Marianne Daventry faria qualquer coisa para escapar do aborrecimento de Bath e das investidas amorosas de um cretino que não lhe interessa absolutamente.
Assim quando recebe um convite de sua irmã gêmea, Cecily, para que se una a ela em uma maravilhosa casa de campo, aproveita a oportunidade.
Por fim, poderá relaxar e desfrutar do campo, que tanto gosta, enquanto sua irmã tenta obter as atenções do atraente herdeiro de Edenbrooke.
Entretanto, Marianne acabará por descobrir que inclusive os melhores planos podem dar errado: primeiro, terá um aterrador encontro com um ladrão de estrada, depois, uma paquera aparentemente inofensiva... o caso é que, ao final, Marianne se verá envolvida em uma inesperada aventura cheia de intriga e de amor, tão apaixonante que não poderá dar descanso a sua mente.
Será capaz de controlar seu coração traidor ou cairá rendida a um misterioso desconhecido?
Está claro, o destino quer para Marianne algo distinto do que ela tinha planejado ao ir a Edenbrooke.
Capítulo Um
Bath, Inglaterra, 1816
Aquele carvalho me distraiu. Ao passar sob seus frondosos ramos, não pude evitar elevar o olhar e ser testemunha de como o vento balançava suas folhas e as fazia girar sobre seus caules. Dei-me conta, então, de quanto tempo fazia que eu não girava sobre mim mesma. Fiquei imóvel enquanto tentava recordar a última vez que havia sentido a necessidade de dar voltas e mais voltas.
O senhor Whittles aproveitou minha distração para se aproximar silenciosamente.
—Senhorita Daventry! Que inesperado prazer!
Pus-me a andar, surpreendida, procurando com desespero minha tia Amélia, que devia ter continuado pelo caminho de cascalho enquanto eu me detinha sob a sombra da árvore.
—Senhor Whittles! Não o tinha ouvido.
Acostumava estar atenta de qualquer som que delatasse sua chegada, mas aquele carvalho me distraíra.
Obsequiou-me com um esplêndido sorriso e uma reverência tão exagerada que seu espartilho protestou. Seu rosto redondo brilhava pelo suor e levava o cabelo, ou o que ficava dele, grudado à cabeça.
Entretanto, Marianne acabará por descobrir que inclusive os melhores planos podem dar errado: primeiro, terá um aterrador encontro com um ladrão de estrada, depois, uma paquera aparentemente inofensiva... o caso é que, ao final, Marianne se verá envolvida em uma inesperada aventura cheia de intriga e de amor, tão apaixonante que não poderá dar descanso a sua mente.
Será capaz de controlar seu coração traidor ou cairá rendida a um misterioso desconhecido?
Está claro, o destino quer para Marianne algo distinto do que ela tinha planejado ao ir a Edenbrooke.
Capítulo Um
Bath, Inglaterra, 1816
Aquele carvalho me distraiu. Ao passar sob seus frondosos ramos, não pude evitar elevar o olhar e ser testemunha de como o vento balançava suas folhas e as fazia girar sobre seus caules. Dei-me conta, então, de quanto tempo fazia que eu não girava sobre mim mesma. Fiquei imóvel enquanto tentava recordar a última vez que havia sentido a necessidade de dar voltas e mais voltas.
O senhor Whittles aproveitou minha distração para se aproximar silenciosamente.
—Senhorita Daventry! Que inesperado prazer!
Pus-me a andar, surpreendida, procurando com desespero minha tia Amélia, que devia ter continuado pelo caminho de cascalho enquanto eu me detinha sob a sombra da árvore.
—Senhor Whittles! Não o tinha ouvido.
Acostumava estar atenta de qualquer som que delatasse sua chegada, mas aquele carvalho me distraíra.
Obsequiou-me com um esplêndido sorriso e uma reverência tão exagerada que seu espartilho protestou. Seu rosto redondo brilhava pelo suor e levava o cabelo, ou o que ficava dele, grudado à cabeça.
Dobrava-me em idade e era tão ridículo que apenas podia suportar sua presença. De todos seus traços repulsivos, o que mais me horrorizava era a boca, pois quando falava, na comissura de seus lábios se alojava indevidamente um fio de saliva.
Tentei não me fixar neles quando começou a falar.
—Faz uma manhã esplêndida, não lhe parece? De fato, convida-me a cantar. Oh, que esplêndida manhã! Oh, que esplêndido dia! Oh, que esplêndida mulher divisei ao longe! —Fez uma reverência, como se esperasse que o aplaudissem. Entretanto, hoje posso lhe oferecer algo melhor que essa cançãozinha. Compus um poema só para você.
Encaminhei-me na direção que devia ter tomado minha tia Amélia.
—Minha tia ficará encantada de escutá-lo, senhor Whittles. Vai um pouco adiantada, mas somente uns passos, tenho certeza.
—Mas, senhorita Daventry, é você a quem eu desejo agradar com minha poesia. —aproximou-se de mim—. Porque gosta da minha poesia, verdade?
Escondi as mãos atrás das costas se por acaso ele tentasse me dar a sua. Já o fizera outras vezes e tinha sido extremamente desagradável.
—Temo que não sei apreciá-la tão bem como minha tia.
Dei uma olhada por cima do ombro e suspirei aliviada. Minha tia solteirona vinha a meu encontro, apressada. Era uma acompanhante excelente; um fato que não soubera apreciar até esse momento.
—Marianne! Está aqui! Oh, senhor Whittles, não o tinha
reconhecido de longe. Minha pobre vista, j{ sabe< —Dedicou-lhe um sorriso transbordante de alegria—. Compôs outro poema? Eu adoro sua poesia. Você tem o dom da palavra.
Minha tia teria sido a esposa perfeita para o senhor Whittles. Seus problemas de vista suavizavam a natureza repulsiva dos traços dele e como a pobre tinha mais cabelo que engenho, tampouco sua ridicularia a horrorizava tanto quanto a mim. De fato, levava algum tempo tentando desviar a atenção do senhor Whittles para ela, embora até o momento não tivesse tido muito êxito.
—Pois, a verdade é que sim.
Tirou uma folha de papel do bolso do casaco, acariciou-a com ternura e umedeceu os lábios. Uma gota enorme de saliva ficou pendurada à comissura e não pude evitar cravar nela o olhar, apesar de não querer fazê-lo. A gota tremulou quando começou a ler, embora não se desprendesse.
—A senhorita Daventry é formosa e singular, e tem olhos de uma cor sem igual.
Tentei não me fixar neles quando começou a falar.
—Faz uma manhã esplêndida, não lhe parece? De fato, convida-me a cantar. Oh, que esplêndida manhã! Oh, que esplêndido dia! Oh, que esplêndida mulher divisei ao longe! —Fez uma reverência, como se esperasse que o aplaudissem. Entretanto, hoje posso lhe oferecer algo melhor que essa cançãozinha. Compus um poema só para você.
Encaminhei-me na direção que devia ter tomado minha tia Amélia.
—Minha tia ficará encantada de escutá-lo, senhor Whittles. Vai um pouco adiantada, mas somente uns passos, tenho certeza.
—Mas, senhorita Daventry, é você a quem eu desejo agradar com minha poesia. —aproximou-se de mim—. Porque gosta da minha poesia, verdade?
Escondi as mãos atrás das costas se por acaso ele tentasse me dar a sua. Já o fizera outras vezes e tinha sido extremamente desagradável.
—Temo que não sei apreciá-la tão bem como minha tia.
Dei uma olhada por cima do ombro e suspirei aliviada. Minha tia solteirona vinha a meu encontro, apressada. Era uma acompanhante excelente; um fato que não soubera apreciar até esse momento.
—Marianne! Está aqui! Oh, senhor Whittles, não o tinha
reconhecido de longe. Minha pobre vista, j{ sabe< —Dedicou-lhe um sorriso transbordante de alegria—. Compôs outro poema? Eu adoro sua poesia. Você tem o dom da palavra.
Minha tia teria sido a esposa perfeita para o senhor Whittles. Seus problemas de vista suavizavam a natureza repulsiva dos traços dele e como a pobre tinha mais cabelo que engenho, tampouco sua ridicularia a horrorizava tanto quanto a mim. De fato, levava algum tempo tentando desviar a atenção do senhor Whittles para ela, embora até o momento não tivesse tido muito êxito.
—Pois, a verdade é que sim.
Tirou uma folha de papel do bolso do casaco, acariciou-a com ternura e umedeceu os lábios. Uma gota enorme de saliva ficou pendurada à comissura e não pude evitar cravar nela o olhar, apesar de não querer fazê-lo. A gota tremulou quando começou a ler, embora não se desprendesse.
—A senhorita Daventry é formosa e singular, e tem olhos de uma cor sem igual.