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17 de agosto de 2014

O Orgulho de Hannah




No inóspito território do novo México, Hannah Wade foi capturada e escravizada por uma tribo de apaches sedentos de vingança. 

Só a sua vontade inquebrantável de viver permitiu que ela não sucumbisse a tantas torturas e humilhações. 
Finalmente libertada, Hannah volta para o marido que a repudiou e às antigas amigas que a consideraram prostituída e degradada. 
Mas Hannah pôde lutar por sua honra com a ajuda do único homem que reconheceu o seu valor e sua coragem... o homem que ficou a seu lado numa terra varrida pelo ódio e pela injustiça.

Capítulo Um

Março de 1876, Nação Apache
Perto do forte Bayard, Território do Novo México.
- Cai fora, uma mulher tem de sobreviver da melhor forma que puder - Hannah Wade sugeriu, divertida e solidária, à jovem que, desalentada, olhava para a parafernália das construções de adobe onde se empilhavam, interna e externamente, cerâmicas e utensílios de uso doméstico. - Às vezes isso significa conformar-se com situações opostas à nossa índole.
Subitamente, a cálida tranquilidade foi quebrada pelo tropel de cascos desferrados golpeando o chão duro do deserto. Por um minuto, a única nuvem de poeira que subiu no anônimo povoado, metade mexicano e com casas de adobe - feitas com tijolos de palha e barro - foi provocada pelo alvoroço dos vestidos elegantes das mulheres dos três oficiais do exército. 
No torvelinho da próxima nuvem, circundados pela névoa baixa, surgiram os pôneis sarapintados e descarnados, com cavaleiros apaches.
Hannah Wade enrijeceu à visão dos índios investindo na direção dela. Nenhum grito ou brado de guerra cortou o ar. Esse não era o procedimento dos apaches. Furtivos, silenciosos, normalmente eles atacavam de surpresa. Hannah aprendera isso nos dois longos anos em que observara o marido no comando de regimentos de cavalaria.
Nos segundos que antecederam a chegada dos apaches, ela olhou de relance para o oficial que as escoltava. As feições rudes estavam parcialmente encobertas pela aba do chapéu de campanha.
- Capitão? - o tom de alerta na voz baixa denotava que aguardava as ordens. Mas a postura permaneceu tão suave quanto o cacho de cabelos castanho-avermelhados na nuca.
A mão dele já estava levantada, frustrando qualquer iniciativa do sargento negro e dos dois soldados, também negros, da polícia montada, que esperavam perto da ambulância do exército transformada em viatura militar, para conduzir as mulheres ao entreposto comercial.
- Senhoras, fiquem à vontade. - O capitão Jake Cutter levou à boca um charuto longo e fino. Os olhos azuis, estreitos e penetrantes, embora em alerta, demonstravam calma. As luvas de montaria, presas ao cinto, deixavam as grandes mãos nuas.
Os apaches amarraram os pôneis na pequena clareira, cobrindo-a com uma nuvem de poeira alcalina. Quatro deles desmontaram e avançaram na direção dos arbustos de ramada, nos quais Hannah se abrigava. A jovem mulher do tenente Sloane estava ao lado, e um pouco mais atrás, Ophelia Bettendorf, mulher do comandante do forte Bayard.
A sra. Sloane, recém-chegada ao território, soltou um gemido de medo à aproximação dos aparentemente pacíficos selvagens. No mesmo instante, Hannah percebeu que o pequeno bando os isolara da ambulância do exército e dos soldados - e de qualquer proteção que eles pudessem proporcionar. O capitão Jake Cutter permaneceu no campo visual, o cheiro penetrante do charuto misturado à poeira levantada no ar.
Nenhuma pintura de guerra adornava as faces embotadas dos apaches. Seguravam as armas em negligente prontidão e não as brandiam de forma ameaçadora. Hannah relaxou um pouco ao reconhecer que o capitão tinha analisado a situação com rapidez e precisão. Aquilo não significava um ataque.
Com algum esforço, Hannah ignorou a ameaça silenciosa da presença dos apaches desviando a atenção dos olhos negros e horizontais para a jovem mulher do recém-transferido tenente Richard Sloane.
- Você supõe que os apaches adivinharam que são novos por aqui, sra. Sloane, e que encenaram tudo isto com o intuito de beneficiá-los? - a delicadeza da voz assegurou à recém-chegada que não tinha nada a temer.
- O-o qu-quê que eles querem?

16 de outubro de 2011

Saga Família Calder

1- OS DONOS DA TERRA

Um céu de sol; Um céu de mudanças; Este céu que cobre A terra dos Calders.
Sob um céu límpido, as planícies de Montana se estendiam até o horizonte longínquo num mar ondulante de relva. Este pasto grande e esparramado era interrompido por morros isolados e ravinas ocasionais. Era uma terra imensa, quase vazia, sempre desafiadora. Sua vastidão fazia o homem pequeno menor e o homem grande rei.

Onde antigamente pastavam os búfalos felpudos, um rebanho de 600 animais de pêlo vermelho, gado Hereford, estava reunido num bolsão da planície. Forçados a ficar ali por um grupo de cavaleiros que os rodeavam, os animais mugiam o seu descontentamento. No meio de toda essa confusão, vaqueiros trabalhando aos pares entravam a cavalo no meio do rebanho para lenta e metodicamente separar o gado inferior... as vacas estéreis, as vacas com crias de primavera fracas, e o ocasional novilho castrado que escapara ao recolhimento de gado do outono anterior.Webb Calder apontava o focinho do seu garanhão amarelado para a vaca que deveria ser separada do rebanho, depois sentava-se tranquilamente na sela e deixava o cavalo fazer o serviço. O garanhão era da cor do felino amarelo do qual tirara o nome, cougar. No instante em que a vaca era isolada, o garanhão frustrava todas as suas tentativas de se reunir ao rebanho abaixando-se, parando instantaneamente, e adiantando-se com a velocidade de um gato.

2 - A TERRA DOS CALDER
Relva livre, gratuita... Minha sorte vai mudar, Porque não há nada no Texas Como esta terra dos Calders.
Setembro de 1878 
A região era de terras planas, com relevos ocasionais, ravinas profundas, mesetas e relva que se estendia por centenas de quilómetros em todas as direções. O céu imenso e azul parecia contê-la no horizonte, mas essa vastíssima área de pastagens ondulava como um mar tempestuoso. Sua grandiosidade arrebatava o coração do forte e intimidava o fraco.
Dois cavaleiros, puxando animais de carga, chegaram à crista desse território virgem de Montana, pararam e recolheram as rédeas. Das selas robustas, com cilhas duplas, às bainhas dos rifles e à copa baixa dos chapéus de vaqueiro, roupas e equipamento identificavam-nos como texanos. Cobria-os uma grossa camada de poeira da viagem.
Levaram os cavalos a passo pela suave encosta e pararam novamente onde não eram mais silhuetados pela ondulação da planície. O couro da sela gemeu quando o mais alto deslizou para o chão num movimento fluídico. Seu baio de focinho amarelo bufou e inclinou o nariz para a relva.
Muito magro, quase pele e ossos, Chase Benteen Calder movia sua altura de quase um metro e noventa com a agilidade de um homem mais baixo. Seu peso era distribuído em músculos rijos que se acomodavam chatos sobre o peito, os ombros largos e a longa extensão das pernas. Vinte e seis anos de vida imprimiram-lhe a dureza refletida nas feições amplas, na vivacidade dos olhos escuros, na pequena entrada no canal do nariz e no risco apagado de uma velha cicatriz na têmpora direita. A experiência tornara-o taciturno e vigilante, e o sol o bronzeara.
Continuou segurando as rédeas quando o baio baixou a cabeça. O tilintar do cabresto atraiu por um momento sua atenção para o cavalo, que rasgava a relva ondulada, mosqueada, rente ao chão.
Aquilo era capim-de-búfalo nativo, mais nutritivo do que qualquer outro tipo de forragem natural. Nem calor nem seca podiam matá-lo; os frios invernos transformavam-no em feno; o pisotear de cascos não o destruía. Dizia-se que esse capim baixo podia dar uns cem quilos extras a um garrote, transformando-o em boi feito. Minutos antes, haviam cavalgado por um trecho de capim-de-búfalo, de hastes cinzento-azuladas, com espigas parecendo de trigo, roçando os estribos da sela. Os grandes rebanhos de búfalos que outrora vaguearam por essa pastagem estavam sendo lentamente exterminados por caçadores de carne e couro. Era uma atividade estimulada pelo governo de Washington, numa deliberada tentativa de quebrar a resistência dos índios das planícies e subjugá-los para sempre.


3-  A LUTA PELA TERRA
Lá está um Calder, Jovem e orgulhoso, Pronto a decidir Qual será o seu destino.
Um sol indiferente brilhava na extensão infinita do céu de Montana, chamejando sobre o gado agitado e ruidoso que entulhava os currais próximos à linha do trem. O silvo explosivo da locomotiva imóvel era quase inaudível ante o mugido amedrontado dos bois e o estrondo de cascos fendidos sobre a rampa de madeira que levava aos vagões de carregamento. O ruído era pontuado por gritos e xingamentos dos cowboys que incitavam os bois com longas varas, forçando-os a entrar no vagão.
- Dezoito!
com um vagão de gado já lotado, a locomotiva saiu de seu ronco preguiçoso, ribombando para puxar a fila de vagões para frente, a fim de que o próximo pudesse ser carregado. Rolos de fumaça fluíam da chaminé, os tinidos e guinchos juntando-se à cacofonia reinante. Colocar o gado destinado ao matadouro do leste nos vagões era uma tarefa tediosa, ainda mais desagradável devido ao ruído e fedor coletivo dos animais do curral.
Benteen Calder assistia aos trabalhos do lado de fora. A grande aba do chapéu sombreava o rosto queimado de sol, escondendo parcialmente o olhar inquieto e analítico. Os cabelos negros tingiam-se de prateado, os cinquenta anos colocando algum peso naquele corpo de ossos largos, sem dúvida típico dos reis do gado. Pedaço por pedaço, ele construíra a fazenda Triplo C com seu suor, seu sangue e sua astúcia. Lutara com criminosos, índios renegados e vizinhos ávidos por tomar-lhe o rancho. Sempre existiria alguém querendo fazer isso. E o homem que dera seu nome a Chase Benteen Calder sabia disso.



4- O AMOR PELA TERRA
Ty Calder era um estranho no poderoso império que herdara - os pastos que se estendiam até a linha do horizonte, onde a terra se unia ao céu azul de Montana.
Ele aprendeu os segredos da vida de fazenda com a jovem Jessy, que conhecia aquelas
terras como a palma da mão, Só que ele adorava a glamourosa Tara, de cabelos negros, fruto do novo Oeste dos negócios, onde mandavam o poder e o dinheiro. Tara seduziu Ty, ansiosa para ser a soberana do reino dos Calders. Mas quando a gente de Tara acorreu para explorar a fortuna que se escondia sob as pradarias, foi Jessy que lutou ao lado de Ty, enfrentando a morte para defender as terras que ele jurara manter na família.




Série Saga Família Calder
1  Os Donos da Terra
2  A Terra dos Calder
3  A Luta pela Terra
4  O Amor pela Terra


5- O Orgulho Calder