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23 de março de 2013

A Marca Do Guerreiro






Cada vez que Ronald Kinnon levanta sua espada no campo de batalha, treina com seus homens ou faz amor com uma mulher, não pode ocultar a marca da vergonha.

A responsável é a jovem senhora do clã McKenzie, que gravou suas iniciais no peito do Highlander depois de derrotá-lo contra todas as possibilidades. 
Agora, a vingança não se fará esperar, e vindo de um dos homens mais poderosos e orgulhosos da Escócia, Edora sabe que será terrível.
O rei também sabe, por isso toma uma decisão que enfurecerá ambos os jovens, mas salvará seus clãs da destruição… 

Capítulo Um 

O dia tinha sido muito longo e a noite não parecia avançar com pressa. Edora se virou na grande cama do laird. Agora correspondia a ela ocupar o lugar de seu pai e, por fim, dormir naquele quarto carregado de lembranças que evocavam a figura de Iain McKenzie. Suspirou dando uma forte palmada à manta que fazia de cobertor. 
Não podia ficar quieta, os problemas a afligiam, mas era muito orgulhosa para compartilhá-los com o conselho de anciões.
«Ora, uma mulher —comentou o velho Angus—; seu pai devia estar delirando em seu leito de morte para permitir algo semelhante.» Essas palavras doeram, mas sua inteligência lhe dizia que a preocupação de seus homens tinha fundamento. 
Sabia que não só Angus pensava assim, e que alguns dos seus tinham abandonado o clã em busca da única alternativa: ir a terras onde um homem continuasse encarregando-se de administrar justiça, embora fosse um proscrito e um traidor a seu pai e a seu próprio clã. Soltou o ar que tinha estado contendo. 
Não se deixaria vencer tão facilmente, demonstraria do que era capaz Edora McKenzie. 
Sabia quantos obstáculos deveria superar. As fronteiras não eram seguras e os Kinnon se encarregavam de recordar isso nos últimos tempos, aproveitando a debilidade de seu pai, tinham arrebatado uma riqueza da qual eles não podiam prescindir. 
As cabeças de gado eram indispensáveis para passar o inverno, e este, que graças ao Céu chegava a seu fim, tinha sido o mais duro desde que acabou a guerra entre as duas coroas. 
Apertou os dentes entrelaçando os dedos atrás da nuca. Fixou o olhar em um ponto do teto e pensou com desgosto que logo teria que compartilhar essa cama com um homem para afiançar seu papel como senhora do clã. 
Não é que Edora não encabeçasse a marcha contra boas incursões, mas todos confiavam mais no braço de Broderick, a experiência de Duncan ou a inteligência de Robert para sair adiante. 
Choramingou por causa da impotência, mas logo se contentou com outros pensamentos. 
No fundo, aquilo não podia ser tão terrível. Os candidatos a desposá-la eram três e nenhum deles seria uma má escolha.Essa mesma tarde, horas antes, enquanto percorria o escuro corredor que a levaria junto ao leito de seu pai, Edora tinha perdido a coragem para enfrentar seu futuro. 
Mas de repente a figura protetora de Broderick empurrou levemente seu ombro para animá-la a continuar. Tinha completado com seu dever prometendo a seu pai velar por seu querido clã, mas suas palavras seguiam atormentando-a na escuridão do quarto. 
Sentiu um calafrio ao pensar que seu pai tinha morrido ali, mas não podia dormir em outro lugar, era a tradição e descumpri-la levantaria mais rumores sobre sua incapacidade para governar. 
Não devia ter medo, pois Iain McKenzie tinha morrido em paz e seu espírito não perambularia por ali, só suas palavras permaneceriam gravadas em sua mente para lembrar seu conselho. 
—Não estará sozinha
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