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20 de agosto de 2011

Série Empório Do Prazer

1 - UMA MULHER QUASE PERFEITA



Um segredo escandaloso...

Como criada do Empório do Prazer, April Jardine já testemunhou sua cota de atos pecaminosos, porém nada tão insolente como seu próprio esquema para ganhar dinheiro.
Chantageando os cavalheiros citados no diário particular de sua patroa, April conseguirá escapar de uma vida inteira de trabalho árduo... contanto que consiga também escapar de ser condenada à forca por extorsão.
Tudo vai bem até seu caminho se cruzar com o de lorde Blackheath, o juiz mais influente da Inglaterra.
Os olhares que ele lhe endereça sugerem que está dividido entre expor o esquema de April e seduzi-la... o que ela está mais que disposta a aceitar.
Embora April tenha uma luz própria, que ofusca o brilho de qualquer dama da sociedade que Blackheath conheça, ele sabe que confiar naquela jovem ardilosa poderá lhe custar sua fortuna e sua reputação.
Como ele conseguirá acolher aquela mulher em sua casa... e em seu coração?...

Capítulo Um

Odeio este lugar!
Este era o primeiro pensamento de April Jardine a cada manhã, ao despertar.
Naquele dia, no entanto, tal dito parecia ainda mais verdadeiro que de costume.
Naquele momento, ela se encontrava escondida na quietude da despensa, aproveitando uns raros cinco minutos de sossego para folhear com prazer as notícias e mexericos sobre a alta sociedade londrina.
Munida de uma vela usada e de folhas amassadas de jornal que tirara de um bolso mais discreto do avental, permitia-se alguns instantes de deleite, durante os quais devorava histórias e escândalos envolvendo membros daquela sociedade, enquanto se imaginava como parte daquele grupo.
Mergulhada no reino do imaginário, tão distante de sua real condição, ela circulava em meio àquelas pessoas mágicas, chegando mesmo a sentir-lhes o perfume.
Foi, portanto, cheia de contrariedade que reagiu ao chamado:
— April, limpe aqui para mim!
— Deixem-me em paz! — resmungou para si mesma.
Suas mãos ainda ardiam em conseqüência do trabalho com água fervente e sabão cáustico que utilizara para remover a teimosa gordura de carne de carneiro que aderia às louças e panelas.
Tentando ignorar o chamado insistente da garota, tornou a fixar o olhar no jornal. Mas foi em vão.
Mergulhar naquele mundo de fantasia ficava impossível quando as palavras ameaçadoras de Madame soavam cada vez mais altas em sua mente rritada, dobrou o jornal, que recolocou no bolso do avental, e apanhou a vassoura, o balde e o pano antes de correr escada acima.
Para seu desgosto, o tapete do quarto de Glenda estava coberto por uma poça de vômito do cliente que havia abusado da bebida.
— Droga!


2 - CAVALHEIROS MALCOMPORTADOS 
DAMAS REBELDES

Bem-comportada... Até quando?

Sozinha e sem um centavo, Mina Halliday aventura-se a arrumar emprego num bordel, usando seus talentos: a habilidade de escrever e uma imaginação escandalosa.
As cartas que ela escreve atraem os nobres mais ricos de Londres ao Empório do Prazer, mas seu verdadeiro objetivo é encontrar o homem responsável pela ruína de seu pai.
A única pista que Salter Lambrick tem para o assassinato de um oficial do governo é o convite audacioso encontrado no bolso da vítima, que o leva à mulher mais intrigante que ele já conheceu.
Mina pode ser uma inocente num antro do prazer, mas Salter detecta uma sensualidade latente por trás da aparência de mocinha bem-comportada.
E descobrir a verdade sobre aquela mulher que desperta seus desejos mais profundos será a aventura mais perigosa que ele já viveu até então...

Capítulo Um

Prezado lorde Prescott,
Levei um bom tempo para criar coragem e escrever esta carta.
Peço desculpas por me corresponder com o senhor sem que tivéssemos sido primeiramente apresentados.
Sendo objetiva, preciso do senhor.
Para que o senhor entenda, trabalho no Empório do Prazer, de propriedade de madame Fynch, cujo objetivo é propor¬cionar entretenimento aos sócios desse clube exclusivo para cavalheiros.
A Madame alega que sou preguiçosa e não me esforço o suficiente.
Eu, entretanto, acredito que a devoção demonstrada por meus visitantes seja uma evidência de meu bom trabalho, e disse isso a ela.
Ela ficou furiosa, achando minha resposta inoportuna, e exigiu que eu encontre um cavalheiro que me imponha humilhações para que eu aprenda a tratar melhor quem for indicado por ela.
Sei que fui muito impertinente no passado, e agora a Madame afirma que está pronta para me despedir por causa de minha insolência.
Ela não está satisfeita com meu desempenho e diz que minha única esperança de continuar aqui é que um observador imparcial julgue minha inocência ou culpa a respeito.
É por isso que recorro ao senhor.
Se for julgada culpada a seus olhos, devo me submeter a qualquer tipo de disciplina que me impuser, mesmo que isso signifique que o senhor também me dê "notas baixas". Cá entre nós, senhor, farei qualquer coisa... qualquer coisa mesmo... para poder permanecer aqui.
Por favor, venha imediatamente e faça seu julgamento.
Está em suas mãos o meu futuro. Inteiramente ao seu dispor, Lollie
Mina Halliday esboçou um sorriso satisfeito ao dobrar o papel azul.
Incitar o apetite sexual masculino era muito fácil, especialmente quando se sabia exatamente como fazê-lo.
E aquele homem em particular não resistiria a um convite tentador.
Apostava todas as suas fichas nisso.
Demonstrando prática, ela passou a vela pela aba do enve¬lope e a parafina vermelha escorreu em forma de coração.
Examinou a prateleira acima da escrivaninha, onde havia uma fileira de carimbos com monograma, perfilados como pequenos soldados aguardando ordens.
Pegou o que desejava e o pressionou com firmeza na parafina quente, surgindo um "L".
Com sua habitual falta de boas maneiras, Lollie escancarou a porta do quarto de Mina, carregando duas xícaras.
— Como não desceu para o chá, eu trouxe para você. Mina sorriu, animada.
— Tenho um dos bons para você, Lollie — ela disse, com os olhos brilhantes, agitando a carta. — Esse homem será muito especial para nós duas.
Lollie apertou os lábios ao tirar a carta das mãos de Mina e se sentou na cama dela.
— Lorde Roderick Prescott. Nunca ouvi falar dele.
— Logo vai conhecê-lo, se minha carta funcionar como imagino. Ele tem rios de dinheiro. Você vai gostar de estar com ele. Na realidade, não duvido de que ele lhe dê uns presentinhos para aliviar seu desconforto.
— Aliviar... — A expressão de Lollie mudou de curiosa para desanimada.
— Ah, não... outro que bate, não!


Série Empório do Prazer
1 - Uma Mulher Quase Perfeita
2 - Cavalheiros Malcomportados Damas Rebeldes
3 - Wickedly Ever After