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7 de agosto de 2016

A Noiva Prometida


"Casamos ou não, Caroline Holt?"

De repente, Caroline entendeu que todos na pequena comunidade do interior da Carolina do Norte aceitavam o motivo evidente pelo qual se casaria com Frederich Graeber.

Grávida, abandonada pelo verdadeiro pai da criança e com o parto para dali a poucos meses, seu filho só teria a lucrar se aquele fazendeiro másculo e impetuoso se tornasse seu marido. 
Só Caroline sabia que, ao aceitar a proposta de Frederich, estava se arriscando a trocar a liberdade de seu coração pelos caprichos daquele estrangeiro enigmático.

Capítulo Um

Março de 1862
Caroline Holt esperara a tarde inteira pela volta do irmão, Avery. Vez por outra, apro­ximava-se da janela e olhava os campos da fazenda Graeber. Ainda não acreditava que Avery tivesse algum assunto tão importante assim, a ponto de ser chamado para conversar com Frederich Graeber. Havia toda a terra para arar, afinal aproximava-se a época do plantio da primavera, além do que Avery desprezava o cunhado alemão.
Era quase noite quando seu irmão finalmente apareceu no pátio. Caroline voltou correndo para a cozinha e conti­nuou batendo a manteiga, uma tarefa que começara desde a saída dele. Concentrou-se vivamente na batedeira, deci­dida a não lhe dar o prazer de descobrir que estivera tão curiosa a respeito de sua ausência. Avery entrou imediata­mente na cozinha, deixando a porta escancarada por mais tempo que o necessário, deixando atrás de si um rastro de lama sem mostrar a menor preocupação com o esforço exaus­tivo de Caroline em esfregar o piso de carvalho até deixá-lo limpo. Ela estremeceu ao ser tocada pela corrente de ar frio, mas não fez o menor comentário.
— Frederich Graeber quer se casar com você — Avery informou sem preâmbulos.
Ela ergueu os olhos da batedeira de manteiga, sem alterar o ritmo das batidas. A declaração era tão ridícula que seu primeiro impulso foi de dar uma risada. O irmão não era um homem bem-humorado, mas ainda assim pensou que estivesse brincando. Por mais que ele estivesse desesperado para casá-la, nunca teria sugerido o nome de Frederich Graeber... a não ser por uma brincadeira de mau gosto.
— Quero que você se case com ele. Já respondi por você — continuou ele. — Vão fazer o anúncio na igreja alemã neste domingo... então Frederich vai apresentar-lhe o pedido formalmente.
Ela continuou encarando-o, percebendo agora que ele es­tava completamente sério e que aquele plano de casamento justificava a convocação de Frederich e a disposição de trazer as sobrinhas dela para visitá-la. "Pobre Avery", pensou ela. Ele não fazia a ideia da impossibilidade desse acordo. Pela primeira vez na vida ela sentiu pena do irmão.
— Por que está me olhando dessa maneira? — indagou ele, irritado. — Ouviu o que eu falei?
— Ouvi muito bem, Avery. E só posso imaginar que perdeu o juízo.
Ele lhe dirigiu um sorriso breve.
— E por que está imaginando isso?
— Você sabe que não posso me casar com Frederich Graeber.
— Não pode? — reagiu ele, aproximando-se.
Os cabelos dele estavam grudados na testa suada. Antes de ele ter saído para a fazenda de Graeber, Avery e o so­brinho de Frederich, Eli, estiveram espalhando esterco de cavalo sobre a terra recém-arada a manhã inteira. Ele re­cendia a esterco e, em algum lugar pelo caminho, devia ter parado para tomar uma caneca de cerveja... para comemorar o negócio que ele e Frederich pensavam ter fechado.
— Está tudo acertado, Caroline.