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30 de junho de 2017

Aprisionada pelo Viking

“De hoje em diante, você é minha!”

Desde o momento em que colocou os olhos naquele poderoso viking, algo se transformou dentro de Merewyn. 
Ela sabe que devia temê-lo, que seria melhor fugir. 
Ainda assim, não consegue evitar se sentir atraída pelo implacável guerreiro. 
Eirik nunca havia capturado uma mulher antes, mas a beleza estonteante de Merewyn acaba despertando nele um desejo sombrio. 
Então, Eirik a leva para sua terra natal, onde finalmente sucumbem à paixão. Porém, entregar-se a esse amor pode ser mais perigoso do que imaginavam...

Capítulo Um

Nortúmbria — 865 d.C.

Eirik nunca havia raptado ninguém antes, mas a ideia de aquela mulher vir a ser sua era tentadora demais. Ele fechou os olhos numa tentativa de afastar o pensamento inadequado, mas quando os abriu e ela ainda não tinha visto os barcos, seu coração acelerou. O desejo fez o sangue correr mais rápido em seu corpo, provocando um zumbido nos ouvidos e bloqueando quase tudo em sua mente, com exceção da imagem daquela moça.
Durante dois anos ele havia sido o líder de sua frota de drácares, os navios-dragão usados pelos vikings. Mesmo antes disso, viajara sob o comando do pai para os lugares mais longínquos do mundo. 
Aprendera a ler sinais, a captar pistas que normalmente passariam despercebidas, a confiar na intuição. 
Era por isso que seus homens confiavam tanto nele. E agora a intuição lhe dizia para raptar aquela moça.
Ela já deveria tê-los notado àquela altura afinal, ele conseguia avistá-la através da bruma, portanto era provável que ela os tivesse visto também. Mas rodopiava na névoa como se não tivesse uma única preocupação na vida. Talvez os deuses a tivessem deixado ali justamente para ele.
Eirik piscou e afastou o pensamento, seu instinto de guerreiro controlando a situação. Não havia sinais de fogo na praia. Ou os guardas estavam dormindo, ou não havia guardas. 
Alguém deveria estar ali com aquela moça, mas ela dançava sozinha, uma prenda para ser colhida daquelas praias desoladas e levada para casa.
Eirik olhou para as duas extremidades da baía, procurando por sinais de uma possível emboscada, alguma sombra ou vulto que emergisse da bruma para revelar a presença de um exército saxão pronto para atacar. Talvez a moça tivesse sido colocada ali como uma espécie de chamariz — ou então talvez se tratasse de algum plano mais sinistro. Ele ouvira histórias de sereias que atraíam homens para a morte; geralmente habitavam ilhas míticas que depois eram tragadas pelo mar, mas era possível que a costa da Nortúmbria tivesse suas próprias sereias.
A praia, porém, estava deserta, e um rápido olhar para os homens que remavam indicou que nenhum deles ficara encantado como ele com a moça na praia. Talvez fosse uma sereia destinada especialmente para ele.
O corpo ágil oscilava num ritmo suave enquanto ela rodopiava, livre, sem restrições. O feitiço que lançava o atraía com uma promessa de liberdade das obrigações e das sombras do passado que sempre o haviam mantido em rígido controle. 
Ele queria a companhia daquela mulher e ao mesmo tempo se surpreendia com o absurdo desse desejo. 
Era apenas uma menina, como tantas outras que vira em suas viagens, e, no entanto, ele poderia nomear o instante exato em que ela o avistara na bruma.
 O olhar dela parecia irradiar um brilho de consciência, e quando encontrou o seu, ele foi atingido por um estranho senso de reconhecimento. Nunca vira aquela moça antes, nunca estivera naquelas praias longínquas do Norte, mas a sensação de que ela lhe pertencia continuava presente, com toda a intensidade.
A aproximação da frota fora planejada para coincidir com a aurora, e os homens eram bem treinados na arte de ser discretos e sub-reptícios. Seria fácil pegar a moça. A expectativa tomou conta de Eirik, fazendo seus músculos se contraírem. Mas ele tentou se concentrar na missão daquela viagem, que era fazer um reconhecimento da costa. O intuito não era capturar reféns.
Finalmente compreendendo o perigo que se aproximava, ela se virou e começou a correr. O coração de Eirik acelerou, e sentiu o impulso de detê-la antes que ela avisasse todo mundo. Ele pulou do barco e suas botas chapinharam na água; seus homens o seguiram, largando os remos e desembarcando para puxar o navio para a praia.
O temporal da véspera não impedira Merewyn de fazer seu passeio matinal na praia. Se as repetidas ameaças de seu irmão mais velho não a haviam detido, não seria uma chuvarada a representar um obstáculo. Ela ansiava pelas manhãs longe do castelo, quando podia ficar sozinha e ver o sol nascer. 
Podia ser uma tolice, mas naqueles breves momentos sentia como se tudo fosse possível. Que, com o novo dia, sua vida podia ser mais do que a labuta diária de cuidar dos sobrinhos e ser relegada às tarefas domésticas de uma criada. Ela adorava as crianças, mas eram filhos de seu irmão, não seus.