Mostrando postagens com marcador Comprometida com o Pecado. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Comprometida com o Pecado. Mostrar todas as postagens

31 de janeiro de 2020

Comprometida com o Pecado


Sob o abrigo da escuridão, a paixão joga com suas próprias regras.

A amável e equilibrada Anne Beddington está em uma situação desesperada: fugindo por conta de um crime que não cometeu. Anne entende dos jogos maliciosos que deve desempenhar para sobreviver - ela aperfeiçoou sua voz sedosa, praticou suas leves carícias - mas terá dominado a arte da sedução o suficiente para se tornar a cortesã do notório Duque de March, Devon Audley?
A guerra o transformou em um recluso, mas Anne está sem dinheiro, sozinha, e precisa da proteção de um poderoso cavalheiro. Anne aprendeu como dar prazer a um homem, no entanto, quando esse duque pecaminosamente bonito insiste que as delícias íntimas devem funcionar nos dois sentidos, Anne não pode recusar sua promessa sensual.
As delicadas mãos de Anne têm o dom de curar, mas é a sua bondade e gentileza que abrem os olhos do duque para a beleza que o cerca e para uma família que precisa dele. Ainda assim, Anne é um mistério, e Devon tem a intenção de passar horas eróticas e intermináveis descobrindo seus segredos. Quando ele descobre a terrível verdade sobre a trama desonesta para transformá-la numa criminosa e pôr a sua vida em perigo, salvar Anne torna-se sua salvação. Ela mostrou a Devon como viver e amar novamente. Agora ele vai provar o poder de sua paixão.

Capítulo Um 

Agosto de 1815

A primeira vez que ela tentou vender seu corpo do lado de fora do teatro Drury Lane, Anne Beddington se aproximou de um belo cavalheiro de cabelos negros, sem saber quem ele realmente era.
Ele tinha sido gentil e amável. E jovem, talvez apenas alguns anos mais velho que ela. Vinte e um para os dezessete dela, ela supôs. Ele sorriu pacientemente para ela, mesmo quando recusava a oferta. De alguma forma, ele soube imediatamente que ela era virgem, que nunca tinha se prostituído antes. Ele apertou um par de moedas em suas mãos trêmulas, então levantou seu queixo para olhar para ela.
Ela nunca olhou diretamente nos olhos de um cavalheiro. Ele tinha íris violeta — uma cor tão improvável que lhe dava um ar sobrenatural — e grossos cílios negros. Um olhar e ela estava enfeitiçada.
— Anjo, isso não é uma coisa que você queira fazer — ele disse severamente. — Você é uma inocente e é bonita, apesar de toda sujeira. Pegue o dinheiro e use-o para voltar para casa e para sua família.
Ele assumiu que tinha deixado sua família no campo e fugiu para Londres, ou que ela tinha vindo para a cidade para encontrar trabalho, como tantas garotas tinham que fazer. Nada poderia ter estado mais longe da verdade no caso dela.
Ela agarrou as moedas na palma da mão — dois soberanos de ouro — envergonhada de ter recebido sua caridade quando havia se preparado para ganhar o seu dinheiro, mas ela engoliu seu orgulho, levantou as bainhas de suas saias puídas, e correu de volta para cabeceira de sua mãe.
O dinheiro não durou muito tempo. Sua mãe precisava de muito láudano para a sua dor. Eventualmente Anne tinha sido forçada a fazer aquilo que o cavalheiro lhe tinha aconselhado que não fizesse.
Agora, cinco anos mais tarde, ela estava prestes a fazer a mesma coisa que não tinha conseguido naquela primeira noite fora do teatro. Ela estava indo convencer o Duque de March a ir para a cama dela.
Desta vez ela não estava em Londres. E desta vez o duque era sua presa. Ela estancou no escritório da casa de caça dele — uma mansão em Leicestershire — com a mão ainda na maçaneta da porta. Ele estava esparramado na frente dela no tapete, mais de 1,80 metros de homem musculoso, bronzeado e nu. Suas longas pernas estavam afastadas, suas nádegas nuas relaxadas. Seu cabelo preto caía em uma confusão de ondas até os ombros. Uma garrafa de conhaque vazia jazia em sua mão estendida.
Ele parecia estar morto para o mundo.
O coração de Anne sobressaltou-se no peito. Ele estava apenas inconsciente? Com o peito esmagando o tapete e a boca virada para o outro lado, ela não poderia dizer se ele estava respirando.
Se ele tivesse entornado uma garrafa inteira de conhaque, poderia ter bebido até morrer? Ela não sabia. Nos bairros pobres ela tinha visto os homens beberem um bom bocado, mas poderia o estômago de um homem suportar aquilo tudo?
Ela deu uma olhada na porta do estúdio. Por privacidade, a tinha fechado atrás de si. Deveria chamar o estranho e aterrorizante mordomo que a recebeu na porta? O homem curvado tinha uma corcunda nas costas, tufos de cabelo amarelo-acinzentados nas orelhas, e um grande vão onde os dentes da frente deveriam ter estado. Ele tentou espantá-la. Ela tinha sido firme, embora ele gargalhasse da maneira mais revoltante quando o informou que era um presente do Conde de Ashton e deveria ver o duque pelo menos uma vez.
Ela realmente não queria lidar com o mordomo novamente.
Erguendo a barra do vestido, Anne se apressou até o duque nu e se agachou ao seu lado. Seu corpo lançava uma sombra sobre o rosto dele, mas pode ver cicatrizes em seu rosto acima da sombra da barba preta e grossa. Seus lábios eram cheios e macios. Eles pareciam completamente imóveis.
A garganta dela secou. Ela se inclinou perto e sentiu sua respiração como um sussurro sobre sua bochecha. Então, ele deu um ronco baixo e áspero e Anne se engasgou com uma risadinha aliviada. Deveria sacudi-lo até que acordasse?