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18 de setembro de 2011

A Dama do Corvo

Uma mulher traída
e solitária ...

Um homem que procura a sua companheira ...

Eles foram unidos através de mil anos e mil quilômetros.

A cientista racional Eibhlin Fitzgerald tentou atribuir o guerreiro de 2,10 metros de altura à sua imaginação, mas graças ao seu sedoso cabelo preto, seus olhos negros que alternavam desejo ardente e lampejos de humor, ele se torna mais real do que o seu ex-marido traidor.

Brandubh Mac Dougal é um cavaleiro e um guerreiro que fez votos de que nenhuma outra mulher iria preencher o vazio da sua vida, senão a alta, exuberante e bela mulher que desapareceu de sua visão quando ele se aproximou dela.
Ao atravessar um milênio, ela cai nos braços de Brandubh.
Ela deve decidir se volta ao seu próprio tempo ou se permanece com ele, para ser a sua dama.

Capítulo Um

De joelhos em uma encosta irlandesa, Eibhlin Fitzgerald, cravava seus instrumentos de jardinagem na grama cor de esmeralda.
Em sua mente, entretanto, era como se passasse uma lâmina de barbear sobre o cretino e infiel do seu ex-marido.
Assustada pelo repentino impulso de fazer mal, obrigou-se a respirar profundamente e a serenar-se.
Logo depois disso, e já muito mais tranqüila, desenterrou a planta com sua pá, enquanto imitava a voz grave de seu pai dizendo em reprimenda: “depois de tudo Evie, não é culpa das pobres plantas!”.
Incapaz de dizer o nome de seu ex-marido sem abrir uma ferida que começava a se curar lentamente, Eibhlin encheu sua mente de trabalho e empurrou sua imagem para um lado, onde já não poderia machucá-la mais.
Envolveu o pequeno rizoma em uma estopa, admirando as flores esverdeadas, planas e largas que inspiraram o nome comum.
Ainda sustentando a amostra da planta chamada pé de leão, tirou seu gravador portátil da bolsa e começou a gravar:
—Alchemilla vulgaris . 21 de junho de 1998; 11:45 da manhã, a leste de Craglea, cidade de Killaloe, Condado de Clare. Altura, aproximadamente cem metros.
Depois de apagar o gravador, deixou-o cair em sua bolsa junto à planta.
Eibhlin sentou-se na ladeira, abraçando seus joelhos.
Quando elevava os olhos até o topo de Craglea, sentia uma espécie de unidade com a terra.
A vida que enchia tudo a seu redor a chamava e a convidava a desfrutar dela.
Talvez pudesse sentir essa chamada... depois de tudo, era o solstício do verão .
Possivelmente pudesse ver alguns druidas espreitando ao redor da colina, ou possivelmente uma festa da “gente pequena” nos túmulos sagrados.
Quatro semanas na Irlanda e nenhuma fada!.
Que desilusão, pensou esboçando um sorriso.
Gente pequena...— Seu sussurro estava cheio de carinho.
Naturalmente, os primitivos habitantes da ilha, centenas de anos atrás, tinham tecido histórias para explicar aquelas coisas que não entendiam.
Era incrível a quantidade de superstições que até então sobreviviam, especialmente na parte oeste da Irlanda.
Justamente nessa manhã, a mulher que lhe alugou o automóvel em Killaloe, a tinha prevenido sobre o Cragh e embora o dissesse entre risadas, ela entendeu o que acontecia.
Isto era a Irlanda.
E se realmente houvesse a “gente pequena”, viveria aqui.