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25 de maio de 2011

A Segunda Mulher

Li e recomendo para quem gosta de romance com uma mulher corajosa,amorosa com a irmã cega, e que parte para um lugar inóspito e luta para conquistar o amor do homem que no início pensa que ela é como a primeira mulher, ele se engana !

Fugindo da policia,
Glenna Ashe agarrou-se a chance que surgiu inesperadamente:
um inusitado anúncio de jornal, um homem procurando uma esposa para ir morar com ele no Kansas.

Era a resposta às suas preces.
Mas, ao deparar com o viúvo amargurado e sarcástico, achou que as paredes frias de uma prisão seriam mais acolhedoras que a indiferença daquele estranho.

Jared Stratton precisava de alguém para cuidar do filho pequeno, da casa e dividir a cama com ele.
Uma criatura humilde, desprovida de vontade própria.

Sem alternativa, Glenna resolveu fingir... no começo.
Haveria tempo para subverter a situação e mostrar o que ela queria.
E a lutar ela estava acostumada!

Capítulo Um

1886, Illinois

Os dedos longos e finos de Glenna Ashe mantinham-se firmes ao abotoar o vestido preto que ela tomara emprestado da idosa tia Lida. Já bastante gasto e desbotado, o traje de luto conhecera dias melhores.
E Glenna também.
Naquela manhã de final de setembro, porém, necessitava de um bom disfarce para sair às ruas de Chicago.
Inspirou profundamente, numa tentativa de animar-se, e abandonou a poltrona onde estivera sentada, no quarto de hóspedes que dividia com a irmãzinha Mary.
A saia preta ficava-lhe curta, bem acima dos tornozelos, mas não havia tempo para abaixar a bainha.
Pelo menos a roupa era larga. Com o corpo machucado e dolorido, não suportaria nada apertado.
Tirou um par de meias pretas da maleta e voltou a sentar-se.
Com os pés plantados no chão, os joelhos juntos e a saia descida com decoro, inclinou-se para calçar as meias.
O movimento provocou uma pontada violenta de dor no flanco, que quase a fez perder o fôlego.
Endireitou o corpo cautelosamente, apertando os lábios até que a dor passasse.
Então, ergueu a saia até a cintura, colocou um dos pés no joelho da outra perna e calçou a meia, desenrolando-a aos poucos.
Às vezes era impossível portar-se como uma dama. Com as meias ajeitadas, desceu a saia, meneando a cabeça num gesto de aprovação.
Na cama estreita, encostada à parede do quarto de hóspedes da tia Lida, a pequena Mary, de nove anos, soluçou no sono.
Era um lamento de cortar o coração, e Glenna já o ouvira vezes sem conta, desde a morte da mãe, três semanas antes.
Era uma das poucas coisas que conseguiam fazê-la sentir-se derrotada.
Por um instante, entregou-se ao desânimo, mas lutou contra o sentimento, e mais uma vez saiu da poltrona, caminhando até a cama de latão, de colunas altas, para ver se os olhos da irmã estavam abertos. Não estavam.
Demorou-se ao lado da cama, puxando o lençol imaculado para cima dos ombros frágeis e ossudos da menina.
Tocou de leve um dos cachos da criança adormecida.
Os fios tinham a mesma textura suave do cabelo de um bebê.
Glenna tocou o próprio cabelo, indomável e muito crespo, da cor vibrante do cobre, totalmente diferente do de Mary, uma cascata loira e ondulada.

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