Mostrando postagens com marcador Amor Selvagem. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Amor Selvagem. Mostrar todas as postagens

25 de janeiro de 2011

Amor Selvagem




A guerra acabara, mas a batalha apenas começava!

Sarah Parker tinha tentado escapar do passado numa cidadezinha de mineração.
Mas a esperança de redenção perdeu-se com a chegada de Donovan Cole, acompanhado de lembranças da guerra e de ódio profundo pela mulher que ela havia sido e desejava esquecer.
"O anjo de Miner's Gulch", era como todos a chamavam.
Anjo caído, Donovan jurava. Pois a "santa" miss Sarah havia sido uma mentirosa e insensível espiã ianque que sabia conquistar um homem e torná-lo seu... para sempre.


Capítulo Um

Miner's Gulch, Território do Colorado 19 de março de 1868

Donovan nunca havia se sentido tão incom­petente, embora não fosse homem de se esquivar de situações críticas.
Tinha enfrentado ataques ianques em Bull Run e Antietam, ficado doente e cavado sepulturas na prisão Union em Camp Douglas, Illinois.
E no último verão, como xerife de Kiowa County, Kansas, ele prendera os assassinos irmãos Slater apenas com a ajuda de um jovem e assustado subdelegado.
Mas o caso agora era diferente e, só ao pensar nele, ficava trêmulo de medo.
Jamais lhe passara pela cabeça a possibilidade de fazer um parto.
Atravessando a cabana atravancada, ele levantou a cortina que separava a cama de casal da irmã da cozinha.
— Como está se sentindo, Carol? — indagou tentando disfarçar a ansiedade da voz.
— Mais ou menos. Se Annie não chegar logo com a parteira...
As palavras foram interrompidas por nova contração e Donovan segurou as mãos da irmã.
Carol não gritaria, ele sabia. Seus dois filhos mais novos, Katy de seis anos e Samuel de quatro, sentavam-se ao lado do fogão e ela não queria assustá-los.
Quando o intervalo entre as contrações tinha diminuído, Donovan havia mandado Annie, a filha mais velha de oito anos, pela ravina abaixo em busca da parteira.
Mas isso fora mais de duas horas atrás e, nesse intervalo, começara a nevar.
Annie podia ter se abrigado em qualquer lugar, porém, ele não se atrevia a largar a irmã e ir procurá-la.
Donovan afagou as mãos de Carol e, silenciosamente, maldisse a neve e esse parto prematuro.
Maldisse ainda Charlie Sutton, o cunhado, e a sede de ouro que o trouxera a esse lugar miserável.
Nas maldições, incluiu ainda o desabamento da mina, cinco semanas atrás, que tinha deixado a irmã viúva com três filhos pequenos e o quarto a caminho.
Donovan recebera a notícia da morte de Charlie por uma carta.
Tinha pedido licença do emprego de xerife e vindo buscar a irmã e as crianças para morar em Kansas.
Mas só ao chegar em Miner's Gulch ficara sabendo que ela não podia viajar naquele estado.
Também tinha sido horrível descobrir as condições de pobreza em que ela e as crianças viviam.
A cabana isolada e de um cômodo só o havia revoltado.
Dez anos atrás, Carol era uma jovem linda, de olhos castanhos e vivos e cabelos vermelhos.
Levava uma vida confortável numa fazenda, mimada pelos escravos e cor­tejada pelos melhores partidos da Virgínia.
Vê-la naquela situação de pobreza extrema era insuportável.
A contração passou e Carol, exausta, apoiou a cabeça no travesseiro.
Estava tão branca quanto a fronha. Do­novan deixou-a e foi até a varandinha em frente da ca­bana.
Precisava ficar a sós por uns instantes para refletir.
A neve rodopiava escondendo os troncos dos álamos ao redor da cabana.
Mesmo firmando a vista, ele mal podia distinguir os picos das montanhas na luz do en­tardecer.
E se Annie houvesse se perdido ou caído num precipício? Uma onda de pânico o dominou. Com as mãos em volta da boca, gritou:
— Annie! Annie!

DOWNLOAD