17 de setembro de 2024

Retorno a Wildsyde

Série Filhos Perversos
Quando Lorde Lyall Anderson, Visconde de Bucharon, inicia um caso apaixonado com a Srta. Lilith Fulbright, ele percebe tarde demais que está brincando com fogo, caiu no mais antigo golpe dado por mulheres à caça de dinheiro, posição e títulos.
Apanhado numa posição comprometedora pelos pais, é demasiado óbvio que a bela e amoral jovem só tem fome de riqueza e de um título e não tem qualquer consideração por ele. Humilhado e furioso, Lyall cumpre seu dever de homem honrado, sabendo que seu futuro com tal mulher será de miséria.
Mas o destino deu-lhe uma mãozinha…Enquanto fugia com um amigo de infância de Bucharon, Rory Stewart, Lilith morreu num acidente de barco quando ambos tentavam cruzar para o continente. Como resultado a família Fulbright perdeu sua galinha de ovos de ouro. Mas o destino quis que o tio de Lilith ao falecer deixasse a guarda dos filhos dele para Bucharon. O inferno de Lyall nunca vai acabar ou o destino resolveu brincar com os erros dele?

Capítulo Um

Lyall registrou a batida na porta, mas não respondeu, o fogo que ele encarava havia morrido há algumas horas, mas não foi percebido. Estava entorpecido. Choque e muitas outras emoções dominando seus sentidos até que ele sentiu a necessidade de se desligar. O uísque tinha feito o trabalho corretamente, e agora ele estava pagando o preço por isso também. Sempre houve consequências para as ações, algumas mais dolorosas que outras.
— Lyall?
A voz suave de sua mãe o alcançou através da névoa de dor e confusão, virou a cabeça, sentindo-se como se estivesse dormindo há mil anos enquanto piscava para ela.
— Mãe?
— Oh, Lyall, olhe o seu estado, amor. A Sra. Baillie está trazendo café e o dejejum.
— Ah, mãe, pare de se preocupar — disse ele, esfregando a mão cansada no rosto e descobrindo que já fazia algum tempo que não se barbeava. Quanto tempo? Ele não conseguia se lembrar.
— Não diga coisas tão idiotas — respondeu sua mãe com uma expressão de impaciência. — Eu sou sua mãe, é meu trabalho me preocupar com você. Isso faz você se sentir melhor? — Ela perguntou, pegando a garrafa vazia que havia rolado pelo chão e descansado diante do fogo apagado. Ela ergueu uma sobrancelha para ele e ele grunhiu.
— Sim, por uma ou duas horas.
— E agora você está com dor de cabeça e enjoo por mais alguns anos — disse ela com um suspiro.
— Mãe, não me importune, eu suplico — ele implorou, massageando as têmporas doloridas.
Ela suspirou e não disse mais nada e ele sentiu uma mão gentil acariciar seus cabelos. O toque terno fez sua garganta apertar, e ele engoliu em seco, determinado a não fazer mais papel de bobo do que tinha sido feito ultimamente.
— Papai já chegou? — ele perguntou, sem saber se temia a resposta ou não.
— Ainda não. Espero que ele chegue logo e não pareça tão infeliz. Ele está do seu lado, Lyall, você certamente sabe disso?
— Sim, mas isso não significa que ele esteja orgulhoso da bagunça em que estou.
— Aquela mulher… — começou sua mãe, e então respirou fundo pois sempre que falava da esposa dele – sua falecida esposa – ela ficava um pouco irritada. — Lilith fez essa bagunça, Lyall, e uma mulher assim poderia virar qualquer homem do avesso. Quando penso nas coisas que ela poderia ter alcançado se não tivesse sido tão superficial e rancorosa, fico furiosa. Suponho que deveria ter pena dela, pois seus pais a criaram à sua própria imagem e ela tinha poucas chances de ser outra coisa senão o que era. Admito que estou lutando para fazê-lo, embora agora que ela teve um fim tão triste, seja um pouco mais fácil, suponho — acrescentou ela com sua habitual honestidade.
Ela então se virou e olhou diretamente para ele e ele sabia que ela iria perguntar como ele se sentia, o que se passava em sua cabeça, mas não sabia como responder às perguntas dela. O alívio era uma grande parte disso, e o fato de ele ter sentido tal coisa quando uma linda jovem perdeu a vida, sem mencionar um homem que ele conhecia desde que era menino, bem, isso certamente não refletia bem sobre ele. Mais do que isso, porém, ele estava com raiva. Ele estava com raiva por ter sido preso e manipulado e por ela ter continuado a fazer isso ou tentado. 
Os pais dela também tentaram, constantemente criticando-o pela crueldade com a filha. Aparentemente, dar-lhe uma bela casa e uma mesada generosa não era suficiente. Ela deveria ter uma casa em Londres e uma carruagem própria e dinheiro suficiente para entreter e… a lista era interminável. 
Como se acreditassem que Lyall era tolo o suficiente para permitir que ela corresse solta entre a sociedade enquanto levava seu nome, tendo amantes como bem entendesse e fazendo dele motivo de chacota. Não nesta vida.
Ele supôs que sua mãe estava certa. Lilith tinha sido tão vítima das ambições de seus pais quanto ele. Foram eles que o escolheram como seu alvo – como ela o informou amargamente quando percebeu que havia encontrado um objeto imóvel que não podia ser torcido em seu dedo.
Toda a família era um bando ignominioso de trapaceiros, mentirosos e aventureiros. Ele só podia agradecer a Deus por ter terminado com eles agora, embora não duvidasse que os pais dela tentariam culpá-lo por isso e exigiriam uma compensação. Embora isso o deixasse mal do estômago, Lyall sabia que lhes pagaria uma quantia, apenas para fazê-los ir embora e mantê-los fora de sua vida.
Ele só queria ficar quieto por um tempo, voltar à vida que vivia antes de Lilith arruinar tudo. Fazia apenas cinco meses que ela e os pais haviam encenado a pequena cena que o surpreendera tão bem, e mesmo assim ele sentia que havia envelhecido cinquenta anos nesse ínterim.





Série Filhos Perversos
3- Retorno a Wildsyde

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