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16 de outubro de 2010

A Noiva Inesperada

Trilogia Noivas

Um dia, enquanto Olívia Granville passeia pela praia, perdida na leitura de um livro de filosofia grega, se desequilibra e cai de um penhasco.
Ao voltar a si, encontra-se nua e cativa a bordo de um navio, ao que tudo indica parece ser um navio pirata.
Mas seu sequestrador não é um pirata comum, mas sim um atraente e misterioso homem de olhos cinza, médico e artista, perversamente sedutor que admite ganhar a vida no mar ao comando do Wind Dancer.
O mais desconcertante nisso tudo é que este, ao fixar seu intenso olhar em Olivia, não vê a jovem gaga que foi até o presente momento, mas sim uma bela e apaixonada mulher, capaz de tomar uma grande decisão: …embarcar na aventura de um amor para toda a vida.

Prólogo

Ilha Wight, junho de 1648.
Estava amanhecendo. A chuva caía incessantemente sobre o molhado topo do penhasco e desabava açoitando o quebra - mar sobre o oceano riscado de cristas brancas.
Enormes ondas batiam sobre o canal e se espalhavam ao redor de St. Catherine's Point, encrespando-se e rompendo sobre as rochas dentadas em um balanço ensurdecedor e inexorável que orvalhava de espuma branca a escuridão.
Não havia estrelas nem lua, só o ocasional brilho de um raio de luz iluminava a ilha, escondida como uma baleia à entrada do Canal de Solent, com suas colinas e vales enegrecidos pela chuva.
O melancólico som da sirene da baliza, sob o escarpado, transpassava as rajadas de vento, levando sua advertência aos navios que lutavam contra a tormenta de verão no enfurecido canal.
Uma advertência e uma grata sensação de segurança.
Um pequeno navio conduzido por alguns remadores de rosto sombrio lutavam para mantê-lo em pé naufragava por entre as ondas.
A pequena embarcação se aproximava da baliza cabeceando por entre as ondas, balançando como um insignificante pedaço de cortiça à deriva.
Da popa, um dos homens lançou um cabo sobre a baliza flutuante e puxou do navio rebocando-o palmo a palmo até que alcançou a bóia e o som rítmico da sirene pareceu ensurdecedor apesar do rugido da água, do vento e do incessante tamborilar da chuva.
Ninguém dizia nada, as palavras seriam levadas ao vento; mas de todos os modos não tinham nenhuma necessidade de falar.
Os homens deixaram de remar, enquanto que o marinheiro da popa segurou firmemente o navio à bóia e um de seus companheiros, com mãos peritas, rápidas e habilidosas, enrolou um pedaço de pano grosso ao redor do badalo do sino, silenciando o lânguido som de advertência.
Em seguida se soltaram da bóia e a pequena embarcação voltou para a praia.
Lutando contra vento e a maré, um dos homens elevou a mão assinalando o topo do penhasco.
Uma luz piscou e lançou um brilho lampejante, como um farol que arrojasse sua mortífera mensagem em uma noite devastada pela tempestade.
Braços solícitos cercaram o fluxo para pô-los a salvo, rebocando o bote para a areia.
Os homens estavam com as roupas molhadas e tremiam de frio, dispusera-se a tomar um bom gole das garrafas que lhes ofereciam.
Havia uns vinte homens na praia, não eram mais que silhuetas movediças vestidas de negro que se confundiam com a escuridão do escarpado amontoando-se sob as rochas, e que mantinham os olhos fixos no mar enfurecido, espreitando sua presa.


Trilogia Noivas
1 - A Guerreira
2 - A Noiva Acidental
3 - A Noiva Inesperada
Trilogia Concluída