Série Irmãs Farleigh
Decoro nunca foi uma das qualidades de Carlotta Anne Fairleigh
- nem mesmo hoje, quando a linda e impetuosa moça está finalmente por fazer seu debut na sociedade.
Enquanto ela aguarda sua entrada, não pode deixar de perguntar-se sobre a casa escura ao lado, a casa supostamente abandonada de Hayden St. Clair, ao qual a sociedade tinha apelidado de
"Marquês Assassino."
Certamente uma pequena espiada pela janela, antes das festividades seria inofensivo...
E, naturalmente, esta última "aventura" termina em desastre, comprometendo a reputação da jovem debutante e deixando-a, de repente numa situação das mais escandalosas!
Logo ela está a caminho dos confins da Cornualha, na companhia do marquês belo e misterioso, cuja simples menção do nome a fazia oscilar entre o medo e a repugnância.
Não entanto, há algo emocionante e surpreendente sobre seu noivo, sombrio e inacessível: o desejo nos olhos dele é inegável.
Mas antes de Lottie se render aos anseios de seu coração, ela precisa desvendar os segredos do passado de Hayden, não importa o quanto possam ser escandalosos e perigosos.
Comentário revisora Ana Catarina: A mocinha era conhecida como Diabinha, por suas diabruras, linda, encantadora, curiosa, metida a escritora, enfim uma das mocinhas de minha maior preferência.
Porém ela não teve um par a altura. O mocinho é um homem atormentado pela morte de sua primeira mulher e, portanto, ainda apaixonado por ela.
Odeio. Enfim ele casa e enterra minha amada mocinha num mausoléu que chama de casa...........odiei.
No fim, aquela mocinha do inicio da historia até ressurgi. É quando melhora a conversa.
Vale ler, pois a mocinha é ótima, com sua imaginação fértil e sua curiosidade, me fez rolar de rir.
Boa leitura.
Capítulo Um
Londres, 1825
Essa noite era a apresentação na sociedade de Carlotta Anne Farleigh. Por desgraça, a apresentação que estava fazendo nesse momento era a de seu precioso vestido de baile fora de uma janela do primeiro andar da mansão de sua tia Diana no Mayfair.
E isto poderia ter conseguido sem nenhum contratempo se os volantes de seda que adornavam o corpete do vestido não tivessem ficado enganchados na cabeça de um prego que se sobressaía do batente.
—Harriet! —chamou Lottie, desesperada, em um sussurro — Harriet, onde está? Estou em um apuro e necessito urgentemente sua ajuda.
Esticou o pescoço para olhar a acolhedora sala de estar em que tinha estado comodamente instalada só fazia uns minutos.
Um peludo gato branco estava dormindo junto à lareira, mas Harriet como toda sua boa sorte, parecia haver desaparecido.
—Onde terá se metido essa tola? Enquanto tentava soltar o babado do prego, o escorregadio revestimento de seus sapatos dançava deslizando pelo ramo de árvore que chegava bem debaixo dela, procurando em vão firmar-se.
A contra gosto olhou para baixo por cima do ombro.
O terraço pavimentado, que fazia uns momentos tinha parecido tão perto e fácil de alcançar de um salto, agora parecia estar a léguas de distância.
Passou-lhe pela cabeça a ideia de gritar chamando um lacaio, mas se conteve, porque poderia ser seu irmão quem a acudisse correndo e a surpreendesse nessa situação difícil.
Embora George fosse só dois anos mais velho que ela, não fazia muito tempo que tinha retornado de sua primeira Grande Viagem pelo Continente e estava impaciente para comandar sua irmã menor com sua recém-descoberta elegância.
Das portas de vidro do lado norte da casa chegavam as dissonantes notas dos instrumentos de corda que os componentes do quarteto de músicos estavam afinando.
Não demoraria muito em ouvir os ruídos de rodas de carruagens e o murmúrio de vozes e risadas de boas-vindas, quando começasse a chegar à nata da aristocracia londrina para celebrar sua estreia na sociedade. Não teriam maneira de saber que a convidada de honra estava pendurada em uma janela do piso superior, fracassando em sua tentativa de ser respeitável.
Talvez não se encontrasse nessa desesperada situação se seu cunhado e tutor, Sterling Harlow, tivesse celebrado a festa de sua apresentação na sociedade na casa de Devonbrooke, sua imensa mansão no setor oeste.
Mas sua prima Diana o tinha convencido, com gestos e adulações, que cedesse essa honra a ela.
Não precisava esticar muito sua hiperativa imaginação para visualizar os convidados de sua tia congregados junto ao seu corpo destroçado estendido sobre os paralelepípedos.
As mulheres levariam seus lenços perfumados aos lábios para afogar os soluços enquanto os homens emitiriam « tss—tss» e «tut—tut» em voz baixa, resmungando que terrível pena era verem-se privados para sempre de sua alegre companhia.
Olhou pesarosa a deliciosa saia de popelina violeta; se o vestido não sofresse muito com a queda, talvez sua família pudesse enterrá-la com ele.
Série Irmãs Farleigh
1 - Um Beijo Inesquecível
2 - Escândalo na Noite
Série Concluída