas? Ela nunca conseguia se lembrar delas em comparação com as jônicas.
—Bem-vinda à Casa Bradford. — Ela deu um pulo para trás ao ouvir a voz amigável de um mordomo mais velho, agora parado na porta aberta. —A senhora deve ser Lady Charlotte Whitmore, afilhada da Duquesa Viúva de Bradford. Chegou bem na hora, minha senhora. Entre.
—Ah, eu... obrigada. — Charlotte não se lembrava se deveria fazer uma reverência aos funcionários. Conseguiu acenar rapidamente com a cabeça antes de entrar. —Cheguei mais cedo, mas estava preocupada em chegar cedo demais. Só estava admirando a casa.
Seus olhos percorreram o interior impecável. Nunca tendo estado ali antes, ela mal sabia para onde olhar primeiro. O papel de parede colorido, as belas pinturas e a escadaria deslumbrante eram todos grandiosos demais.
Acho que estou acostumada com a casa dos meus primos. A casa de campo deles é simplesmente adorável. Mas Londres é... Bem, Londres é tão diferente e, ao mesmo tempo, tão próxima.
Charlotte mal conseguia se lembrar da última vez que estivera em Londres, provavelmente, tinha oito anos, logo após o falecimento da mãe, e seu pai a levara consigo. O lugar era barulhento e solitário na época. Mas, depois disso, ela passou os onze anos seguintes no campo com o pai até ele falecer. Depois disso, ela gostou de morar com os primos durante o ano de luto.
—Minha Senhora?
—Hm? Ah! Ah, sim. Aqui está.
Ela tirou às pressas as luvas pretas e o gorro antes de brincar com seu vestido de verão. Era de um lindo tom de lavanda, havia lido vários livros com sua prima Eleanor para saber o que era elegante o suficiente para vestir, já que estava saindo dos dias de luto.
—Minha madrinha não está esperando há muito tempo, não é?
O mordomo riu baixinho. Era um sujeito mais velho e de aparência amigável, talvez da idade do pai dela, com cabelos brancos e cacheados e um sorriso generoso. Embora tivesse um nariz grande, seu uniforme estava bem passado e ele se movia com graciosa facilidade enquanto a conduzia pelo corredor.
—Sua Graça espera o tempo que quiser—, foi tudo o que ele disse. —Por aqui. Acabamos de reabrir o solário, e ela achou que você poderia aproveitar a luz do sol daqui. Aqui está, Minha Senhora.
—Não acredite em uma palavra que esse homem diz—, disse uma voz familiar e autoritária. A Duquesa Viúva se levantou com os lábios franzidos e um brilho nos olhos. Ela brincou com o leque antes de apontá-lo para ele. —Seu bajulador. Você escolheu este recinto, e eu não vou levar o crédito por tal coisa. Entre, Charlotte. Nossa, você é um colírio para os olhos. Deixe-me olhar para você.
Charlotte entrou na sala, vacilante. Lambeu os lábios antes de forçar um sorriso. O mordomo assentiu com um sorriso reconfortante antes de se afastar. Charlotte ouviu a porta se fechar atrás de si. Isso não foi nada reconfortante, mas ela entrou mais na sala mesmo assim.
A Duquesa Viúva estava em movimento, seu vestido esvoaçando enquanto se apressava em torno de Charlotte com seu nariz pontudo e olhar penetrante. Ela parecia um furão, farejando seu próximo prêmio.
Charlotte se preparou. Ela e a criada de Eleanor passaram a manhã toda montando seu conjunto e arrumando seu cabelo para que não houvesse reclamações.
A Duquesa Viúva era um símbolo da sociedade londrina. Ela passava a maior parte do tempo na cidade com suas amigas — outras grandes matronas da alta sociedade. Elas exigiam uma apresentação impecável. Charlotte a manteve afastada o máximo que pôde, mas parecia que havia chegado a hora de elas conversarem novamente.
—Você está muito magra—, anunciou a Duquesa Viúva antes de retornar ao seu assento acolchoado e se sentar. Pegando os óculos do pescoço, ela arqueou uma sobrancelha para Charlotte. —Sente-se, minha querida. Você não é uma estátua em exposição. Seu tio não está te alimentando bem? Não sei o que eles têm no interior. Nada além de sangue de porco, suponho.
Charlotte foi até uma cadeira próxima, alisou as saias e respondeu em tom comedido: —Acredito que o sangue de porco possa ser usado em várias receitas, mas nenhuma delas eu conheço ou uso. Agradeço seu bom humor em um dia tão nublado, Vossa Graça. Também confio que esteja em boas mãos?
—Claro que sim—, respondeu a mulher mais velha, esperta. —Sempre estou. Você é inteligente, não é? E já tem vinte anos sem uma única temporada. Bem, chega. Já lhe dei tempo suficiente para fazer uma escolha que se recusa a fazer, e é isso que vai acontecer. Primeiro, você me chamará de Lady Theodosia ou Lady Cluett se estivermos diante de alguém que eu detesto. Segundo, você passará a temporada aqui comigo. Terceiro, você me permitirá ajudá-la na próxima grande aventura da sua vida: encontrar um marido.
A mulher não perdeu tempo em abordar o assunto que Charlotte esperava, sem muita convicção, que fosse esquecido.
Ela manteve o sorriso no rosto, aquele que havia ensaiado apenas para a Duquesa Viúva, enquanto digeria o que acabara de dizer. O primeiro pedido era bastante simples, embora intimidador. O segundo pedido parecia impossível. E o terceiro nem sequer era uma opção.
—Eu...







Série Corações de Whitmores
1- Presa pelo Acordo do Duque


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