Mostrando postagens com marcador A Justa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador A Justa. Mostrar todas as postagens

21 de agosto de 2017

A Justa




Em um mundo onde comanda a espada, os homens decidem sobre tudo e as mulheres não são tidas em conta, duas jovens se rebelam.

Quando o pai de Annabella pretende casá-la com o cavaleiro que ganhar uma justa organizada para esse fim, esta irá pedir ajuda a sua amiga Catriona.
Catriona é uma moça escocesa, de passado enigmático, que conhece a arte da espada. 
Quando sua única amiga pede ajuda, ela aceita sem duvidar, apesar de seu passado poder retornar. As jovens superarão os obstáculos e atingirão seus objetivos? Ou elas serão amarradas ao futuro que os homens escolheram para elas?

Capítulo Um

― Isto é humilhante, pai.
Lady Annabelle fervia de raiva e impotência. Andava com seu corpo esguio, através da pequena sala, como um animal enjaulado. As mãos nos quadris, completamente brancas com o esforço para mantê-las no lugar. Desejou, mil vezes mais, bater em seu pai com elas.
Era uma mulher alta, acima da média, mas seu corpo bem esculpido era gracioso. E tinha um belo rosto, emoldurado por seu cabelo dourado brilhante. Havia provocado suspiros entre os homens, mas não o suficiente para cair a seus pés. E seu pai estava ficando impaciente. Iria completar vinte e um anos, e ninguém parecia cortejá-la. É claro que ela não facilitava. Permanecia tão inacessível quanto podia. Por essa razão, seu pai tinha tomado medidas sobre o assunto.
― Eu acho que é bastante razoável, Belle.
― Razoável? ― Ela confrontou-o com os olhos cheios de fúria ― Permitir que um cavaleiro áspero e rude despose-me só porque ganhou uma justa estúpida?
― Para ganhar não somente a força é necessária, filha. O vencedor será um grande marido para você. Você estará segura e protegida com ele.
― Besteiras! ― Voltou a andar novamente ― Não vou permitir. É… É… Degradante, ultrajante, deprimente, desonroso, desprezível, indecente, vergonhoso…
― Chega Annabelle! Não há nada que você possa dizer para me fazer mudar de opinião.
― E minha opinião não conta?
― Não.
― Antiquado, vil, desprezível…
― Eu disse basta! ― o havia enfurecido além do impossível.
― Não vou ficar de braços cruzados enquanto estes brutos estão brigando por minha mão. Qualquer um poderia vencer a justa. Apenas precisaria ser inteligente. Isso não prova que eles podem defender-me como espera.
― Você está insinuando que um homem poderia vencer apenas com sua inteligência? Seu julgamento está nublado, filha. Ninguém poderia.
― Eu conheço alguém que poderia ― uma idéia começou a se formar em sua cabeça ― E não é alto, nem forte, nem estúpido, mas colocaria em ridículo qualquer um dos seus homens.
― E onde está esse cavaleiro?
― Ele não é um cavaleiro, pai. Mas venceria qualquer um dos seus até mesmo de olhos fechados ― Talvez ela estivesse exagerando também, mas não havia como voltar atrás. O desespero estava falando e agora não poderia se retratar.
― Está bem, Belle ― cruzou os braços ― Se você está tão certa disso, chame-o. Que lute por ti. E se vencer, como eu vejo que você o tem em tão alta estima, permitirei que se case contigo.
― Não, pai. Eu nunca faria uma coisa dessas. Mas, se vencer, você me permitirá escolher ao meu marido.
― O quê? Impossível.
― Tão impossível quanto alguém da minha escolha vencer as justas, certo? Se você está tão certo de que ninguém pode com os seus 5
cavaleiros, não deveria ter problemas em aceitar a minha proposta, pai ― desafiou-o.
― Está bem ― concedeu depois de pensar nisso ― Se consegue que seu cavaleiro…