Um mundo de escuridão e mistério...
Foi isso que Olívia St. John descobriu ao chegar em Blackthorne para trabalhar como preceptora. Mas ela estava determinada a desvendar os segredos que cercavam as terras de Lord Quenton Stamford e arrancá-lo daquela melancolia voluntária.
Quenton Stamford jurara que jamais confiaria em uma mulher novamente. Até que Olívia St. John surgiu em sua vida.
Foi isso que Olívia St. John descobriu ao chegar em Blackthorne para trabalhar como preceptora. Mas ela estava determinada a desvendar os segredos que cercavam as terras de Lord Quenton Stamford e arrancá-lo daquela melancolia voluntária.
Quenton Stamford jurara que jamais confiaria em uma mulher novamente. Até que Olívia St. John surgiu em sua vida.
A determinação dela em vencer as próprias dificuldades despertou-o de seu longo pesadelo. Mas como podia seguir seu exemplo e aprender a amar novamente?
Capítulo Um
Cornualha, 1662.
As sombras do entardecer projetavam-se sobre as colinas ondulantes e as campinas verdes pontilhadas de ovelhas. Camponeses arrendatários, cansados após um dia nas plantações, pararam as atividades para ver ao longe uma elegante carruagem dirigindo-se ao castelo.
— O coração de pedra voltou. — Um homem velho apoiou-se no cajado e virou-se para o filho. — Não bastou ter matado a esposa e jogado o irmão do penhasco, deixando-o mudo e paralítico. Nem partir para a Inglaterra, levando uma vida de crime nos mares, deixando o avô para cuidar do caos aqui. Ainda deve achar que sua amizade com o rei lhe dá o direito de voltar e reclamar a herança, como se nada tivesse acontecido.
— Quem vai detê-lo? — resmungou o mais jovem.
— Quem... Os ricos vivem sob suas próprias regras. — O velho estreitou o olhar e observou a carruagem parar no pátio distante. — É ruim que nosso suor e sangue contribuam para tanta riqueza, mas seria ainda pior morar no castelo Blackthorne, como aqueles serviçais...
— Louvado seja! O lorde chegou! — A sra. Thornton, governanta de Blackthorne, o domínio do lorde Quenton Stamford, bateu as mãos para chamar a atenção dos serviçais, conclamando-os com sua voz aguda e desafinada.
Quanto mais agitada, mais alto falava: — Edlyn, sua lambari retardada e imprestável! Pare de se embonecar e vá logo com os outros!
Enquanto os serviçais saíam pela porta da frente e perfilavam-se no pátio a governanta e Pembroke, o mordomo, tomavam seus lugares um pouco à frente. Formavam uma dupla cômica, a sra. Thornton rechonchuda de avental manchado e lenço sobre os cachos grisalhos, Pembroke alto e magro como uma vara, com os cabelos pretos meticulosamente arrumados e a roupa igualmente engomada. A voz dela lembrava articulações enferrujadas, enquanto a dele era tão afetada quanto a usada pela realeza.
O cocheiro freou a composição, desceu e abriu a porta da carruagem. Uma figura de capa saltou, mal olhando para a equipe reunida.
— Bem-vindo ao lar, senhor — declarou Pembroke, após pigarrear ruidosamente.
— Espero que a viagem tenha sido aprazível — acrescentou a governanta.
— Permita-me apresentar-lhe os seus criados, senhor. — Pembroke voltou-se e viu as moças já na devida postura de reverência, enquanto os rapazes tiravam os bonés.
Lorde Stamford saudou-os com um movimento de cabeça quase imperceptível e voltou-se para a porta da carruagem, de onde saltava um menino pequeno.
Ereto como um poste, Pembroke não externou o menor sinal de surpresa, mas olhou curioso para a criança morena, de cabelos e olhos castanho-escuros.
O menino, por sua vez, admirava a fortaleza imponente cercada de amplos jardins bem cuidados, as torres acasteladas captando os últimos raios de sol.
O cocheiro já descarregava a bagagem, deixando-as no chão. Com um estalar de dedos, Pembroke destacou alguns membros da equipe para transportar as malas e bolsas do lorde.
— Gostaria de um jantar tardio,senhor? — indagou a sra. Thornton, nervosa.
— Não, não quero nada.
Capítulo Um
Cornualha, 1662.
As sombras do entardecer projetavam-se sobre as colinas ondulantes e as campinas verdes pontilhadas de ovelhas. Camponeses arrendatários, cansados após um dia nas plantações, pararam as atividades para ver ao longe uma elegante carruagem dirigindo-se ao castelo.
— O coração de pedra voltou. — Um homem velho apoiou-se no cajado e virou-se para o filho. — Não bastou ter matado a esposa e jogado o irmão do penhasco, deixando-o mudo e paralítico. Nem partir para a Inglaterra, levando uma vida de crime nos mares, deixando o avô para cuidar do caos aqui. Ainda deve achar que sua amizade com o rei lhe dá o direito de voltar e reclamar a herança, como se nada tivesse acontecido.
— Quem vai detê-lo? — resmungou o mais jovem.
— Quem... Os ricos vivem sob suas próprias regras. — O velho estreitou o olhar e observou a carruagem parar no pátio distante. — É ruim que nosso suor e sangue contribuam para tanta riqueza, mas seria ainda pior morar no castelo Blackthorne, como aqueles serviçais...
— Louvado seja! O lorde chegou! — A sra. Thornton, governanta de Blackthorne, o domínio do lorde Quenton Stamford, bateu as mãos para chamar a atenção dos serviçais, conclamando-os com sua voz aguda e desafinada.
Quanto mais agitada, mais alto falava: — Edlyn, sua lambari retardada e imprestável! Pare de se embonecar e vá logo com os outros!
Enquanto os serviçais saíam pela porta da frente e perfilavam-se no pátio a governanta e Pembroke, o mordomo, tomavam seus lugares um pouco à frente. Formavam uma dupla cômica, a sra. Thornton rechonchuda de avental manchado e lenço sobre os cachos grisalhos, Pembroke alto e magro como uma vara, com os cabelos pretos meticulosamente arrumados e a roupa igualmente engomada. A voz dela lembrava articulações enferrujadas, enquanto a dele era tão afetada quanto a usada pela realeza.
O cocheiro freou a composição, desceu e abriu a porta da carruagem. Uma figura de capa saltou, mal olhando para a equipe reunida.
— Bem-vindo ao lar, senhor — declarou Pembroke, após pigarrear ruidosamente.
— Espero que a viagem tenha sido aprazível — acrescentou a governanta.
— Permita-me apresentar-lhe os seus criados, senhor. — Pembroke voltou-se e viu as moças já na devida postura de reverência, enquanto os rapazes tiravam os bonés.
Lorde Stamford saudou-os com um movimento de cabeça quase imperceptível e voltou-se para a porta da carruagem, de onde saltava um menino pequeno.
Ereto como um poste, Pembroke não externou o menor sinal de surpresa, mas olhou curioso para a criança morena, de cabelos e olhos castanho-escuros.
O menino, por sua vez, admirava a fortaleza imponente cercada de amplos jardins bem cuidados, as torres acasteladas captando os últimos raios de sol.
O cocheiro já descarregava a bagagem, deixando-as no chão. Com um estalar de dedos, Pembroke destacou alguns membros da equipe para transportar as malas e bolsas do lorde.
— Gostaria de um jantar tardio,senhor? — indagou a sra. Thornton, nervosa.
— Não, não quero nada.