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14 de agosto de 2017

Através da Fumaça

Uma traição chocante…

Ricos. Poderosos. Uma antiga linhagem de orgulho. O Conde de Druridge queria apenas um herdeiro. 
Então quando soube que sua esposa estava carregando a criança de outro homem, ele foi preenchido pela sede da vingança. Mas não foi ele quem causou a morte de Katherine. Ou foi? 
Para seu horror, ele não se lembra de nada daquela noite horrorosa, quando seu ultimo confronto terminou em chamas ardentes e sangue frio.
Um amor proibido…Rachel McTavish, a bela filha de um mineiro, sabia alguma coisa sobre o incêndio que tomou a vida de Lady Katherine. Em segredo, a garota teimosa fez uma barganha com o conde desesperado: ele deveria mandar um médico para ajudar a sua mãe moribunda ou ele poderia ir para o diabo ― e para o patíbulo. Ele concordou, mas ela ainda está insegura se a sua revelação será o suficiente para salvá-lo quando tantos queriam-no morto. Apaixonadamente atraída pelo nobre, apesar de toda a dúvida e mistério que o rodeiam, Rachel imagina se ele realmente pode ser um assassino. Ou se ele será o único homem que alguma vez terá o seu coração.

Capítulo Um

Creswell, Inglaterra , Fevereiro de 1840
Algo coçava. Rachel McTavish se contorceu, tentando alcançar o lugar bem debaixo do seu seio esquerdo que coçava sem misericórdia, mas as camadas de chemise, espartilho e vestido de lã anulavam os esforços dos seus dedos.
Empoleirada em uma escada que estava apoiada nas prateleiras da livraria da sua mãe, ela olhou em volta da loja vazia e através da janela da frente. Ainda era cedo. Nenhum carrinho ou carruagem barulhento passava.
Mergulhando uma mão na gola do vestido, ela fechou os olhos e coçou… Ahhh… que abençoado alívio!
O sino tocou sobre a porta. Os olhos de Rachel se abriram para encontrar um homem parado bem na entrada, olhando para ela com um sorriso divertido nos lábios. Só que não era qualquer homem, era o Conde de Druridge. Embora Rachel nunca tivesse visto-o de tão perto, ela o teria reconhecido em qualquer lugar. Ela tinha temido que ele pudesse aparecer. Seu advogado já a tinha visitado três vezes.
Seu couro cabeludo formigou com apreensão e embaraço enquanto ela tirava a mão de dentro do corpete.
― Desculpe por interrompê-la, senhorita McTavish. ― Sua voz era de um barítono profundo; mais densa e rica que o mel. ― Posso ver que você está muito ocupada, mas eu acho que você sabe por que estou aqui.
Ignorando a provocação sutil, Rachel desceu da escada, meio que desejando poder ficar onde estava, bem longe do alcance dele. Ela se sentia como um passarinho imprudente abandonando a segurança da sua gaiola para voar por cima do nariz de um gato.
Mas ela sabia que a relativa segurança da escada era uma ilusão. O conde não era nada como seu advogado baixinho e de óculos, na aparência ou no comportamento, e podia não ser tão facilmente manipulado.
― Não tenho nada a dizer a você, sir. Eu já contei ao Sr. Lewis e a seu mordomo, Linley, antes e em mais de uma ocasião.
― É, você contou. ― Ele sorriu, mas nenhuma gentileza atingiu seus olhos cor de âmbar. ― Talvez eles não tenham mencionado que eu estou disposto a fazer com que sua cooperação valha o esforço.
Lorde Druridge tinha uma cabeça cheia de cabelos pretos e ondulados e era vários centímetros mais alto que a maioria dos homens. 
Uma vez no mesmo nível que ele, Rachel teve que inclinar a cabeça para cima para olhar o rosto dele, uma face dura e seca o bastante para lembrá-la de lobos famintos que se sabia que vagavam pelo campo. Embora ele provavelmente tenha acabado de se barbear, uma sombra de uma espessa barba escurecia a sua mandíbula. E ele estava usando luvas, mas ela tinha ouvido que as cicatrizes do incêndio em Blackmoor Hall há dois anos havia marcado a sua mão esquerda, se estendendo tão longe em suas mangas quanto alguém poderia ver.
― Seu homem mencionou uma bolsa funda, mas não estou interessada. Meu pai está morto. Eu não tenho nada a dizer a você.
― Seu pai pode estar morto, mas por muito pouco, eu não estou. ― O conde deu um passo em direção a ela, seu rosto perdendo toda a capa de civilidade. ― Eu não descansarei até saber o que aconteceu no dia do incêndio que matou a minha esposa e a criança que ela carregava
― O bebê de outro, pelo que se diz.