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7 de agosto de 2019

O Conde Abandonado

Isabella estava entrando em sua terceira temporada e estava ficando mais do que cansada do processo. 

Não era que ela não quisesse um marido, apenas odiava a multidão e a falsa alegria das festas. E então, quando ela finalmente conheceu um homem que ela sabia que poderia amar, ele foi rapidamente levado por outra. Ela sabia que não era notável em comparação com as outras jovens da sociedade, mas ainda conseguia alguma esperança de que se casaria por amor.
Nicholas de Meadcaster era apenas um conde. Este foi o segundo ataque contra ele no momento. O primeiro era que ele estivera bastante doente - a ponto de quase morrer - e ainda estava se recuperando. Seu irmão o encorajou a ir a Londres para encontrar uma esposa adequada. Uma esposa que se importaria com ele, com sua doença. Nicholas faz algumas escolhas ruins e Isabella é esquecida. Quando suas escolhas o assombram, Nicholas procurará um novo caminho ou afundará na miséria? Irá Isabella encontrar coragem para ser ousada e reivindicar o homem pelo qual ela está se apaixonando?

Capítulo Um

Norte de Derbyshire, Condado de Meadcaster
Ele nunca tinha notado como um nascer do sol poderia ser brilhante até o momento em que ele achava que não viveria para ver outro. 
As faixas de vermelho, laranja e amarelo cruzaram o céu quando o sol começou a se elevar sobre as árvores, exibindo uma bela imagem para aquela hora da madrugada.
Nicholas já estava acordado há uma hora, sentado na poltrona confortável do seu quarto, com as portas francesas abertas para a varanda, num esforço para ver além do vidro. 
Seu médico não aprovava que fizesse isso no momento, querendo que ele ficasse na cama, mas Nicholas estava cansado de estar na cama. Embora fraco, ele se sentiu bem o suficiente para tomar a decisão de se mudar para a cadeira.
Esfregando a mão no rosto, Nicholas apertou a mandíbula. Ele não entendia o que fizera para merecer isso, essa aflição que se apossara dele. Ele não era uma pessoa horrível, tratava seus inquilinos de forma justa e mesmo em seus dias mais jovens, não tinha gerado muitos problemas para sua família.
Era difícil acreditar que há apenas um ano ele estava cavalgando como se os cães do inferno estivessem beliscando seus calcanhares além dos pastos, além do que ele podia ver agora. O doce ar de limpeza do campo entrando e saindo de seu peito.
Nicholas Ashton, conde de Meadcaster, acabou por ser humano. Ele pensava que era imune a enfermidades. Mas o inverno lhe trouxera a febre que conseguiu derrubá-lo. Não importava o que ele fizesse, e antes que pudesse perceber, Nicholas estava deitado em sua cama, incapaz de levantar um dedo. Ele estava realmente beirando a morte. O que o trouxe de volta, ele não sabia, mas ele tinha certeza que não era mais o homem que foi no ano anterior, nem mesmo chegava perto.
A porta se abriu e seu irmão entrou, um olhar de choque e surpresa cruzando-lhe o rosto. —Você está fora da cama.
—Eu estou. — Respondeu Nicholas, puxando as pernas para fora do otomano[1] em que ele tinha apoiado. Walter era quatro anos mais novo, mas a doença de Nicholas tomara conta dele, as rugas no rosto mostrando o cansaço de toda a situação. Nicholas teve a sorte de ter seu irmão aqui, em sua propriedade de campo, tendo voltado de sua comissão no exército. —Eu não sou um infeliz inválido, você sabe.
—Poderia ter me enganado, querido irmão. — Comentou Walter, quando atravessou o quarto e se juntou a Nicholas, sentando-se na cadeira oposta. —Sabe, você parece melhor hoje de manhã. Como está se sentindo?
—Eu me sinto como um bebê recém-nascido. — Nicholas admitiu, já se sentindo cansado de tanto tempo sentado. —Que ainda precisa de fralda.
—Você está melhor a cada dia, irmão. Em pouco tempo você estará correndo pelas pastagens novamente. — Walter riu e balançou a cabeça.
Nicholas suspirou e recostou-se na cadeira. —Eu sou grato pelo seu apoio, querido irmão, mas eu não consigo ter a mesma confiança que você tem em minha recuperação. — Uma tosse atormentou-o e por alguns momentos, Nicholas lutou para controlá-la, sentindo o pânico crescer dentro dele. Será que ele voltaria a ser normal de novo?
Walter lhe deu um copo de água e Nicholas bebeu avidamente, acalmando sua garganta devastada, com o líquido frio. A porta se abriu novamente e seu médico residente entrou, também parecendo surpreso ao ver Nicholas fora da cama. —Bom Dia.
—Bom dia, doutor. — Respondeu Walter quando Nicholas lhe devolveu o copo agora vazio. —Seu paciente decidiu se sentar na cadeira esta manhã.
—De volta dos mortos, sim? — O médico respondeu, arqueando sua sobrancelha espessa. —É bom vê-lo novamente, meu senhor. Por um breve momento pensei que poderíamos tê-lo perdido.
Nicholas passou a mão pela cabeça, tentando se lembrar do último mês de sua vida. A tosse havia se tornado dor por todo seu corpo, sua febre aumentando mais do que o bom médico poderia lembrar. Houve dias em que Nicholas não conseguia respirar bem e começou a ver coisas que não estavam lá, incluindo seus pais que haviam morrido há muitos anos.
Tudo o que ele conseguiu lembrar foi de Walter ao seu lado, suplicando-o para ficar com ele. Sua tia e seu tio também estavam presentes, sua única família direta do lado de sua mãe e Nicholas estava grato por terem estado aqui com o irmão. Afinal, eles eram tudo o que ele teria deixado.
—Eu também. Então, doutor, quais são as minhas chances agora?
—Eu gostaria de examiná-lo, meu senhor. — O médico decidiu, colocando sua bolsa de médico preta na cama antes de retirar o estetoscópio. Nicholas se inclinou e permitiu que ele ouvisse seus pulmões e coração, seguindo todos os seus comandos simples. — Bem, eu posso dizer que seus pulmões estão limpos e seu batimento cardíaco é regular. E aparentemente você pode ficar razoavelmente bem. — Ele finalmente disse, dobrando o estetoscópio.
— Razoavelmente bem, mas sim, eu posso ficar—, disse Nicholas, levantando-se da cadeira e ficando de pé. Seus joelhos quase se dobraram, mas ele se forçou a permanecer em pé. — Veja?
—Bem, eu diria que você foi curado, meu senhor. — O médico disse novamente, fechando a bolsa.
—Quando vou recuperar minha força?



5 de março de 2019

A grande surpresa do Duque

Amy está tentando escapar do constrangimento de ser tratada como uma tola. Ela está tentando remendar seu coração partido.

Timothy é um homem bonito e um amigo de seu irmão. Ela gosta dele, mas ele tem que deixar Londres para atender a negócios da família. Esse negócio de família vai mudar sua vida para melhor. Seu status e fortuna mudam drasticamente. Após um acidente, no entanto, ele precisa de algumas palavras de conforto e Amy lhe escreve sob o nome de seu irmão. As cartas continuam e ela começa a sentir por ele mais do que pensa que deveria. Quando volta a Londres, ele está sendo procurado pela arquirrival de Amy. Isso diz a Amy tudo o que ela precisa saber. Quando outro homem a corteja, ela decide que é hora de seguir em frente. Ela planeja uma vida diferente - uma vida de viagens e aventuras - mas este homem vai ajudá-la a escapar, mesmo sem saber que o está fazendo. 
Como pode uma mulher jovem ter tudo o que quer e muito mais? Talvez não seja possível. Mas talvez seja.

Capítulo Um

— Anime-se, irmãzinha. — Robert Clarke carinhosamente acariciou a mão de Amy depois de seu longo, arrastado suspiro. — Esta temporada promete ser muito mais emocionante com Timothy ao redor.
Amy removeu seu irmão mais velho para longe dela com um movimento do pulso. Ele a estava provocando. De novo.
— Eu não estou nem remotamente interessada na próxima temporada, Robert — disse ela com um aceno de cabeça. — Eu nunca estive. Eu nunca estarei.
Não era exatamente verdade, mas, e menos que ela tivesse que falar sobre a ton[1] e os abutres que circundavam a temporada, melhor.
Robert tinha acabado de informar a Amy que seu colega de escola estava na cidade para visitar, e iria ficar em Merrimont, a casa da família em Londres. Eles estariam todos juntos lá e participariam dos maiores eventos que a temporada tinha para oferecer.
— Eu não acredito em você — disse ele, não deixando isso pra lá. — Não há mais nada para fazer no campo, exceto assistir a chuva. Londres sempre tem divertidas distrações. Você logo estará feliz pela temporada.
— Distrações feitas para libertinos e tolos — Amy disse, pegando seu livro novamente e tentando se concentrar nas palavras a frente dela.
A primeira temporada de Amy havia sido no ano anterior e toda a experiência tinha sido tão ridícula e nada assombrosa como ela esperava que fosse. Sorte a dela, sua família possuir uma fortuna e um nome bom o suficiente para que ela ainda não precisasse tanto de um marido para resgatá-la. Ela não havia odiado completamente estar em Londres, uma vez que lhe proporcionou a oportunidade de trabalhar em seu plano de mestre.
Se Amy jogasse sua mão bem o suficiente, ela estaria livre para viajar e explorar além da Inglaterra, para a alegria do seu coração. Coisas triviais, como caçadoras de marido e combinar suas luvas com seus sapatos seriam uma memória distante.
— Você simplesmente não conheceu o suficiente de libertinos encantadores. — disse Robert com uma cara séria. — Eu planejo apresentar você para alguns deles, como um esforço para mantê-la longe das garras do tio Rupert um pouco mais.
Tio Rupert, o irmão mais novo de seu pai, tinha acumulado por conta própria um império e uma fortuna no comércio de produtos têxteis entre a França e a Inglaterra. Ele estava procurando expandir para o Oriente em breve. Tio Rupert, como seria, era exatamente a passagem para fora da sufocante sociedade londrina que Amy estava procurando.
As suposições originais de Amy sobre Timothy de La Fontaine, o amigo de seu irmão dos dias de Oxford, estiveram, em sua maioria, erradas. Ela admitiu este fato a contragosto, enquanto olhava as cartas em sua mão.
Ela atreveu um olhar para cima de seu convidado enquanto ele estava ocupado, e estudou o cabelo castanho escuro que pairava baixo, quase cruzando as sobrancelhas igualmente escuras. Seus olhos eram de um rico verde amarelado avelã, que era incomum. Amy poderia dizer honestamente que ela nunca tinha conhecido outro ser humano em todos os seus dezoito anos com olhos como os seus.
Aos vinte e três anos de idade, a mesma idade de Robert, Timothy conversava muito bem. Ele era mais do que capaz de manter conversas fascinantes que, Amy teve que admitir, iam além de lenços para coletes ou quais cães de caça eram melhores procriadores que outros. Nestas curtas semanas, Amy tinha vindo a descobrir que o amigo de seu irmão possuía mais conteúdo do que ela tinha originalmente esperado. Foi uma boa surpresa.
— Você mudou de ideia sobre o baile de amanhã, Senhorita Clarke? — Perguntou Timothy, levantando as sobrancelhas.
Amy tomou seu tempo para responder, certificando-se de terminar sua vez antes de encontrar seu olhar.
— Nem de leve, Sr. de La Fontaine — disse ela com um sorriso. — Eu ainda prefiro me sujar de esterco nos estábulos de meu pai em Gilchrist do que dar uma volta pela pista de dança do Lorde Cribbley, com algum de seus filhos.
Ao lado dela, Robert bufou e tentou segurar uma risada. Do outro lado de Amy, sua mãe arqueou uma sobrancelha como censura ao comentário da filha.
— Sua boca fugiu com ela mesma novamente, Amy — disse ela, em tom de aviso com um olhar aguçado em direção a Timothy.
Rápido na defesa de Amy, Timothy protestou.
— Eu lhe asseguro, não estou nem um pouco afetado pelo senso de humor da Senhorita Clarke — ele riu. — Acho que é encantador.