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5 de abril de 2009

A Maldição de Kol


Nortúmbria, Século X

Mentiras Traição Paixão !!!

O poderoso guerreiro Kol Thorleksson devia sua vida à jovem saxã que arriscara tudo para libertá-lo do cativeiro. Dois anos mais tarde, Kol retornou a Norsex, dessa vez para se vingar dos que planejaram destruí-lo, e ficou chocado ao descobrir que a linda dama que o ajudara a reconquistar a liberdade era irmã do tirano que o aprisionara.
Nem um único dia se passara sem que Isabel pensasse no belo e atraente viking que cruzara seu caminho. Mas quando seu mundo tranqüilo foi ameaçado por bárbaros, a última coisa que ela esperava era rever Kol como líder do bando. Agora, com o perigo à espreita em cada canto, Isabel se via dividida entre o dever e o amor...

Capítulo Um

— Sempre imaginei como seria tocar um homem.
Isabel fitou o focinho bonito de Merwyn, que, em resposta, relinchou.
— Como você é romântico! — brincou Isabel, procurando por um punhado de aveia no bolso. — Sei que já comeu, mas, como sempre, quero que me dê atenção e seja meu confidente.
Em breve satisfaria sua vontade, porque devia se casar na primavera. Seu prometido era belo e forte, e Isabel o apreciava muito. Seria um bom enlace, e talvez o noivo permitisse que tivesse um cavalo só para si, pensou.
O céu de inverno estava cada vez mais escuro, e o vento frio agitava suas saias de lã. Pegou as rédeas, e fez Merwyn se encaminhar para o rio.
— Beba e depois iremos. Berthilde vai ficar furiosa se descobrir que escapamos de novo.
Quando o cavalo matou a sede, Isabel pulou para a sela. Desejaria ficar na floresta onde o ar era limpo, em vez de voltar para o castelo com sua rotina.
— Mais um salto, Merwyn, e depois iremos.
Posicionou o animal na direção de um tronco de carvalho caído, e partiu a galope. Um clarão surgiu diante de seus olhos, seguido por um estrondo.
Relâmpagos!
Merwyn se apavorou, mudou de direção, e estacou de súbito. Dor e escuridão tomaram conta de Isabel, que perdeu a consciência, ao cair dentro do rio.

Isabel sentiu o conforto de braços fortes e quentes. Erguendo o rosto, viu um anjo de olhos azuis e longos cabelos negros molhados pela chuva. Então era verdade o que seus irmãos lhe falavam sobre o Paraíso, pensou. Um lugar sem tristezas nem arrependimentos, com anjos bondosos.

Isabel despertou de supetão e viu tudo vermelho a sua volta. Fui expulsa para o inferno!, pensou, apavorada.
Mas logo percebeu que eram o cortinado e o dossel de sua própria cama. Uma multidão de rostos femininos e ansiosos a fitava em torno do leito.— Graças a Deus, nossa menina está viva! — exclamou Berthilde entre soluços. — Mary, vá avisar o rei!