Sybilla Corbuc tem um conhecimento e uma afinidade incomuns com relação aos cavalos dos quais ela cuida, mas alguns homens desconfiam de toda essa sabedoria em uma mulher. Forçada a tornar-se serva de um nobre para evitar a prisão, Sybilla se descobre acorrentada de uma outra forma, quando percebe que não pode mais negar seus sentimentos pelo novo patrão, sir Guy de Warwick. Nenhum dos dois está preparado para se submeter ao outro, mas o olhar escuro e penetrante, e o desenfreado desejo de sir Guy são uma força poderosa demais para resistir... Reunidos pelo nascimento de um misterioso potrinho, um animal com poderes sobrenaturais que pode prever o destino, Guy e Sybilla embarcam numa jornada que os aproximará ainda mais um do outro, e do perigo que os espreita. Um perigo do qual somente o amor poderá salvá-los!... Capítulo Um Cornbury, Inglaterra, Abril de 1390 Mesmo proibida de ficar ali pelo padre do vilarejo, ela faria o que tinha de fazer. Aos vinte anos de idade, solteira e sem pretendentes, Sybilla Corbuc não tinha como evitar. Aquela noite valeria o risco. Ela tirou o vestido azul desbotado pela cabeça e jogou-o no meio das palhas. Melhor tirar a roupa e sofrer com o frio do que arriscar-se a sujá-lo com manchas denunciadoras. Cruzou os braços sobre os seios e obrigou-se a não tremer. — Etienne — ela murmurou —, tem certeza de que o vigia noturno não o viu? A lua está brilhante esta noite. Sua respiração dançou no ar como uma nuvem de vapor. Um rapazinho de olhos ávidos e penugem espessa sobre o lábio superior esfregou as mãos. — Não, moça. Estavam todos dormindo quando eu saí para me encontrar com você. Sybilla estremeceu. Flocos de neve grudavam em suas faces e na testa, descendo por um buraco no teto. — Vi pegadas de botas ao longo da estrada. Por favor, apague a vela. Para o que vamos fazer, há luz suficiente. — Tirou o braço da combinação. As faces de Etienne tingiram-se de vermelho, e seus olhos se arregalaram. Estaria perturbado ou receoso? — E se pegarem a gente, moça, o que vão fazer? — Com você, nada. Mas comigo... Serei presa, julgada, marcada como uma segregada e jogada nua nas florestas. Um arquejo escapou dos lábios de Etienne. — É uma sentença de morte — murmurou ele. Sybilla sentiu um calafrio. — Não conte a ninguém sobre esta noite, Etienne.
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3 de maio de 2011
3 de janeiro de 2011
A Feiticeira
O poder de uma mulher!
Quando lady Eldswythe é chamada para cuidar dos cavalos de raça do reservado e solitário sir Robert Breton, um rival de sua família, ela não está preparada para as fortes emoções que ele lhe desperta.
Aquele olhar lânguido e penetrante, por si só, poderia fazê-la esquecer que está noiva de outro homem.
Embora seu coração deseje Robert, Eldswythe não confia nele.
Mas quando uma violenta invasão acontece em sua propriedade, e Robert salva a sua vida, ela começa a imaginar se seus temores eram infundados...
Robert não sabe que estranho encantamento foi lançado sobre ele.
Durante o dia, ele não consegue pensar em outra coisa senão em Eldswythe, e à noite, a bela dama aparece em seus sonhos.
Que segredos ela esconde? Eldswythe o intriga como nenhuma outra mulher, e Robert está começando a acreditar que ela de fato tem poderes especiais... e está determinado a fazê-la sua!...
Capítulo Um
Praia de Dover, Inglaterra, 1269.
Véspera da Oitava Cruzada
A brisa quente do oceano, úmida e pesada com o cheiro da maresia, colava a camisa de sir Robert Breton ao seu peito largo e agitava-lhe os cabelos negros.
Contudo, isso não era o bastante para esfriar seu temperamento adverso.
— Foram chicoteados? — ele perguntou, a voz tensa.
Fechou o punho no cabo da espada e esfregou o polegar em pequenos círculos do topo, um lugar tão polido com a freqüência do gesto, que brilhava como um espelho de prata.
O escrevente real, um homem mirrado e de olhar astuto, comprimiu os lábios antes de responder.
— O sargento-ferreiro bateu neles para obrigá-los a andar. Eu intercedi antes que ele fizesse coisa pior, sabendo como o senhor abomina o chicote.
Robert cerrou o queixo, e os músculos de seu pescoço e dos ombros ficaram tão tensos quanto um arco retesado.
Aqueles cavalos eram seu bem mais valioso.
Os únicos seres viventes na Terra, que ele poderia confiar.
Qualquer idiota veria que os pobres animais estavam com os pés tão doloridos que não conseguiam se mover.
O baio, o alazão e o cinza malhado postavam-se na traseira da carroça, as pernas duras, os pescoços esticados, os olhos ansiosos e cheios de dor.
O chicote do sargento só aumentara a agonia dos infelizes.
Sua garganta apertou-se com aquela sensação terrível que o atormentava sempre que alguém chicoteava um cavalo.
O ataque feroz contra pele e músculo por uma arma da qual não se podia fugir. Ele conhecia bem esse tipo de dor.
Arrancou a camisa pela cabeça e rasgou-a.
Vestido apenas com as calças de couro preto e as botas altas de montaria, passou pelo escrevente e foi até a carroça, molhou a camisa rasgada no balde de água e depois pegou o pano ensopado e passou pelos flancos trêmulos do animal cinzento.
Robert esfregou a cicatriz dentada que corria por seu pescoço, um triste lembrete do quanto estivera próximo da morte e do assunto não resolvido que ele havia deixado para trás na Inglaterra. Seu inimigo teria de esperar, no entanto não seria esquecido.
Virou-se para encarar o escrevente real.
— Zarparemos ao amanhecer, e minhas montadas não estão em condições de fazer a viagem. — Enxugou o suor da testa com o dorso da mão, e apontou para os animais. — Desconfio que tenham sido envenenados. Ouvi rumores de que uma feiticeira de cavalos está na praia. Preciso dela.
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