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19 de novembro de 2010

Beijo Roubado






Nada acontece por acaso...

Alexander Braeburn pensou que estivesse sonhando quando uma graciosa jovem apareceu no pomar, insistindo em dar-lhe um beijo.
Sendo ele um cavalheiro... lhe fez a vontade!
A partir desse momento, Willa Linnet passou a fazer parte de sua realidade, de uma maneira doce e desconcertante.
Mas mulheres como ela eram feitas para o casamento e para a família, e Alex não estava interessado em nenhuma das duas coisas.
Porém, quando outros cavalheiros começaram a disputar a afeição dela, Alex percebeu que o maior erro que poderia cometer, seria perder a adorável e alegre Willa!

Capítulo Um

Willa estava sentada no coche que pertencia a sir Daniel Braeburh e estava sendo observada com atenção pelos dois cavalheiros que se sentavam a sua frente.
Olhava pela janela, tentando ignorá-los, mas em vão.
A paisagem lá fora seguia, depressa, numa mistura de verde e cinzento.
Willa sabia que logo teria de convencer seu irmão a levá-la a Londres para providenciarem óculos novos.
Seria uma grande aventura, dizia a si mesma.
Continuava pensando, tentando organizar a melhor forma de tocar no assunto com ele, e fazia cálculos também, sobre o provável preço de tal viagem.
E deixava de lado os dois homens que prosseguiam em suas observações, até que a voz de seu irmão a alcançou:
— Entende o que digo?
Sir Daniel examinou Willa com maior atenção ainda. E notou o movimento suave dos seios dela, que seguiam as sacudidelas do coche.
— Entendo, sim — balbuciou, em resposta a Jerome.
— Ela está bem crescida, não acha? — insistiu o irmão de Willa.
Tensa, ela olhava-os, agora, mas o rosto de sir Daniel não tinha o formato claro e preciso que deveria, já que a miopia a atrapalhava bastante.
A voz dele, porém, ela conseguia ou vir muito bem, apesar de baixa:
— E o que pretende fazer?
— Talvez eu possa ser leiloada na próxima feira de arte — Willa sugeriu, sentindo-se uma aberração só por estar em idade de se casar. — Pelo que entendo de sua conversa, devo ser a única moça nestas redondezas que já atingiu a maturidade.
Os dois homens se entreolharam diante de tais palavras.
E foi Jerome quem respondeu a elas, mas não para Willa, e sim para sir Daniel:
— Imagino que devo levá-la a Londres para mais esta temporada... embora eu não faça idéia do quanto terei de gastar com o aluguel de uma casa por lá.
— A casa seria apenas o começo, Jerome. Vai gastar com vestidos e festas. Vai ter de contratar uma dama de companhia. Aposto que seus bolsos ficarão vazios no primeiro mês. E ainda há a terrível possibilidade de não encontrar um noivo para Willa. Ela é muito bonita, não há dúvidas, mas acredito que os óculos e os cabelos assim tão ruivos não sejam grandes atrativos hoje em dia...
Jerome respirou fundo e recostou-se ao assento. Seus olhos continuavam em Willa, como se fosse a causa de seus maiores problemas.
Ela começou a sentir uma leve dor de cabeça. Adorava seu irmão e também gostava muito de sir Daniel, mas aquela conversa era por demais constrangedora. Sentia-se uma mercadoria!
— Já é ruim o suficiente que fiquem falando sobre mim como se eu não estivesse aqui — reclamou. — Depois de tudo que me fizeram passar e aprender, toda a filosofia grega, toda a história mundial e a leitura dos clássicos, agora planejam me oferecer como se eu fosse uma mulher igual às outras? Para mim, isso é simplesmente absurdo!
Sir Daniel endireitou-se no assento e olhou para Jerome.
— Ela tem razão, meu amigo. E a solução me parece estar exatamente aí. Aliás, não poderia ser mais simples.
— Mesmo? Pois então, fale, homem!
— Nós dois educamos sua irmã para que ela fosse uma companhia tão boa quanto nós dois somos um para o outro, certo? Muito bem, então. Eu me caso com ela.
As palavras, diretas, não tinham nada de sentimento, de emoção.
Eram a constatação de um fato, nada mais. Sir Daniel estava apenas oferecendo a solução mais prática.
Willa estava surpresa diante do que acabara de ouvir. Jerome, porém, pareceu interessado:
— Casar-se com ela? Está falando a sério?
— E por que não? Se ela se casar comigo, você não terá de gastar nada nesta temporada em Londres. E nós três poderemos seguir com nossas vidas como sempre fizemos. Jerome, conheço Willa desde que era pequena.
Nada poderia ser mais natural, não vê? Aliás, ela é a única mulher com quem me sinto à vontade e será uma esposa admirável. Sabe conversar sobre qualquer assunto. Não há objeção alguma a esse casamento.
Willa olhava para os dois como se ambos tivessem perdido o juízo.
— Willa, minha criança, não ouviu? Sir Daniel acaba de propor-lhe casamento. — Jerome mudara até o tom com que lhe falava.
Ainda chocada, Willa pensou um pouco antes de responder:
— Bem, em primeiro lugar, não sou sua criança, pois, como acabaram de atestar, estou bem crescidinha.
— Querida, não estamos debatendo terminologias aqui. Estamos falando de seu futuro e sir Daniel acaba de nos fazer uma oferta magnífica. O que diz?
Sir Daniel pigarreou, voltando a falar. Mas suas palavras dirigiam-se mais a Jerome do que a Willa:
— Suponho que, apesar de tudo o que aprendeu, Willa ainda seja uma moça romântica.