Aos vinte e cinco anos, Louisa Walker descreveu cuidadosamente o padrão de sua vida: a temporada em Londres, algumas semanas em festas caseiras da moda e o resto do ano passando visitando e organizando a vida de seus seis irmãos e seus filhos.
Por causa de sua idade, natureza refinada e código moral rigoroso, ela é considerada “Miss Prim”.
A existência guardada de Louisa é interrompida quando ela aceita um convite de sua irmã. Ela acredita que está simplesmente ajudando a irmã e o cunhado ao cuidar das crianças durante suas viagens. No entanto, após sua chegada, ela conhece William, o visconde Woodstone, e uma aventura além de sua imaginação mais selvagem começam. Começando com a herança questionável de um bebê sob seus cuidados, ela decide se juntar à busca secreta de Woodstone para enganar espiões franceses e impedir seu plano maligno. Apesar de todas as crenças de Louisa, essa refinada dama percorre as estradas secundárias da Inglaterra em uma velha carroça, se apresenta como uma camponesa e até salva a vida de Woodstone. Quando a aventura termina, Louisa se preocupa que sua imagem de “Miss Prim” seja destruída e espera que Woodstone sinta as mesmas emoções que ela desenvolveu por ele.
Capítulo Um
— Minha vida está arruinada! — disse Lucinda, Lady Bertram, jogou a carta que estava lendo e caiu na espreguiçadeira.
Lady Louisa Walker observou o que prometia ser um grande caso de sais, quando sua irmã Lucinda pressionou as costas da mão graciosa contra a perfeição da testa de marfim e suspirou.
— Edward! — Lucinda apelou para o marido. — Como Cassie pode ser tão impensada! Para me privar da companhia de minha querida irmã no meu tempo de necessidade?
Mas Louisa há muito tempo envolvida em tais demonstrações de emoção, bebia calmamente seu chá e mordiscava um bolo de limão.
— Querida, não se deixe aborrecer — disse o marido adorado de Lady Bertram quando ele deu um tapinha no ombro. — Talvez Louisa possa ficar aqui até você ficar mais forte.
Mas Louisa, vestida na moda com um vestido de manhã com gola alta e mangas bufantes e um gorro de renda não simpatizava ao apelo nos olhos da irmã ou na voz do cunhado. De fato, era difícil sentir compaixão por uma mulher cujo marido lhe dava tudo o que ela queria e, que tinha dois filhos saudáveis e bonitos, uma propriedade encantadora em Oxford, bem como em uma área elegante em Londres.
— Tenho certeza — Louisa disse firmemente à irmã — que Cassandra não me pediria para comparecer, se não fosse importante. — Apesar da confiança com que falou, Louisa não tinha certeza disso: Cassie era completamente desmiolada, e o marido de Cassie, Arnold, era igualmente irresponsável.
Louisa largou a xícara de chá e pegou a missiva no chão onde Lucinda a jogara.
— Ela diz que devo partir para a propriedade de Arnold imediatamente. O pai dele está doente e eles necessitam urgentemente de ajuda.
Louisa procurou a missiva em busca de mais informações, uma tarefa que apresentava grande dificuldade devido ao hábito de Cassandra atravessar a página, sublinhar e recriar a página.
— E — Louisa começou enquanto tentava interpretar o pouco que podia decifrar —, que ela acabou de ter um bebê — Ao suspiro de Lucinda, Louisa alterou: — Não, não, desculpe. Ela tem um bebê com eles. E há um surto de... — Ela virou o papel e o segurou para que a luz da janela caísse na página. — Agulhas? Não, não pode ser isso. Prados? Não, não... sarampo! É isso. Há um surto de sarampo nos arredores da propriedade do pai de Arnold, e o beb... quem é esse bebê? — Louisa virou a carta em busca de iluminação. — Eles não ousam expô-la à doença. Pronto! — Ela recostou-se na cadeira.
— Bem, pela primeira vez Cassandra está mostrando algum sentido. Mas quem é esse bebê? — perguntou Edward.
— Certamente ela teria nos dito se tivesse engravidado — acrescentou Lucinda.
— A menos que, é claro, ela tenha esquecido, o que é possível. — Louisa procurou a carta novamente. — Ela não diz quem é o bebê, só que ela precisa que eu vá lá e cuide dela o mais rápido possível. Bem, queridos — disse ela rapidamente, enquanto estava de pé —, se eu for necessária, devo ir embora. Vou fazer as malas esta manhã e partir ao meio-dia, se você me emprestar um cavalariço e cocheiro, Edward.
— Se você sentir que deve, é claro que sim.
— Oh, não vá, Louisa — Lucinda implorou. — Não esqueça o quanto Michael e Elliot precisam de você.