Série Malory
Nove anos atrás Richard Allen fugiu da Inglaterra quando seu pai controlador, o Conde de Manford, negociou seu noivado com Julia Miller, a jovem filha de um rico comerciante de Londres.
Após ver como a ambição de seu pai arruinou as perspectivas de felicidade de seu irmão mais velho com um casamento arranjado, o espírito livre de Richard o levou para o mar determinado a viver sua própria vida.
No Caribe, se junta a um bando de piratas caçadores de tesouro, e adota a personalidade de um francês chamado Jean Paul.
Quando ousa voltar para a Inglaterra para realizar uma missão urgente para seu capitão, Richard se apaixona por uma mulher casada, Georgina Malory.
Apesar da indiferença de Georgina com ele e as ameaças do marido dela, James Malory em prejudicá-lo, Richard continua apaixonado.
Sua próxima tentativa de cortejar Georgina num baile de máscaras acaba por ser um erro terrível porque o leva cara a cara com outra bela mulher.
Adulta e sofisticada, Julia Miller, uma amiga de Georgina, se encanta com o mascarado francês Jean Paul até que descobre que ele é na verdade seu noivo detestável!
Julia contrata advogados para conseguir que Richard seja declarado morto para que possa libertar-se de seu noivado e seguir em frente com sua vida.
Mas quando o Conde de Manford descobre que seu filho voltou e pode cumprir o contrato de casamento, ele põe em movimento uma cadeia de eventos que coloca Julia em alto-mar com seu noivo que não é meramente um nobre irresponsável, mas um pirata sedutor amante de aventuras!
Capítulo Um
Considerar que Hyde Park é o jardim de sua casa pode parecer estranho, mas para Julia Miller o era. Criara-se em Londres e, desde que tinha memória, havia montado a cavalo pelo parque quase diariamente, desde o primeiro pônei que lhe compraram quando menina até as éguas de puro sangue que teve depois. Tanto se a conheciam como se não, os outros a saudavam ao passar, porque estavam acostumados a vê-la por ali.
Os membros da classe alta, os empregados que cortavam caminho pelo parque ao ir para o trabalho, os jardineiros, todos se fixavam nela e a tratavam de igual para igual.
Julia era alta, loira; vestia-se na moda e sempre devolvia os sorrisos e as saudações. Em geral era de aspecto amistoso e as pessoas lhe respondiam do mesmo modo.
Mais estranho ainda que considerar aquele enorme parque seu campo de equitação pessoal, eram suas circunstâncias. Julia tinha crescido na parte nobre da cidade, embora sua família não fosse da nobreza.
Vivia em uma das maiores casas de Berkeley Square, porque não só os nobres podiam se permitir essas mansões.
De fato, sua família, cujo sobrenome procedia da Idade Média, quando os artesãos adotavam o nome de seu ofício, foi uma das primeiras a comprar e construir em Berkeley Square, em meados de 1700, quando se projetou a praça, assim que os Miller estavam vivendo ali há muitas gerações.
Julia era conhecida e apreciada na vizinhança. Sua melhor amiga, Carol Roberts, era de família nobre, e outras jovens da classe alta que a conheciam através de Carol, ou do colégio privado que tinha frequentado, também a apreciavam e a convidavam a suas festas.
Elas não se sentiam ameaçadas por sua beleza ou sua riqueza, porque Julia já estava comprometida em casamento. Era noiva quase desde seu nascimento.
— Alegra-me vê-la por aqui — disse uma voz feminina atrás dela.
Carol Roberts alcançou Julia e sua égua adotou um suave trote ao lado da sua amiga.
Julia riu e olhou a sua grande amiga de cabelo negro.
— Esse comentário deveria tê-lo dito eu, porque ultimamente você mal monta.
Carol suspirou.
— Sei. Harry não gosta que o faça, sobretudo desde que tentamos ter um filho. Não quer que me arrisque a perdê-lo mesmo antes que saibamos que o concebemos.
Julia sabia que montar a cavalo podia provocar um aborto.
— Então por que se arrisca?
— Porque este mês não fiquei grávida — declarou Carol franzindo, decepcionada, os lábios.
Julia assentiu com compreensão.
— Além disso — acrescentou Carol, — sinto tanto a falta de nossos passeios a cavalo que estou disposta a enfrentar Harry cada vez que a menstruação nos impeça de tentar conceber.
— Agora não está em casa e não sabe que saiu para montar, não? — Perguntou Julia.
Carol se pôs a rir e seus olhos azuis faiscaram com travessura.
— Não, claro, mas estarei de volta antes dele.
Julia não se preocupou que sua amiga pudesse ter problemas com seu marido. Harold Roberts adorava a sua mulher. Conheceram-se e se gostaram mesmo antes da apresentação em sociedade de Carol, que tinha sido celebrada há três anos atrás, assim ninguém se surpreendeu quando se comprometeram ao cabo de algumas semanas e se casaram poucos meses depois.
Carol e Julia tinham sido vizinhas durante toda a vida, suas casas eram vizinhas e só as afastava um estreito beco.
Além disso, as janelas de seus dormitórios estavam uma em frente da outra — elas se encarregaram de que assim o fosse, — de modo que, embora não estivessem juntas, podiam falar de seus dormitórios sem sequer ter que levantar a voz. Não era de estranhar que se converteram em amigas íntimas.
Julia sentia muitíssimo a falta de Carol.
Embora continuassem vendo-se com frequência quando Carol estava em Londres agora ela já não vivia na casa vizinha.
Série Malory
1 - Amar uma só Vez
2 - Terna e Rebelde
3 - Amável e Tirano
4 - A Magia de Seu Ser
5 - Cativa do Amor
6 - O Marquês e a Cigana
7 - Minha Adorável Safada
8 - Cativa de Meus Desejos
9 - Sem Mais Alternativa do que a Sedução
10 - Inimigos Perfeitos
11 - Stormy Persuasion
12 - Beautiful Tempest