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26 de agosto de 2012

Sob As Estrelas

Navarra, 1296. 
A pequena Margheritte, filha de um ourives da vila de Estella, escutava junto ao garoto Gabriel, uma estranha conversa que nenhum dos dois compreendia. 

Onze anos mais tarde, nada tinham em comum. 
Margheritte ficou sozinha e, depois de descobrir que tinha uma família na França, decidiu juntar-se a ela, levando consigo seu único bem material: uma tabuleta esmaltada e um anel de prata, que seu pai tinha mantido ocultos até sua morte. 
Mas alguém poderoso está tentando encontrar esta joia… Gabriel se tornou um viajante, busca a vida como pode; é açoitado pela Guarda Real por defender os monges templários, que cuidaram dele desde pequeno e que foram detidos por ordem do infante da França, o recém-coroado rei de Navarra. 
É quando seus destinos voltam a cruzar-se. 
Juntos empreenderão uma fuga e se verão envolvidos em uma trama repleta de perigos que mudará suas vidas para sempre. 

Comentário Revisora Denise Amorim: Esta história se passa no Reino de Navarra, atual Espanha, que estava sob o controle Francês. 
O mocinho é um ogro cabeça dura; não é um típico espadão endurecido nas batalhas, usa a mocinha, rouba seus pertences, tudo por que era o melhor a fazer para "o bem dela!?". A nossa mocinha, as vezes estava mais para uma tapadona, outras para teimosa e valente. 
Bem, é um livro diferente, o nosso herói foi criado por um monge templário, mas resolveu se dedicar a viajar... E assim foi até encontrar outra cabeça dura!! 
Não é um dos melhores que já li, o final me deixou na expectativa de mais. 

Capítulo Um 

Vila da Estella, Reino da Navarra, Fevereiro de 1296 
O moço estava paralisado. Da beira do caminho, contemplava com olhos sobressaltados ao homem que jazia a seus pés. 
Não era a primeira vez que a morte e o sangue lhe turvavam os olhos, mas esta lhe deixou emocionado. 
—Gabriel! Gabriel! —implorou o irmão Roger, ajoelhado no chão junto ao corpo ainda quente de seu companheiro
—. Moço! Preciso de você! — demandou de novo, mexendo com cuidado na frente e no inferior da roupa do companheiro que estava no chão. 
O religioso teve que insistir um par de vezes mais até que conseguiu que o fiel moço reagisse. Gabriel se agachou junto a ele ainda com pouca consciência. 
—Ponham as mãos aqui —ordenou o religioso. O moço duvidou uns instantes antes de colocar onde lhe indicava. 
A ferida do irmão Pablo parecia muito grave, muito profunda devido à quantidade de sangue que emanava—. Aperte com força. Assim que o jovem fez o que seu mentor lhe indicava, este tirou a faca, deu um talho em sua própria túnica, rasgou um pedaço comprido de tecido e aplicou com firmeza em torno do corte. 
Não voltou a dirigir-se ao menino até que esteve seguro de que suas mãos comprimiam com força o profundo corte. 
—A vila está um pouco mais adiante. Corra até lá. Atravesse a primeira porta, passe o bairro dos judeus o mais rápido que possa e, ao outro lado da Porta da Tinturaria, encontrará a Rua das Lojas. Pergunte pelo professor Vermelho, Roux —se corrigiu—, o ourives. Explique-lhe que o irmão Pablo está ferido gravemente. Procure uma carroça e venham o mais rápido que possam! 
Gabriel desorientado, olhou para as sua mãos cheias de sangue, mas ao voltar a ver a expressão de padecimento de seu superior, limpou-as com presteza nas esfarrapadas meias e pôs-se a correr sobre os gastos paralelepípedos sem olhar para trás. 
 —Margheritte, entre e ajude a sua mãe.
 —Mas pai, você sabe que mamãe não necessita de ninguém que a... 
 —Margheritte! —Mas...